O tempo? Que importa!

Tentei achar meu caminho longe daqui.
Fui atrás de sonhos, alguns concretizados, outros ficaram no meio do caminho, mal sabia que o meu melhor sonho tinha ficado para trás... Você.

Vem cá, moça brejeira!
Traga seu olhar de menina desconfiada,
Também seu coração quente,
Que adianta ficar atrás da janela?

Foi assim que vi você pela primeira vez, quando peguei aquele atalho de chão batido, para nadar na cachoeira com alguns amigos.
Lembro das vezes que voltamos por aquele atalho e você e suas irmãs ficavam nos olhando de soslaio pelas frestas da janela.
Naquele tempo, nos meus sonhos, pegava você na garupa da minha moto para uma viagem nas alturas...
Levava você lá no alto da serra e lá em cima meus beijos faziam sua face corar de desejos. Sonhava...

Levei esse sonho comigo por um vida inteira, mais precisamente, vinte anos.
Por onde passei, a cada conquista, a cada derrota, a cada alegria ou tristeza, você retornava nos meus sonhos como uma página que insistia em não virar. Aquela menina de cabelos encaracolados e grandes olhos negros fazia morada no meu coração.

Estou voltando. Como nos sonhos, vou pegar aquele atalho, parar na sua janela e juntos vamos nas alturas, a serra nos espera. Não para cobri-la só de beijos, não só esquentar seus desejos, mas pedir para você encantar minha vida e alegrar meu coração.

Seus olhos de menina vão dizer sim. O sol entrará pela sua janela e fará brilhar sua vida para sempre.