Muitos amigos andam perguntando por onde tenho andado. Para esses corações bondosos e fraternos respondo que precisei ir atrás de arrumar o muito que já andava desarrumado no meu interior. Como a vida, muitas vezes, retalha nossas almas, tirei um tempo para refazer e costurar muitos dos meus próprios pedaços que andavam espalhados pelas noites dos anos e outros pelas esquinas escuras das desesperanças.
Nesses quase quarenta dias de ausência, sonhei, que grande ilusão, que poderia copiar as almas dos santos e ser o amortecedor de todas as minhas dores e de muitos sofrimentos alheios que tenho presenciado durante a minha caminhada. Talvez, não tenha conseguido grandes vitórias, mas, as poucas que consegui, fizeram com que essa decisão não terminasse com o amargor da inutilidade total.
Aprendi nesse meu forçado retiro do espÃrito que não podemos jamais apagar nossas dores, nem maquiar nossas cicatrizes. Podemos, entretanto, administrar nossos infortúnios, principalmente, se perseverarmos em buscar no invisÃvel a fé que um dia pensamos não mais existir. Fácil conclusão... embora sendo de dificÃlima execução. O certo é que estou de volta, porque também aprendi que nada é impossÃvel para os corações que não desistem do amanhã.
Durante esse tempo, dormia tão tarde e acordava tão cedo que nem dava tempo para sonhar ou pensar nos múltiplos encantamentos que a vida pode nos oferecer, fatos que só os corações riscados pela foice da perda podem e sabem sentir. Coisas da vida, disse-me um amigo durante uma conversa. Coisas da inexistência de vida, retruquei.
Talvez, por ser profundamente angustiante nossa visão de humanos, nos sentimos, muitas vezes, impotentes para podar nossas saudades e ficamos quase a desistir de acreditar na eternidade, nos reencontros soberbos entre a carne e o espÃrito, entre a vida e a vida eterna, entre um passado insÃpido e o futuro infinitamente feliz, acabamos, por culpa dessas incertezas, vivendo muitos apavorantes momentos de solidão e de um dilacerante estado emocional.
De repente nos sentimos perdidos no meio da selva da vida e não conseguimos ver o dedo iluminado de Deus nos apontando o caminho da luz, do sol da liberdade interior. Agora, mais do que nunca, sei o quanto devem sofrer os corações ateus.
Mesmo rodeado de multidões. De braços e pernas que caminham acelerados para o sempre, viramos reféns desses sofridos momentos de nos sentirmos prisioneiros de um cativeiro sem grades. Nessa hora viramos uma ingrata e cinza realidade de um inverno interior. É na precisão de um segundo que precisamos ser audazes para não adormecermos nos braços do infortúnio, do desanimo, da apatia pela vida.
Quando conseguimos perceber que já nos cansa ver nossas próprias cicatrizes e não mais vibramos com o esplendor das alvoradas. Quando somos a dor que não mais encontra o remédio salvador e quando os finais de tarde nos parecem melancólicos, angustiantes, monótonos, precisamos ser prudentes para frear essa onda gigantesca que sobe dos noturnos oceanos espumantes da desilusão e das tristezas infindas.
Quando a floração encantada da vida murcha seu viço no solo da nossa alma por culpa das dores de uma solidão que fica a verrumar nossos corações a cada segundo do dia, precisamos repensar urgentemente nossas caminhadas. Se nos sentimos isolados de tudo por fatos da vida que já aconteceram e não mais podemos mudar, remediar, é de bom senso não esquecermos que sempre teremos tempo de olhar para frente, de dar um novo passo para reconstruirmos a felicidade que um dia pensamos que partiu para não mais voltar.
Depois de cuidar das coisas da alma, volto a escrever com a tinta divina da fé, que abençoadamente penso recuperada e porque torno a sentir no coração que cada amanhecer pode ser sempre o começo para uma revirada da vida. Volto, dessa maneira, a ser o avesso da desesperança, o lado contrário da dor.
Volto a escrever, tentando revirar a vida pelas mãos da esperança.
Que bela volta Amigo,
apesar da dor e do imenso sofrimento.
Às vezes precisamos nos refugiar um pouco. Ir atrás dos nossos vazios, remendar a alma, costurar as cicatrizes... enfim, enferntar-nos a nós e nós mesmos. São as nossas dores, pedaços das nossas vidas que se desagarram em algum momento. Mas precisam ser resgatadas, costuradas e devidamente saradas. Isto é a vida e assim vivemos.
Não vivemos somente de sorrisos, de alegrias e de fantasias. Há o inverso e este sim, é de verdade. Dói, machuca, maltrata e nos tiram a paz. Às vezes até a crença. Mas como tudo passa. E como somos mestres em superações. Nos recompomos, nos moldamos e pedimos emprestado a força do alto. e pode ter certeza, de que nunca estamos sozinhos. Mesmo diante do mais intenso combate, da mais intensa dor. Nos chega como um sopro sublime a auto-confiança, o alento e por fim... a vontade de estarmos de pé outra vez.
Assim somos, assim vivemos e a vida vai seguindo o seu curso...
Te asseguro que voltaste em boa hora. Etroussestes um pouco de ti para nós...
Obrigada!
beijos
Noelio Mello · Belém (PA)
REVIRANDO A VIDA
Grande Mestre Poeta como Sempre voltou inspirado trazendo um banho de sabedoria e de sentimento para a gente.
Muita paixáo e Paz, Muito Amor e Luz.
Veio com a forca de Belém e do seu Cirio Poderoso que espalha Fé e Felicidade.
Seja Bemvindo Mestre Amigo.
Maior satisfacáo lhe abracar e como sempre seguir nas suas palavras que nos orientam para o bem e para o alto.
Parabéns ,
Abracáo Amigo
Que bom te-lo de volta Noélio
Aqui somos como uma famÃlia,qdo um se afasta todos sentem falta
Seja bem vindo
Beijos
E como te entendo, poeta,
ja cheguei ao abismo das emoções, creia.
Q sua volta seja de pura inspiração...
te acompanharei... pq és mtooooooo bom.
bjsss;)
Hei Noélio.Saudades mano veio! Que bom reencontrá-lo no campo de batalha. Sabia que cedo ou umpouco mais tarde nos encontrarÃamos novamente. Precisamos de Você pois somos sementes do mesmo Fruto.
Luz. Saúde e Paz poetamigo! Jbconrado.
Grane retorno amigo!A vida e um eterno recomeçar...Felizes o que recomeçam! O renascer e melhor, porque sabemos dele!
Grande parceiro!
Abraços
Não importa em tens andado; importa que tenhas voltado. Abraços, meu caro!
Juscelino Mendes · Campinas, SP 19/3/2009 18:57
Noélio, que bom que você voltou.
Parece que os 40 dias de deserto valeram a pena!
bjs
Noelio,
eu havia me ausentado há muito mais tempo em protesto aos erros e a falta de respeito dos administradores desse site com os overmanos, mas infelizmente parece que nada mudou. Os nossos valiosos trabalhos continuam sustentando essse espaço sem que tenhamos o devido respeito e consideração. É lamentável...
Um forte abraço
Parceiro Noélio...
Diante de teu relato ponho-me a imaginar o vazio dos ateus, daqueles para quem a morte é o retorno ao "nada" , para quem não existe um amanhã e trazendo a alma carente de Fé se entregam combalidos, vencidos, ante o primeiro golpe que a vida lhes desfere.
Seja bem vindo, parceiro. A sua ausência estava nos fazenda falta.
Um grande abraço
Esse caminhar para dentro de nós mesmos é importante meu caro overmano! Beleza. Nos conte os detalhes da meditação! Meu voto!
raphaelreys · Montes Claros, MG 20/3/2009 15:27
Noelio,
que maravilha de texto.
As vezes se faz necessario umm tempo para que possamos
cuidar de nosso coração machucado e nosa alma ferida.
Só quando compreendemos que esses espinhos fazem
parte da vida, é que o sol volta a brilhar e o
amor por nos mesmo triunfa
Gostei de sua volta
bjs
Caro, Noélio!!!
Que saudades de vc e do seu texto!!
Que bom que vc voltou recuperado e cheio de esperança!!
A vida é assim mesmo, uma montanha-russa...o tempo inteiro oscilando....e nós nunca podmeos perder de vista a esperança de
reencontrara a paz de espÃrito...o equilÃbrio.
Agora sou eu que me retiro um pouco,para resolver algumas coisas
pessoais....mas logo voltarei,tá legal?
Um beijo em seu coração e muito obrigada pelos momentos compartilhados!
Rai
Blue
Noelio,
Seu retorno ao calor de nossa amizade, é motivo de muita comemoração, o espaço que vc. consquistou em nosso relicário de afeição e admiração, estará sempre de portas abertas para te receber com o carinho que vc. merece.
Abraços
Que bela e espera volta. E que bela e grandiosa lição; e que profundo texto. Essa capacidade de aliar as palavras ao pensamento
não pode mesmo ficar guarda, deve, sim, ser exposta.
abraço, (vamos em frente)
andre
Volte a sorrir, as dores serão sempre as mesmas e se as alimentamos arrasamos com o resto que temos aqui que já é pouco, tÃnhamos mais...mas ainda o que temos deve ser transformado em alegria, um tempo de paz e deixar de lado tudo que nos incomoda...
Noelio já somos cansados, não nos cansemos no que nao tem jeito e nem nunca terá
Fé.
Noelio: este seu texto é lindo, porque tecido pelo desejo de paz e esperança. Bom demais o seu retorno. Paz em Ñanderu (Nosso Pai, em guarani), Grauninha
graça grauna · Recife, PE 22/3/2009 20:48
Querido,
A esperança é mesmo uma grande força, que nos empurra para frente.
Estou aqui, de madrugada, pensando nos rumos de minha vida e descobrÃ, antes tarde, que somos nós quem decidimos nosso destino. Está nas nossas mãos, portanto, a direção que queremos seguir.
Acreditar mais na intuição nos protege da desilusão. Assim como alimentar sentimentos que já não nos bastam...
Que boa sua volta! Bem vinda a esperança!
bjim
Bons ventos inspirados o trouxeram nos braços....
Lindo!
Belo do Belo!
(âmago do teu coração que me apraz, muito...)
Abçs.
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