Poema 1

Seres divagares
entre funchos e zonas perfeitas
o silencio do quarto
deitado no poço frio e seco
Luzes claridores
clarivergentes que permeiam
o céu de nuvens fofas
gostosas zonzas a cair
cheirando a moldar macio o rosto
Dispara e despe
a noite que se veste de
noite-rainha-primeira
que deixa por tranca enciumada
a lua branca azedobronze em trança
Doce luz que engana
desflora em perfume de rosa
engenhosa frutirrosa plurirrosa
que gosta de ser em prosa
prazer de me ver zelar
O sangue que de sua veia
corre feito água
-infame água, infame sangue
que bebo com enorme dor de rio
com meu lábio bobo, em sua coisa no chão
Minha paixão é como temer a Deus
ao pó e em pó cilindra
em tempestade e nuvem coagulante