O MESTRE-SALA DAS GERAIS
Josué de Souza nasceu em Machado, em 1945. Filho de Vítor Cornélio de Souza e Maria José de Souza. Entrou para o samba durante um teste na Voz do Morro, no prédio da Liga Operária. Mas não foi aprovado. Frustrado ele caminhou até a primeira fábrica de condensadores do Brasil (a Luama), onde viu um bloco de samba que era mantido pelo Sr. Antônio Romanelli, um dos diretores. Josué convenceu um dos líderes a mudar o nome para Acadêmicos do Samba da Luama – nome, aliás, que já havia sido sugerido pelo seu irmão, cujo apelido era “Massa Fina”. Outro diretor não queria que empresa tivesse algum vínculo com o ritmo. Por isso o bloco, que nesta altura já ensaiava na Rua Caldas, ficou apenas como Acadêmicos do Samba.
Nos anos sessenta o que era bloco se tornou a maior escola de samba de Machado, conquistando vários campeonatos. Josué também se destacou como compositor. É dele o primeiro samba-enredo da escola (O Descobrimento do Brasil), com o qual foi campeão. Ao longo dos anos, ele e Cidinha formariam o casal de mestre-sala e porta-bandeira mais famosos de Machado
Aos 25 anos e com uma carta de recomendação do então prefeito Francisco Vieira Guerra (Chicão), Josué partiu para São Paulo (capital) para tentar uma vaga de “desenhista rápido” na antiga TV Tupi. Mas o dinheiro acabou no meio do caminho obrigando-o a ficar em Campinas. O que tinha no bolso deu apenas para pagar uma estada numa pensão. Josué caminhava perto do Viaduto Cury (local barra pesada) quando foi enquadrado pela polícia.
Na delegacia, enquanto aguardava ser interrogado foi reconhecido pelo sargento Romeu Monteiro – casado com uma machadense que o livrou. Foi aconselhado por este a não mais andar por ali. Este sargento arranjou–lhe uma vaga na Guarda Civil. Mudou–se para uma pensão localizada no Bairro do Castelo. Foi lá que conheceu sua futura esposa, Iracema, filha de Dona Nélia, cozinheira da pensão. Com o auxílio de duas assistentes sociais – suas madrinhas – eles se casaram.
Semanas depois, participou de uma batida numa zona de meretrício. Todos eles foram recebidos à bala. Na ocasião, o sargento que liderava a batida morreu baleado. Por ter presenciado tudo aquilo desistiu no dia seguinte. Em casa as dificuldades eram muitas, mas sua esposa o encorajava a nunca desistir. Conseguiu um emprego de carregador de dormentes de trem.
Nesse ínterim a Prefeitura precisava de funcionários. Mais uma vez recebeu grande ajuda das Assistentes Sociais. Josué passou a trabalhar em serviço de montagem de barracos, serviço de segurança (aprendeu Judô e karatê). Depois passou a fiscal de favelas e fiscal de aberturas de firmas, aposentando-se anos depois.
Ele era bem assessorado por sua equipe. Juntos conseguiram levar infra-estrutura, educação, esporte e saúde para as favelas, tornando-as um lugar onde cada morador se sinta parte integrante.
O samba sempre esteve presente em sua vida. Em Campinas ele fundou as escolas: Moleque Travesso, Grêmio Recreativo do Samba da Ponte Preta, Princesa de Madureira e a Grêmio Recreativo Escola de Samba Santa Luíza. Segundo uma pesquisa da Liga de Escola de Samba de São Paulo, Josué e Iracema são considerados o casal de mestre-sala e porta bandeira mais antigo ainda na ativa.
“Aquilo que já está escrito por Deus não encontra obstáculos”, disse.
Fonte: Fanzine Episódio Cultural
Contato: Josué de Souza. (19) 3223-1004. Campinas-MG.
Conheçam Josué de Souza e sua saga pelo mundo do samba.
Grato pela informação preciosa sobre o mestre-sala das Gerais, um batalhador.
Abs.
parabens; volto para votar.
Andre Luiz Mazzaropi
Tarokid,
texto esclarecedor e didatico.
Uma saga de coragem e altruísmo.
" Aquilo que esta escrito por Deus,
não encontra obstáculos"
verdade!
bjssssss
lindo texto, coisa boa de se ler, depois eu volto.
O NOVO POETA.(W.Marques). · Franca, SP 15/8/2008 11:05
Um senhor texto!
Bom saber que Josué de Souza é fruto das Gerais.
Abraços.
Tarokid,
Bela atitude nos repassar a história do 'homi'. Vocêpodia até fazer uma galeria de personagens e figuras daí de Machado. Ia dar um painel emocionate, tantas são as figuras importanets da Cultura daí. E a falecida Dona Jusuina? A história dela é muito bacana também.
Abs
Maravilhoso texto!
Parabéns você brilhou!
adorei!
Beijo no coração!
Tarokid,
Obrigado por me fazer conhecer a história desse mestre.
Abraço
Meus votos com prazer meu poeta!
Beijo no coração!
Uma bela informação.
Passo deixando meu carinho.
Deixando meu carinho para um belo texto.
Kisssssssssssss
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