Abro os braços crucificada na roupa suja que espalhei pelo chão.
Que lúcida eu fico quando bebo!
Assim, viciosa, eu a percorria inteira!
Batia as cinzas do cigarro em seus cabelos
e rolávamos em seguida pelo chão.
É tarde no planeta!escondo a cara nos lençóis de minha rede laranja.
O tempo correndo contra, os ponteiros do relógio girando ao contrário, um calor do caralho!
Cubro a cara com a camiseta e sinto nela um perfume de véspera, atiro a camiseta longe!...
Colo os ouvidos no chão...
A luz do sol atravessa a janela. Aperto os olhos...
O sol continua igual, não é mais o mesmo que vi...
com estes olhos de agora.
As sombras são negras: a lua verte sangue!
Ela negava ou minimizava os prazeres da cama.
Sentava-se e batia as cinzas do cigarro na palma da mão.
Atirava o cigarro apagado no vaso, baixava a tampa e sentava-se em cima.
Acendia outro cigarro e ficava olhando a brasa queimar lentamente
Então atirava o cigarro dentro do vaso novamente e ficava ouvindo o barulho da descarga, compenetrada!
O último adeus...depois de uma longa convivência!
Neu...
Foi assim...
Eu bebi tuas palavras e me vesti de mim.
Intensa beleza, mesmo, Bela.
Beleza de texto, cheio de detalhes reais, comuns, cotidianos, a gente é assim, né?
Um beijo, Alcanu
É queridÃssimo Alcanu...detalhes tão pequenos de nós...
Neu Moraes · Belém, PA 15/3/2008 18:30
Muito bom...!
Muito real e nÃtido...
O que de fato ocorre "depois de um longa convivência"? Só arricando p saber, né?
Me identifiquei com seus versos em alguns momentos.
bijuuus...
Cenas de vida real...obrigada, Alice, pelo comentário!
Neu Moraes · Belém, PA 16/3/2008 08:57Minha amiga...Vc escreve bem.Não apenas as palavras,mas a maneira que nos toca.sempre terás meu carinho e votos.
clara arruda · Rio de Janeiro, RJ 16/3/2008 09:21Toda partida é um tormento! Uma dor de alma. Uma ruptura...beleza de divagações minha cara overmina!
raphaelreys · Montes Claros, MG 16/3/2008 13:47"O tempo correndo contra, os ponteiros do relógio girando ao contrário, um calor do caralho!" Ótimo. O malvado tempo, sempre levando mais tempo que o tempo necessário.
Bruna Foscarini · Taquara, RS 16/3/2008 19:59É Bruna, esse tal de tempo que afugenta todas as dores fÃsicas e mentais!
Neu Moraes · Belém, PA 17/3/2008 15:09Neu, o tempo não para! E a beleza dos teus versos vai a toda velocidade, maravilha... Deixando 23º votinho, cariños
Berioliveira · Vitória da Conquista, BA 17/3/2008 16:24
Neu, passei p votar e aproveito p te dar um beijo...
Xêro.
Neu, você me fez lembrar o meu pai. Ele pegava o violão, sentava-se ao lado de um enorme rádio amarelo, acendia um cigarro e apagava a luz antes de tocar Cartola. Um tempo bom e, sem volta.
bjo.
despedidas, sempre as despedidas.
essa até se parece com as minhas, e isso dói.
mas bonito mesmo teu escrito.
beijo.
Cheiro de poesias pra você também, querida Alice!
Neu Moraes · Belém, PA 18/3/2008 14:00Sérgio,lisonjeada pela comparação...obrigada!
Neu Moraes · Belém, PA 18/3/2008 14:02Como dói, Bethânia, despedidas!...obrigada pela visita!
Neu Moraes · Belém, PA 18/3/2008 14:02Neu,voltei para votar e reler mais uma vez.Gostei realmente.Espero ter contribuido para a publicação.Um garnde abraço.
clara arruda · Rio de Janeiro, RJ 18/3/2008 17:24Oi, Neu, que belo poema, dolorido e rascante como a vida, como as despedidas, um retrato do cotidiano ampliadoa pelas suas lentes impregnadas de poesia. Meus parabéns..Voto.
danlima · BrasÃlia, DF 18/3/2008 17:54Clara, a dor refresca a alma!...obrigada pelo voto!
Neu Moraes · Belém, PA 19/3/2008 09:49Dan, que bom que tenha curtido o texto...grata!
Neu Moraes · Belém, PA 19/3/2008 09:49
oi,Neu
Gosto da sua forma de escrever...envolve....penetra o coração....
Lindo poema,apesar de triste!
Mas não existe nada mais inspirador que a tristeza ...sempre gera momentos muito poéticos...como este...
Parabéns!
Raiblue
Boa poesia, expresssando bem a desolação da perda. Assim é a vida...
Beijo.
Eu sempre digo embora o fim, valeu apena ter vivido, sempre fica um bom pedaço em nós, poebeijos.
soninha porto · Porto Alegre, RS 20/3/2008 23:42
Neu Moraes · Belém (PA) ·
UM QUARTO DE VÉSPERA
Um Texto poetisado de uma vida mal resolvida.
Fruto da Sociedade mal resolvida.
O problema é do tipo de sociedade mas, atinge e detona no pessoal, criando o caos que táo bem todos conhecemos.
Nada destas confus'oes podem tornar impossÃvel haver os amores ideais.
......Abro os braços crucificada na roupa suja que espalhei pelo chão ....
valeu.
Você cria uma idéia e com ela faz a gente se encantar com esperancas e possibilidades.
Parabéns pela criacáo.
Neu, meu bem! já tinha lido seu texto agora volto pra votar nele!
Carpe diem!
em tempo: achei bem teatral esse poema... dá pra ver ele sendo encenado...
Harley Farias Dolzane · Belém, PA 24/4/2008 17:50
Fala Harley...bom mesmo te ver por aqui!
Obrigada pela presença!
adorei o poema.... muito, parabéns, votado!!!
AM
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