Pedrada (do verbo pedrar)
Ali está ela!
Sentada sobre a pedra
na calçada.
Descalça
sob a pedra que a consome
diariamente consumida
com_pulsão.
Não restará pedra sobre pedra
para_a_nóia desse escombro
que um dia foi castelo.
Jairo Cerqueira
Pessoas entorpecidas constroem suas ruÃnas à base de pó e pedras; depois, vagueiam pelos seus desertos urbanos a desfrutar da cronologia empobrecida e exÃgua na ampulheta da morte.
Definitivamente, mesmo estando no meio do caminho, esta pedra não incomoda nada !
um beijo !
Grande Jairo,
"Não restará pedra sobre pedra" nesta pedreira que, consumindo ou não, foi inspiração para este poema de palavras ásperas e precisas.
Abraço e voltarei.
É,irmão Jairo,quanta sensibilidade e quanta denúncia neste poema-verdade.Quanta clareza com vistas ao problema social de tanta gravidade.Só os olhos do poeta paraversejar sobre a crueza da rua,a crueza da morte anunciada.Belo.grnde ami.Um feliz carnaval para voces.Que se animem bastante ao som da melhor música carnvalesca.Abraço,amigo.
Cezar Ubaldo · Feira de Santana, BA 9/2/2010 21:57
Obrigado Alcanu, Serjão e Cezar.
Um carnaval maravilhoso pra vo6.
Jairo
é verdade, repousa em nós o poder de construir ou destruir
bjs
Grato Doroni. Mas ressalvo que existem coisas em nossas vidas que não dependem somente de nosso julgamento do que seja certo ou errado. O vÃcio é uma delas.
Um beijo!
Ou melhor... penso que existem.
Jairo de Salinas · Salinas da Margarida, BA 10/2/2010 13:59
Camarada...
Sou nascido do meio da pobreza do norte do estado do Rio de Janeiro, mas fui criado comendo a lama das ruas sem asfalto dos subúrbios do sul da cidade de São Paulo.
Fui criança de pés no chão e nariz escorrendo e presenciei meu primeiro assassinato antes de completar meu 6º aniversário.
Cresci e agora andam me besuntando de muitas importâncias por causa das atividades que aprendi (?) e desenvolvo.
Mas, quando volto pra casa subindo o morro – porque ainda moro na mesma favela que viu crescer, embora agora tenhamos asfalto e eu receba conta de energia elétrica – e vejo os ex-colegas do primário ou os parceirinhos que moram pelo bairro: dentes cariados, camisas de times de futebol falsificadas, escrachados baforadores de cola, rolando sujos pelo sujo do chão. Com uma ou sem nenhuma refeição até aquelas horas da madrugada.
Não sei... difÃcil não passar sem sentir uma certa vergonha quando uma pergunta, não, uma sensação – forte como uma mordida – se mostra pra mim, reta com um soco bem dado: por que não eu? Onde foi que me desviei para não estar ali, com as mesmas cicatrizes e micoses, com a mesma cara magra e ossuda, com a mesma falta (por e por fora) de perspectiva e a total ausência e consciência disso?
Não sei... sinto apenas uma vergonha funda, um peso nos passos dos pés que vão dentro de sapatos caros.
Olho de soslaio, com muito mais respeito do que olharia para minha própria mãe. A boca treme. Resmungo: “salve, rapaziadaâ€. “Salve, Irmão do Léoâ€, respondem eles fazendo menção ao meu irmão ex-traficante, e riem mostrando os buracos pretos nos dentes amarelos em suas caras negras.
Não sei... realmente não sei, Jairo.
Vai em mim muito mais pesado do que o que possa dizer.
Estou muito mais por dentro do que por fora deste teu poema...
Seu comentário se tornou uma crônica, Escaleno. Face ao amontoado de verdades particulares que vc expôs. Às vezes a vida é um mar de interrogações para quem escapa e uma droga de desesperanças para quem se afunda.
Um abraço!
sinal dos tempos...ou do fim deles...
certamente !
mas...ainda dá pra "empedrar" alumas estrofes, mesmo com tema assim, assim...
muito bom !
Devemos construir com as pedras que encontramos ou nos são atiradas....
A vida é uma pedreira? A vida é a escola que nos ensina a desviar-nos das pedras e a conviver com elas e o que podemos fazer para algumas pedradas?
Vejamos tudo retratado na cronica do nosso companheiro Escaleno e na sua poesia e nos comentários super abalizados dos demais companheiros, a vida é isso um amontoado de pedras (retalhos) que devemos unir.
abraços
kfarias.
...e de pedra em pedra a gente vai se reconstruindo, poeta!
bjsssssss;
Fiquei sensibilizada com o comentário do Escaleno; a realidade nua e crua. Ele conseguiu achar o caminho das pedras... mas nem todos têm essa sorte. Quem sabe usar as pedras, constroi uma fortaleza...
Beijossss
Joe, Kfarias, Mamma e Cláudia.
Um beijo no coração de vo6.
Eu lhes desejo um ótimo carnaval.
Ola menino...
Sardades tb... Ha tantas pedras no nosso caminho que devemos remove-las e delas criar um novo sustento.
Beijinhoss carinhosos.
Brigadinho, Ilia. Um feliz carnaval procê!
Jairo de Salinas · Salinas da Margarida, BA 11/2/2010 22:20
carnaval é a pedra no meu caminho....rsrs
detesssssssssto......
bjsssss;
voltando
não concordo jairo ...
todo o vicio depende de nossa força de vontade para superar. Não adianta a ajuda de todos se não partir de você mesmo a vontade de se reerguer.
bjs
3 Jairo de Salinas · Salinas da Margarida, BA
Pedrada (do verbo pedrar)
Igual ao Mestre Carlos Drummond de Andrada com sua Pedra no Caminho para a gente refletir na vida, nos sonhos, nos amores e na Liberdade.
Paranóia louca este mundo de desigualdades Sociais tão louco, que não tem deixado ninguém ser feliz em meio a fome, exclusão e miséria pelo mundo.
Um dia, das pedras sobre pedras que restam desta
para_a_nóia em escombros, será construido um
belo castelo para abrigar toda nossa irmandade, unida e feliz construindo um mundo melhor para todos.
Parabéns pelo Trabalho que faz a gente pensar.
Abração Amigo para todos.
Grande Azuir. Obrigado, amigo.
Jairo de Salinas · Salinas da Margarida, BA 13/2/2010 13:09
égus,não sbrará pedra sobre pedra?
o negócio vai ser brutal hein?
Gostei bastante Jairo,
Realmente há muitas pedras, pós e ervas destruindo a vida de muita gente não só pelas ruas, mais em todos os lugares.
Muito bem escrito seu poema.
Abraços
O que estamos construindo?
Castelos de Ilusões em cima de areias?
Bom estar aqui amigo. jbconrado
Belo poema! Sempre bom ver referência ao mestre Drummond.
VinÃcius Motta · Rio de Janeiro, RJ 15/2/2010 20:15gosto muito do que escreve amigo, parabéns. um grande abraço.
O NOVO POETA.(W.Marques). · Franca, SP 16/2/2010 23:09
Salve poeta.
Que dizer dpois de tantos e merecidos elegios, não seria eu capaz de
erigir uma caixa de papelão, depois dessa "
Não restará pedra sobre pedra
para_a_nóia desse escombro
que um dia foi castelo.
Parabéns
Gteixeira
ai, ai.. menino.. adoro como vc escreve viu!!
Ali está ela!
Sentada sobre a pedra
na calçada.
Descalça
amei... tá votadÃssimooo
Oi lindo me visita viu? atchimmmmmm
http://www.overmundo.com.br/banco/nostalgie-dont
o que um dia foi castelo pode voltar a ser, não custa esperar...
Greyce Kelly Cruz · São LuÃs, MA 22/2/2010 14:34Valeu galera. Obrigado genteeeeeeeeeeeeeeee
Jairo de Salinas · Salinas da Margarida, BA 22/2/2010 16:48
Você e a Rai são meu neologistas preferidos, subvertem a sintaxe e fazem miséria com a regra como ninguém, dignos do mais precioso elogio. Em você sinto o significado da poesia de gullar que diz que a poesia é como puta nova em frente ao palacio da alvorada. o estranhamento dessa poesia ficou perfeito, um ser e a pedra tornan-se um só, a junção do ser vivo com o ser morto, encontro da vida e morte em poucas e lindas palavras, em outras palavras, só mestres como você consegue. Votado com todo o mérito.
Sou o LuÃs, o ~´ultimo literário, minha senha, o sistema não quis mais aceitar, por isso resolvi criar um outro perfil.
Muito boa poeta.
Não restará pedra sobre pedra... e como ficará nossos castelhos de sonhos.
Seriamente reflexiva.
Gteixeira
Obrigado, LuÃs. Você é um luxo, cara.
GracÃlio, meu querido cronista, estamos à mercê dessa pedra que a nada edifica.
Deus tome conta.
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