O filme Tropa de elite 1 e 2, ou qualquer outro sequencial da saga, remete-nos a algumas analises,
ao contrario de modestamente pensar o paradigma da (in)segurança contemporânea.
Capitão Nascimento seria o nascimento de um novo herói !
Divirjo do significado recorrente, divulgado e aceito, do conceito de herói.
Heróis não objetivam analisar e erradicar, em seu cerne, determinados problemas. Eles existem com um único objetivo, sedimentar um arquétipo maldito. Este arquétipo tem como meta, vigiar, punir, domar ou submeter, ou até mesmo aniquilar. Por este motivo, heróis agem instintivamente. O mito de Hércules e seus doze trabalhos, paira sobre nosso pensamento até os dias atuais.
Paradoxalmente, todos carregamos nossos modelos de heróis especÃficos.
Se pensássemos melhor, entenderÃamos que a violência urbana não se trata de caso de policia, a policia apenas empurra a violência, expulsa para fora de seus domÃnios ou cercanias, por isso existem as fronteiras e fronteiras nada mais são que cercas.
Cidade limpa é cidade policiada. Policia eficiente é policia incorruptÃvel. Diriam-nos os menos avisados. Quantas vezes pegamos estas frases soltas no ar ? Ditas com propósitos especÃficos, ou por falta de conhecimento, deixando-nos a noção, que policia é sinônimo de “profilaxia étnicaâ€.
Violência existe por alguns motivos que não o de (in)segurança apenas, policia é apenas um aparato do estado, um mecanismo de força. Geralmente não têm muito o que fazer enquanto o crime é cÃclico e dinâmico.
A violência:
Sendo que: “Pobreza é a promotora da violênciaâ€. -Como nos dizem alguns-. E...“Violência gera violênciaâ€. -Como nos dizem outros-. Temos então... “A pobreza gerando a violênciaâ€. Porém, “Se ao estado cabe promover a riqueza†e (por incapacidade) o estado “promove a pobrezaâ€. “Então, temos o estado gerando a violênciaâ€. Por consequência, a violência é criada e completamente controlável, porque seu núcleo esta no estado, gerada por ele. Simples não ?
Vamos levar o pensamento de outra forma. O estado seria o patrocinador de todos os cidadãos.
Assim, caberia ao estado, a promoção e elevação do ser humano à sua condição social idealizada. O sonho de consumo máximo, é um ideal inatingÃvel a todos, (não existe ouro, diamantes, Ferrari's, iates, mansões, rolex's e mulheres fisicamente padronizadas, como objeto de consumo para todos, neste ultimo caso o inverso também é um fato).
E se existisse?
Se existisse não seria sonho de consumo. Seriam apenas objetos simples, tangÃveis.
Neste ponto está a grande sacada do sistema de consumo, criar objetos inalcançáveis para a maioria e é este sonho, ou desejo de alcançar o inalcançável, o produtor das neuroses. Assim Freud ligou a raiz etiológica de todas as neuroses, aos desejos recaldados na infância, isto é, desejos anteriores.
Para banir a violência:
Violência apenas será banida completamente, quando:
*Eliminarmos do nosso 'dicionario' as palavras; sonho, desejo, possessão, pré-conceitos, sociedade de consumo, exploração (do homem pelo homem, de animais, ou da natureza para fins de acumulo) e outras.
Eliminar do 'dicionario' é apenas uma metáfora, sabemos que o problema é muito complexo, muito além da eliminação léxica de algum substantivo. Patrocinarmos às crianças, adolescentes e jovens; um futuro digno. Futuro onde todos possamos ter conforto, alegria, saúde, cultura, alimentação descente, educação focada para a elevação intelectual de todos, lazer de qualidade, onde possamos confiar nos outros seres humanos numa verdadeira comunhão fraterna, enfim, que exista luz no fim do túnel, ou certeza de um amanhã, resumindo uma sociedade igualitária.
Alguém acredita que isso é possÃvel dentro deste estado de coisas?
Alguns diriam. O Brasil é um paÃs do terceiro mundo, violência é tipica do terceiro mundo.
E paÃses considerados do primeiro mundo? Como explicar o alto nÃvel de violência ?
Dependendo de cada pais, constroem-se a ideia de desejos em maior ou menor grau.
Os números:
Absurdo são os números no Brasil.
No pais as policias militares estaduais somam quase 450.000 funcionários, as forças armadas perto a 320.000, a policia civil próximo a 105.000. A este numero soma-se 431.000 de vigilantes privados (braço particular de apoio a forças de segurança), os vigilantes privados contam ainda com 1.100.000 elementos inativos cadastrados. Força inativa esta, apta a entrar em ação a qualquer necessidade, dependendo da contingencia, estes números são próximos. Não foram inclusos os funcionários do sistema judiciário e carcerário, os funcionários das forças armadas aposentados e os bombeiros.
Como vemos, se violência fosse apenas uma questão de segurança publica, terÃamos tudo equacionado, com a correta gestão desta gigantesca guarnição heterogênea, terÃamos algo igual a um agente publico/privado para grupo de cem pessoas em media. Fico imaginando, se tivéssemos uma proporção desta para os profissionais da medicina, ou da educação. ViverÃamos um paraÃso!
Porém, não trata de termos um aparato de segurança de conduta proba, como querem mostrar com o filme tropa de elite e outras mÃdias. Como não podemos deixar de dispor da policia nesta conjuntura, que ela seja investigativa, que deixe para traz todos os ranços do passado, que seja técnica e cientifica e não apenas honesta, que venha em direção a proteção da população carente e não ao contrario, que não criminalize a pobreza.
Policiais subservientes e incorruptos serviam ao estado nazista, (gestapo) e todos nós sabemos a quais vias eram canalizadas a policia nazista.
Pobre não é criminoso. Favela é uma condição humana passÃvel de ter sua realidade transformada, seus moradores não podem ser (de forma alguma) segregados, queimados em incêndios, ou cercados com muros de qualquer especie, expulsos de suas terras por direito.
Triste realidade:
O filme tropa de elite é um campeão de bilheteria, este filme tenta construir a imagem de uma policia boa porque mata.
Um dos comandantes da PM, é articulista de jornais como JB e O Globo, jornais de grande tiragem, (fonte jornal A Nova Democracia/ago 2009) .
No Rio um dos brinquedos para crianças mais vendidos ultimamente, é uma mini copia do caveirão. O pensamento deste sistema nojento é este; Desde a mais tenra idade, doutrinaremos as crianças para aceitar a repressão à pobreza, como consequência, ao crescer estarão predispostas a assimilar o fascismo com naturalidade, a criminalização da pobreza e a banalização da violência passam a ser construÃdas ao longo do tempo.
Antagonicamente, adultos e crianças ficam na linha de fogo das ações desastrosas.
A relação do titulo com o texto:
Coloquei as palavras, criminalização da pobreza, drogas, falta de educação, sublimação da truculência, banalização da violência, autos de resistência, descrença no porvir e outras tantas, dentro de um litro e fechei com uma rolha, ou melhor um tropo.
Hoje é dia das crianças...E daà ?
Frase extraÃda do RAP “12 de outubro†do Grupo Facção Central
tra10 ESTRATÉGIAS DE MANIPULAÇÃO - POR NOAM CHOMSKI
O linguista estadunidense Noam Chomsky elaborou a lista das “10 estratégias de manipulação†através da mÃdia:
1- A ESTRATÉGIA DA DISTRAÇÃO.
O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites polÃticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundações de contÃnuas distrações e de informações insignificantes.Â
A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir ao público de interessar-se pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética.Â
“Manter a atenção do público distraÃda, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja como os outros animais (citação do texto ‘Armas silenciosas para guerras tranqüilas’)â€.
2- CRIAR PROBLEMAS, DEPOIS OFERECER SOLUÇÕES.
Este método também é chamado “problema-reação-soluçãoâ€. Cria-se um problema, uma “situação†prevista para causar certa reação no público, a fim de que este seja o mandante das medidas que se deseja fazer aceitar. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou se intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o mandante de leis de segurança e polÃticas em prejuÃzo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para fazer aceitar como um mal necessário o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos.
3- A ESTRATÉGIA DA GRADAÇÃO.
Para fazer com que se aceite uma medida inaceitável, basta aplicá-la gradativamente, a conta-gotas, por anos consecutivos. É dessa maneira que condições socioeconômicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990: Estado mÃnimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que haveriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.
4- A ESTRATÉGIA DO DEFERIDO.
Outra maneira de se fazer aceitar uma decisão impopular é a de apresentá-la como sendo “dolorosa e necessáriaâ€, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifÃcio futuro do que um sacrifÃcio imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Em seguida, porque o público, a massa, tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que “tudo irá melhorar amanhã†e que o sacrifÃcio exigido poderá ser evitado. Isto dá mais tempo ao público para acostumar-se com a idéia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chegue o momento.
5- DIRIGIR-SE AO PÚBLICO COMO CRIANÇAS DE BAIXA IDADE.
A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discurso, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade, comose o espectador fosse um menino de baixa idade ou um deficiente mental. Quanto mais se intente buscar enganar ao espectador, mais se tende a adotar um tom infantilizante. Por quê?“ Se você se dirige a uma pessoa como se ela tivesse a idade de 12 anos ou menos, então, em razão da sugestionabilidade, ela tenderá, com certa probabilidade, a uma resposta ou reação também desprovida de um sentido crÃtico como a de uma pessoa de 12 anos ou menos de idade (ver “Armas silenciosas para guerras tranqüilasâ€)â€.
6- UTILIZAR O ASPECTO EMOCIONAL MUITO MAIS DO QUE A REFLEXÃO.
Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional, e por fim ao sentido critico dos indivÃduos. Além do mais, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou enxertar idéias, desejos, medos e temores, compulsões, ou induzir comportamentos…
7- MANTER O PÚBLICO NA IGNORÂNCIA E NA MEDIOCRIDADE.
Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. “A qualidade da educação dada à s classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medÃocre possÃvel, de forma que a distância da ignorância que paira entre as classes inferiores à s classes sociais superiores seja e permaneça impossÃveis para o alcance das classes inferiores (ver ‘Armas silenciosas para guerras tranqüilas’)â€.
8- ESTIMULAR O PÚBLICO A SER COMPLACENTE NA MEDIOCRIDADE.
Promover ao público a achar que é moda o fato de ser estúpido, vulgar e inculto…
9- REFORÇAR A REVOLTA PELA AUTOCULPABILIDADE.
Fazer o indivÃduo acreditar que é somente ele o culpado pelasua própria desgraça, por causa da insuficiência de sua inteligência, de suas capacidades, ou de seus esforços. Assim, ao invés de rebelar-se contra o sistema econômico, o individuo se auto-desvalida e culpa-se, o que gera um estado depressivo do qual um dos seus efeitos é a inibição da sua ação. E, sem ação, nã
10- CONHECER MELHOR OS INDIVÃDUOS DO QUE ELES MESMOS SE CONHECEM.
No transcorrer dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência têm gerado crescente brecha entre os conhecimentos do público e aquelas possuÃdas e utilizadas pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o “sistema†tem desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto de forma fÃsica como psicologicamente. O sistema tem conseguido conhecer melhor o indivÃduo comum do que ele mesmo conhece a si mesmo. Isto significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivÃduos do que os indivÃduos a si mesmos.
POR ESTES E ALGUNS MOTIVOS, A MAIORIA DAS PESSOAS NÃO PERCEBEM QUE ESTÃO SENDO MANIPULADAS
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