PELO LADO QUE DESCE
demasiado humano
a dissolver devagar
tudo que era normalidade
ao resto do mundo, agora não
dê-me amor pelo lado que desce
como um cinema
sem rotina, prateado
a noite mágica
o sal da eternidade
eu, a conserva
nenhum aviso será dado
nenhuma palavra visÃvel
dos que vierem depois
nas vidraças multifacetadas
reflexos
na poeira do frio
na cidade das lembranças
meu corpo guarda
quem me fez o bem
amigos, faces tantas
desleais, a escória
na sola do pé
rompendo cordas
abrindo livros
refaço toda minha estória
porque o amor não cabe
na máquina fotográfica
a faca não corta o fogo
a armadura que me reveste
toda sÃlaba
cintila tinta azul marinho
no rosto de lágrima, fenda
cante pra mim
pássaros
farão o sentir do meu coração
que há vinho barato na ponte
a tingir-me
e os joelhos
terão coragem
vendo cerejas
florindo em chamas
nos troncos
a anatomia estranha
ver deus e crimes
o perdão, redenção
as moedas de troca
num volume maior d'água
os desejos, os três
trindade,
ah! espÃrito!
a poesia de pé altiva
a dança, a bailarina
e o impulso
para voar todos os dias
momentos todos, todos
em versos, a profusão
da alegria dos homens
peixes...um cardume
como velas
a arderem até o fim
ah! vida!
cintia thome
2013
Tua poética - fina e orquÃdica - é como pão na mesa do mundo. Ave, Cintia!
Benny Franklin · Belém, PA 17/8/2013 11:37Para comentar é preciso estar logado no site. Faça primeiro seu login ou registre-se no Overmundo, e adicione seus comentários em seguida.
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