“Um homem só deve falar, com impecável segurança e pureza, a lÃngua da sua terra: todas as outras as deve falar mal, orgulhosamente mal, com aquele acento chato e falso que denuncia logo o estrangeiroâ€.
Na lÃngua verdadeiramente reside à nacionalidade; e quem for possuÃdo com crescente perfeição os idiomas da Europa, vai gradualmente sofrendo uma desnacionalização. Não há já para ele o especial e exclusivo encanto da fala materna com as suas influências afectivas, que o envolvem, o isolam das outras raças; e o cosmopolitismo do Verbo irremediavelmente lhe dá o cosmopolitismo do caráter. Por isso o poliglota nunca é patriota.
Com cada idioma alheio que assimila introduzem-se-lhe no organismo moral modos alheios de pensar, modos alheios de sentir.
O seu patriotismo desaparece, diluÃdo em estrangeirismo...
Por outro lado, o esforço contÃnuo de um homem para exprimir, com genuÃna e exacta propriedade de construção e de acento, em idiomas estranhos - isto é: o esforço para se confundir com gentes estranhas no que elas têm de essencialmente caracterÃstico, o Verbo – apaga nele toda a individualidade nativa. Ao fim de anos, esse habilidoso, que chegou a falar absolutamente bem outras lÃnguas além da sua, perdeu toda a originalidade de espÃrito, porque as suas idéias forçosamente devem ter a natureza incaracteristica e neutra que lhes permita serem indiferentemente adaptadas ás lÃnguas mais opostas em carácter e gênio. Devem, de facto, ser como aqueles corpos de pobre, de que cabem bem na roupa de toda a gente.
Além disso, o propósito de pronunciar com perfeição lÃnguas estrangeiras constitui uma lamentável sabujice para com o estrangeiro. Há aÃ, diante dele, como o desejo servil de não sermos nós mesmos de nos fundirmos nele, no que ele tem de mais seu, de mais próprio – o Vocábulo, Ora isto é uma abdicação de dignidade nacional.
“Não, minha Senhora! Falemos nobremente mal, patrioticamente mal, as lÃnguas dos outros! ...â€
Apenas pensamentos que quero dividi-los e quem sabe entreter com todos por aqui. Abraços!!!
Higor Assis · São Paulo, SP 4/7/2007 11:45Belo texto, palavras de finas estampas. Parabéns.
Benny Franklin · Belém, PA 4/7/2007 18:48
Higor,
Dois olhares diferenciasdos: o da imgem e o da escrita. Ambas bem inteligentes!
Parabéns pela imagem/ conteúdo e pelo texto de Maria José. Duas grandezas juntas!
Marluce
Oi Marluce.
O texto é do Eça de queiroz, grande escritor Português.
Higor,
Que mico!!!! Eu pensei que era de outro escritor, rsrsrsrsrsrs Eu não sabia que podia postar texto de outros escritores assim, tipo Eça de Queiroz. Eu não conhecia esse texto, melhor assim, comprovada a grandeza do grande escritor Português Eça de Queiroz.
Parabéns pela sua criatividade, a foto é o olhar mais preciso nesse caso!
Marluce
Oi Marluce.
São pensamentos minha amiga, agradecido!
Adorei a colaboração!
Amanda Maia · Salvador, BA 6/7/2007 17:24
Linney.
Tenho este texto guardado a anos e resolvi compartilhar com os amigos.
Maravilhosa crônica Higor,
Eu acho que é justamente por comungar dessa sua visão que eu desisti de aprender inglês.
Abçs!!!
Valeu Marcio.
Eu também desisti e sofro por isso, mas sou valente rs..
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