Já não há tempo
Desde ontem envelhecemos
E o amor foi trocado por mentiras aborrecedoras
Talvez eu não consiga descarrilar o vagão do trem
Que peguei antes do veredicto final
É tarde para arrependimentos!
Condenei-me a uma sorte que não era a minha
Agora, em meio à ferrugem que corrói aquele cômodo mofado
Prendo meu olhar a um invisÃvel ponto que descobre
O trilho da vida que não escolhi
Nada vejo, além de destroços,
De indefinÃveis pontos que se desintegram
Ao ritmo da velocidade
Do tempo que já se foi
Debruço-me com a cabeça entre as mãos
Concentrando-me no chacoalhante movimento da
Locomotiva
Quando terei, sem perceber
Chegado à estação do velho tempo que desembarcou?!
Tempo estranho esse!
Nada vejo, nada ouço
Senão o vup vup da máquina que me transporta
Não há destino, não há caminho
Os passageiros tentam me confundir com suas fantasias
Colossais
Assim estonteante, aérea, salto de vagão em vagão
E vou encontrando todos – bichos homens!
Todos condenados ao mesmo cruel abismo
Vazio existencial
Ilusão intelectual
Todos... todos famintos
Sedentos de morte
Sedentos de morte
Morte!
Estágio infinito da busca
Busca do que não há!
Uma vida - dois caminhos
Não há um manual onde se possa entender como operar a vida. Mas as vidas estão dispostas de forma tal, numa tal sociedade, que nos faz entender menos ainda as suas funções.
Alguns alunos da UESPI decidiram escrever um artigo sobre a rosa da caatinga, e vasculharam seus cadernos de memórias.
Sem conhecê-la cotidianamente, foi possÃvel identificar na sua personalidade uma marca forte de desespero e um potencial suicida explÃcito. Ela justifica dizendo que o sofrimento é um dos maiores inspiradores de um poeta. Só consegue escrever na dor, mas por isso mesmo tem uma literatura muito parca, porque na sua memória as dores se dissipam muito rápido.
Embora extremamente embaraçada com a forma de consumo da vida, ela diz gastar seus sopros com a felicidade.
O Passagem Aérea é pois um rabisco do seu diário de bordo, e ela não pode negar.
Muito curioso e interessante a forma de escrever, aberta, livre (quase uma prosa), confessional.
Gostei demais.
Prendo meu olhar a um invisÃvel ponto que descobre
O trilho da vida que não escolhi...
Quando os trilhos são burgueses, querida o desgaste é confortável e bucólico somado a muitos preconceitos no
mundo todo...raça,sexo,religião...não existe um bom convÃvio.
Nos paÃses em desenvolvimento... teu texto é perfeito “sedentos de morte†ao entrar na vida dos que tem fome e estão acamados no leito eles pedemI isso. Está bem claro no filme Amor Sem Fronteiras a paciente acusa o médico você está tirando meu direito de morrer, mais ou menos por aÃ, quem quer ficar no
chão , no corredor da morte agonizando@!?
Parabéns querida !
beijos
"...a dor que arde no peito
E os olhos cansados de tanto olhar o caminho..."Aldy
Volto para votar
Bjinho
Quando terei, sem perceber
Chegado à estação do velho tempo que desembarcou?!
Tempo estranho esse!
Nada vejo, nada ouço
Rosa, gostei demais e além de tudo é musical menina.Separei essa parte com a qual me identifico.
Bjs e voto!
Pura metafÃsica o seu texto minha cara Rosa! Sua almna anda volitando pelos oráculos enquanto dormes! Voto e te mando um beijo!
raphaelreys · Montes Claros, MG 2/12/2008 07:22
Quando terei, sem perceber
Chegado à estação do velho tempo que desembarcou?!
Rosa,minha linda!
Que poema-prosa mais profundo,querida!
O homem e o tempo...nunca alcançamos o momento...tudo é tão rápido...flashs que vão passando pela retina,enquanto viajamos nesse trem, que de tão rápido,não conseguimos fixar as imagens ....tudo que fica é a dor do vazio das paisagens...da vontade de absorver qualquer coisa que possa marcar o tempo, que nos faça sentirmo-nos vivos...
Gostei muito!Adoro essa temática do tempo!!
Muito lindo!
Votado!!
Parabéns!
Bluebeijocas
Blue
Se tivesse um manual de vida seria ela seria meio sem graça
A adrenalina do incógnito é que acende o interesse de está sempre alerta e em luta e vivendo a cada dia uma esperança
Amei seus textos
Beijos
Por ar ou terra a gente sempre acaba viajando !
Um beijo !
Cara poetisa, a vida é um não chegar nunca, uma indefinição de papeis, todo processo criativo é dolorido, eu sempre pensei assim, acredito que seja por isso que Rosa prefere extirpar a criação da dor, é como se ao tirar a arte da dor ficasse-mos imunes aos dilacerantes.
Teu poema é de uma profundidade sem par, e para mim, carregado de metáforas.
Votado,
Abç..
Sofrimento e pessimismo, mas que se dissipa logo. Ótimo. Nem só na dor escreve o poeta, mas a poesia e a dor são muito amigas, de fato.
Marcos Pontes · Eunápolis, BA 7/12/2008 09:50A escrita das coisas da vida é sempre dolorosa. O expor-se a si mesmo já é assim. Excelente essa passagem aérea.
Juscelino Mendes · Campinas, SP 8/12/2008 11:47
Permita-me novamente exaltar:
"...Condenei-me a uma sorte que não era a minha,
Agora, em meio à ferrugem que corrói aquele cômodo mofado,
Prendo meu olhar a um invisÃvel ponto que descobre
O trilho da vida que não escolhi..."
Adorei, de coração...
Quanto mais alimentava meu olhar,
mais queria eu, poder deitar e deitar sem sair...
Pois são o que são, suas palavras, Belas...
Maravilha de texto. Lendo e relendo. Voto confirmado.
Feliz Natal e próspero2009. jbconrado.
rosa melo · Pio IX (PI)
Passagem Aérea
Uma Poesia triste de uma vida a dois que náo deu certo mas, que deixou uma grande licáo e uma luz no final.
A História náo acabou.
Esta luz no final libertou o espÃrito que é o importante.
O corpo é desta vida táo passageira e vazia.
A Alma é infinita e atingiu a emancipacáo é só se educar para voar infinitamente pelas imensidóes dos sonhos e santidades humanas nos exemplos de tantosmqu viveram e encantaram pelos cainhos que percorreram.
tem é de dinate da luz se libertar.
Parabéns pelo Trabalho.
Um pouco tarde mas, somando em reconhecimento pelo seu talento, pela licáo que seu trabalho encerra e pela alegria da luz.
Se puder sempre me convide para seus trabalhos.
Abracáo Amigo
Rosa, não tinha visto. Muito legal.
Feliz 2009
Excelentes versos , quase prosa, da verdade de uma alma solta. Parabens mesmo!
bj
Rosa, bonitos versos. Parabéns!!!! Lido e votado...
Angela Lara · Porto Alegre, RS 13/1/2009 15:26
Rosa,
Como escreveu a saudosa Dolores Duran:-
" Assim como o poeta, só é grande se sofrer."
Beijos
Rosa.
Belo Texto!VotadÃssimo.Abração procê!!!
Rosa,
Relendo e apreciando a bela poesia.É um show!Abração amigo.
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