ROCHA MIRANDA SEPÊ DA TRADIÇÃO

ROCHA MIRANDA SEPÊ DA TRADIÇÃO

Do Caminho de Madureira, lindos Morros a passar.
A paisagem tão brejeira, desperta o senso de amar.
No show gente de beleza, maravilhando imensidão
Rocha Miranda é Princesa, Sepê da antiga tradição.

Que Terra boa acolhedora, nela plantando tudo dá.
Amor força impulsionadora, faziam flores plantar.
Formou um povo beleza, Terra de toda animação.
Rocha Miranda é Princesa, Sepê da antiga tradição.

Sempre ação redentora, pra vida e mundo melhorar.
Em uma saga realizadora, e todos podiam desfrutar.
O Trabalho dando destreza, faz essa terra ser nação.
Rocha Miranda é Princesa, Sepê da antiga tradição.

Local lindo resguardando, liberdade que se queria.
Protegendo e realizando, na grande rocha alforria.
Uma escarpada fortaleza, Quilombo emancipação.
Rocha Miranda é Princesa, Sepê da antiga tradição.

Dava o morar sagrado, tamanho aconchego utopia.
Do seu mato abençoado, tão confortável moradia.
Com hospitalidade e nobreza, cada um era irmão.
Rocha Miranda é Princesa, Sepê da antiga tradição.

Ali se produzia com juízo, chuvas regulares e sol.
Pra todos fugidos paraíso, um verdadeiro arrebol.
E na cultura a braveza, e memória de insurreição.
Rocha Miranda é Princesa, Sepê da antiga tradição.

Os cruzamentos pradaria, mula sem cabeça a passar.
Zumbi fascinante na magia, representava o libertar.
Nunca floresceu avareza, show de ajuda e dar a mão.
Rocha Miranda é Princesa, Sepê da antiga tradição.

Disposição e consciência, tambores nunca mudos.
Aos Ancestrais reverência, para Zumbi e Canudos.
Justiça e paz com certeza, todos pediam em oração.
Rocha Miranda é Princesa, Sepê da antiga tradição.

Com a ancestralidade, no sol da liberdade a raiar.
Irmanando a comunidade, com humildade cuidar
Humanidade tem toda justeza, não é luta em vão.
Rocha Miranda é Princesa, Sepê da antiga tradição.

Azuir Filho e Turmas: Do Social da Unicamp e, de Amigos, de: Rocha Miranda, Rio, RJ e, de Mosqueiro, Belém, PA.

Poesia de Homenagem a memória de Rocha Miranda, Princesa da Linha Auxiliar da Estrada de Ferro Central do Brasil. Na sua memória oral, com a Velha Guarda, em plena Praça 8 de Maio, a Tradição perdura viva e bela na sua forma poética e romântica, pois sempre se sonhou com a liberdade e um mundo melhor, nesta região toda tão bela, com a vida valendo a pena para todos, numa Irmandade Humana, em estado de comunhão, como no Quilombo dos Palmares e como Jesus vivia com os Apóstolos na Palestina. As velhas Parteiras da Comunidade do Faz Quem Quer, no morro do Sapê, eram as guardiãs dessas memórias e passavam suas informações para os jovens nos dias de vigílias, de festas ou de dores quando em doenças ou perdas de entes queridos. Reuniões destes momentos de reflexão e das lembranças das lutas e dificuldades dos antepassados. Havia Noticias de que recebiam visitas do pessoal que veio de Canudos e que moravam nas favelas do Centro do Rio, dos morros da Providência e de Santo Antonio, este morro que foi derrubado. Sabiam do Povo de Conselheiro e de Zumbi Palmares, por isso havia as encruzilhadas de Zumbi e Canudos, depois vai haver o Campo do Zumbi que vai durar até os anos 50, perto de Honório Muguengue Colina.
Teve a Escola no Campo e, a Escola de Samba do Zumbi e a Quadra do Zumbi.
Todo um ambiente sagrado de relação fraterna que hoje se manifesta na memória do Ailton Antunes Tancillo e Jane, no Mulato da Maria Preta e, no Internacional, na Turma de Turiaçu, e nos Sambistas da Ala dos Guanabarinos da portela.
Quem beber da água fresca da fonte do Morro Faz Quem Quer, sente o ar da esperança e a motivação de que não se esta só e nem abandonado, e que a redenção virá para todos. Rocha Miranda igual ao Rio de Janeiro e a todo o Brasil tem a raiz da sua História de Lutas, nos Índios e negros que escravizados resistiram sempre e somando aos Brancos nas suas dificuldades, conseguindo vitórias que lhes fizessem crer em chances de uma vitória final. Por Todo Lugar tradição da União, Avenida dos Italianos, famoso Largo do redondo, Praça de Rocha Miranda, Clube Zumbi, Internaional, Gremio e Acirm. Em cada local todos acalentam, Coração é Quilombo. e se preparam com amor, caprichando e cantando em verso e prosa.