Performance e Identidade no Rio - Do Samba ao Baile Funk

A Aventura de Pesquisar
Olá! Caros amigos internautas e seguidores do overmundo. Aqui apresento o resumo da minha tese de dissertação que foi defendida na Universidade de Viena, no Departamento de Ciências das Mídias, em dezembro do ano passado.
Em “Performative Aspects of Brazilian Music as Means of Creating Identity in Rio de Janeiro� analisei o papel do aspecto performativo de dois eventos tipicamente cariocas, o desfile das escolas de samba e o baile funk. O aspecto performativo nada mais é que a dança dos dois estilos musicais e que possuem um ponto em comum: o movimento dos quadris.
Em função de um passado colonial de exploração, a população africana chegou em território brasileiro como escravos. Trouxeram sua cultura, que foi se incorporando aos poucos, nas tradições populares brasileiras, como algo espontâneo. Foi assim com o samba, como movimento cultural, na década de trinta e mais tarde, já na década de setenta, com o movimento funk carioca.
Apesar de ter deixado sua marca na cultura brasileira, a população hoje afro-brasileira é ainda que possue maior déficit educacional, comparada com a população branca. Podemos nos apoiar com estatísticas do IBGE ou mesmo acompanhar um noticiário carioca, para perceber que boa parte dos chamados “elementos� possuem cor de pele mais escura. Será que essas pessoas querem ser realmente “elementos�?
Nesta tese confrontei os conceitos de performance, campo de pesquisa relativamente novo, que estuda eventos como teatro e concerto de música como performances, com um trabalho de pesquisa, no Rio avaliando tanto o desfile das escolas de samba e o baile funk dentro deste conceito.
O que chamo de aventura, foi a dificuldade de encontrar material sobre o tema, tanto das escolas de samba e como do baile funk. A grande parte dos livros, quando tem, já estão com suas edições estouradas. E os novos custam muito! Tive a sorte de ter conseguido uma bolsa de estudo junto a Universidade de Viena.
A aventura também no aspecto positivo, das pessoas que encontrei ao longo deste projeto, tanto na Austria como no Brasil, a todos os entrevistados que através de seus depoimentos contribuíram com a tese. Adorei me aventurar nesta pesquisa, e espero me aventurar mais vezes!

Adriana.