Joyce era uma escritora de presença marcante e indispensável nas rodas intelectuais. Seus trabalhos, elogiados pela crÃtica, permeavam fluentes em diversos gêneros literários.
Ela se encontrava, naquele instante, diante do espelho e observava a roupa escolhida para sua festa de aniversário. Seria um jantar para muitos convidados e, pela quantidade de confirmações, inclusive de ilustres figuras, ela não podia deixar a desejar, a ninguém, muito menos a ela mesma.
Olhou atentamente a blusa, trocou a saia. Outra olhada, trocou a blusa e também os sapatos, ainda insatisfeita trocou definitivamente por um pretinho básico e pensou: “Com esse eu não erro!â€. Apesar de todo seu sucesso, a sua relação com seu guarda-roupa não era das melhores, sentia-se bastante insegura e desejava que sua amiga Gil, vaidosa e de fino bom gosto, inclusive para homens, estivesse ali para dar sua tão valorosa opinião.
Chegada a tal da festa, com o seu sóbrio pretinho básico, Joyce arrancou elogios de muitos presentes no recinto. Ficou feliz por rever amigos e parentes que, distantes pela correria do tempo, reencontravam-se sempre em datas comemorativas.
Foi assim com Leôncia, também uma renomada escritora que, mesmo com pouco tempo de convivência com aquela, já havia se tornado amiga de infância, daquelas de alfabetização.
Joyce se demorou numa animada conversa com Leôncia, que tinha o dom de arrancar gargalhadas sinceras de Joyce e ficou sabendo que Gil, amiga em comum das duas, passou por um vexame por causa de uns quilinhos a mais numa loja de roupas.
Joyce imaginava a cena, enquanto Leôncia fofocava, como Gil não conseguia se desvencilhar de uma mulher que insistia numa gravidez inexistente e, pior, num vestido verde musgo com hibiscos grandes e vermelhos estampando, de um horroroso tamanho GG.
Mudavam de assunto, mas ao lembrarem-se da cena, as gargalhadas voltavam involuntariamente, até que um silêncio tomou conta do salão principal. Era Gil que chegava linda e deslumbrante fazendo com que todos convergissem olhares para aquela sedutora mulher.
Gil estava um pouco, bem pouquinho, acima do peso, mas sua beleza e elegância se destacavam. Desfilou entre os convidados e se dirigiu lentamente em direção às amigas com um sorriso:
-Joyce, como você está bonita! Feliz aniversário! Olhe, trouxe para você. Espero que goste!
Joyce agradeceu, abraçou a amiga e rasgou o papel esverdeado do seu presente. Não conseguiu acreditar quando, mesmo sem tirar completamente de dentro da caixa, reconheceu o tecido verde musgo com hibiscos grandes e vermelhos. Pensou que aquilo só podia ser um pesadelo e foi então que ouviu Gil dar o golpe de misericórdia:
- Meu aniversário está próximo e faço questão de vê-la usando na minha festa algo mais ousado!
Bom te ver na prosa! Embora ela seja menos aberta a interpretações do que a poesia. A história é real? Biográfica? É cutucante... E curiosa. :-)
Abraços, querido!
Obrigado meu querido Deco,
Mas essa prosa é fruto de uma brincadeira de letras entre eu e minha prima Giovana, que é autora conjunta comigo do escrito. Claro que alguns elementos existiram de verdade, mas não conto, não conto!...rs
Obrigado
Abração
Boa prosa, Cristiano.
Tem a Giovana na jogada (rs0
Esse lance de roupas/mulheres
somente elas sabem explicar
o inexplicável.
Bom texto.
um abraço
EG,
Boa sacada! a Giovana é quem teve as sacadas das maneiras de algumas mulheres lidarem com roupas, emagrecimento, etc e etc....Como você bem disse: explicar o inexplicável...
Obrigado
abraços
Com uma amiga assim nem é preciso ter inimigos. Quando o assunto é moda, as mulheres sabem ser cruéis.
Gostei do seu texto. Ficou bem diferente. Pelo assunto, logo dá pra sacar que tem uma mãozinha de mulher na história. Parece que a Giovana te deu boas dicas.
bjs
A Vaidade feminina posta a prova de forma simples, objetiva, mas carregada de grande significação. Parabéns
Coluna do Domingos · Aurora, CE 17/9/2008 18:56
Sônia,
Percebeste um pouco a diferença de estilo na escrita né? trabalho a quatro mãos...rs
Algumas mulheres se embaraçam neste assunto mesmo, mas claro que não são todas...
Obrigado pelo comentário
beijo
Coluna,
Meu caro, agradeço sua sensÃvel leitura e comentário.
abraços
Gil estava um pouco, bem pouquinho, acima do peso, mas sua beleza e elegância se destacavam. Desfilou entre os convidados e se dirigiu lentamente em direção às amigas com um sorriso:
maravilha de texto amigo poeta, depois eu volto.
Bem que percebi um toque feminino...rsrs...
Ficou muito bom Cris....bela dupla vc e a Giovanna!
Realmente, as mulheres são cruéis quando se trata de criticar outra mulher ou se vingar...hehe....e como sempre a caracterização que você faz é sempre muito bacana e divertida...sempre com um toque de humor,meio irônico...hehe.Um texto gostoso de se ler!!
Parabéns à dupla, maravilha!
beijinhos azuis_zen...
Blue
''A vingança é um prato que se come frio'',mas esse ela comeu quente mesmo
...Mas qual mulher não troca de roupa umas dez vezes antes de ir pra uma festa?Maioria por mais bonita e elegante que seja nunca está satisfeita com seu corpo e peso,aposto que Giovana ja passou por isso rs
Adorei esse seu texto,uma leitura gostosa
Um xero
Olá Cris! Cara, demais esse seu texto. Faça mais vezes! Uma pequena incursão que joga uma imagem bem definida de cada personagem, texto rápido e envolvente. Muito bom Cris. Diferente da poesia, essa forma de texto é mais fechada e passa ao leitor uma descrição ficcional de uma forma única de se ver as personagens sejam estes reais ou não. Demais!
Por falar em descrever personagens, um livro bem legal, e que talvez você goste, é o livro “OlÃvio†do Santiago Nazarian. Dá uma conferida. Personagens bem vivos e definidos. É claro que depende muito de sua afinidade com a estória, mas eu recomendo.
Alias, bela proposta aquela que você fez na minha ultima publicação, em seu ultimo comentário. Apoio total. Valeu!!!
Mais uma vez parabéns pelo trabalho.
ABÇ
aut!
Cris! Não sei como eu fiz isso, mas minhas ultimas três linhas se tornaram um LINK pro livro de que te falei, foi mau...Mesmo assim vale conferir!
autografado · Presidente Prudente, SP 18/9/2008 09:49
Cristiano,
´
Incrivel conto.
Sendo amigas, Joyce & Gil, é quase impossÃvel um golpe tão baixo. Resta Leôncia, que parece ser fofoqueira e desmancha prazeres.
será? Afinal, gosto não se discute e essa moda de hoje em dia....
bjsssss
Querido Cristiano Principe dos Poetas! Estou de volta e amei seu texto que como sempre, nos tras a todos seu talento!
Beijo na tua alma linda e generosa de poeta!
Poesia e liberdade são indissociáveis. A poesia é libertadora. A liberdade é poética. Quem chega numa, atinge a outra, penso.
Curioso como colocou esta questão (através da caretice) ou não.
Meus votos meu Pequeno Principe dos Poetas!
beijo no coração!
Como digo sempre...depende da mão.
Com as suas escreves belos textos...Quatro não posso julgar.pq essa amiga gosta de tudo que escreves.
Beijo meu filhote.
Cristiano.
bjssssss
Cristiano, delÃcia de prosa. rsrsE de assunto. Pretinho básico é a tábua de salvação !!
adorei
beijos
Cristiano,
Pretinho básico e de poeta,rs
beijos
Claudinha
Um pouquinho só acima do peso? e um GG?? Tô até vendo o veneninho escorrendo pelos cantos da boca, eheheheh
Muito boa sua incurssão pela prosa cotidiana! Beijokas
voltando e publicando.abraçosssss
O NOVO POETA.(W.Marques). · Franca, SP 19/9/2008 11:48
cristiano meu caro...
muito bom texto...
parabéns...
...agora...diga-se de passagem...joyce me parece elegante o suficiente para entender as boas intensões da amiga...eu imagino...
Belo conto,gostei, inveja quase mata...ou mata, rs
Rindo estou aqui.parabens
huahuahauhauha
que maldade!!!!
E depois, eu que sou sádico, né?
Existem vários tipos de sadismo!
WM,
obrigado pela leitura e aprovação,
valeu.
Blue,
as caracterizações das personagens foram todas da Gi, nossa escrita a quastro mãos permitiu eu inserir elementos irõnicos mesmo....rs
Obrigado querida
beijos
JU,
É mesmo né? vai entender esse lance de roupas entre vocês....rs
Bem, se a Gi passou ou não por isto eu não posso nem sonhar em dizer, afinal o texto é ficção....rs
Obrigado
beijos
CAro Aut,
Primeiro muito obrigado pela indicação, procurarei sim o livro, valeu! Adoro dicas de quem tem bom gosto. Fico feliz que tenha gostado dessa prosa, como deve ter percebido escrevo mais poemas, mas tenho algumas prosas já publicadas anteriormente. Também me alegra que tenha gostado de minha sugestão em seu escrito.
Muito obrigado
abraços
Dô,
Talvez seja por isto a escolha do nome Leônica...rs, mas no final acho que nenhuma é amiga de ninguém...só troca de farpas em situações frÃvolas.
Obrigado
beijos
Celina,
Que bom que voltaste, deve estar de bronzeado novo...rs Fico feliz que tenha apreciado a prosa.
obrigado
beijos
Hideraldo,
seu comentário ficou muito interessante, agradeço muito sua leitura e divagação.
abraços.
Clara,
Fico muito feliz que tenha gostado, as quatro mãos deram um toque feminino necessário aos diálogos e movimentos.
obrigado
beijos
EG, Celina, Dô, Aut, Ju, WM, Sérgio, Blue obrigado a vocês pelos votos
beijos e abraços
CD,
imaginei que iria gostar do pretinho básico, intui que irias comentar justamente isto...hehehehe. Obrigado pela leitura e apreciação.
beijos
Claudinha,
Você também veio pelo pretinho básico...hehehehehe
Obrigado
beijos
Angélica,
gotinhas em bicas de veneno.....kkkkkk
O texto é do cotidiano mesmo, que bom que gostou.
beijos e obrigado
Caro Sam,
sabe que nem havia me ocorrido isto??? Mas depois que você comentou acho que concordo também. Muito bom que as interpretações sejam várias, tudo fica mais rico,
muito obrigado
abraços
Cintia,
imagino você rindo aÃ, fico feliz que tenha gostado, eu e a Gi agradecemos
beijos
Max,
Eu não falei que não era sádico...hehehehe
Mas olha, nem chego perto daquela sua estória das formigas....rs
Obrigado
abração
Oi qquerido é sempre bom te ver em prosas ou versos.
Mandou bem nesse universo complicado das mulheres.
Pois é, amigas, fofocas e uma pitadinha de maldade dar sempre o ar da graça de vez em quando ness belo universo rosa.
Beijão
Branca,
é assim mesmo em qualquer nÃvel social? bem, espero que esta ficção brincadeira tenha divertido com humor.
beijos e obrigado
Oi, Cris, querido!
Gostei muito. É ficção, mas tão real!
Eu me acho linda, mas esse número GG é o meu.
Hahahaha!
Parabéns.
Beijos
Wal, que saudades
Pois, é daquelas ficções que a gente conhece ao sentar numa mesa de café em frente ao MASP esperando a Bea, por exemplo...rsrs. Daà conversamos, conversamos e pode-se criar tanta prosa desses encontros...Aqui foi mais um dia sentado à mesa do Martinica com a Giovana e voi-lá... Imagina se começarmos a colocar em prosas nossas prosas???? Vixe!!!
Vai ser bom demais....
beijos beijos
Joyce,
seria cópia de Joyce, o James? rs
Araço.
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