Unigênito

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Pessoa de Melo · Olinda, PE
9/9/2009 · 20 · 19
 

Por uma mísera fresta permitiram-me tocar a vida!
Solidão como irmã... Coube a mim o "ser só"...
Escarneceram a inexistência que me era de direito!
Eis aí o cancro maligno, metástase causadora desse cadáver...

Fazia nove meses...
Inconscientemente procurei abafar o lamento paterno
Com o único choro puro que conheci
Chorava a dor de ser "algo" emprestado
Unigênito do vazio de mim

Advindo das entranhas maternas
Concedido pelo escárnio da negligência
Surge mais uma mente estéril...
Sobejo da antimatéria do "ser"
Buscando messianicamente o divino dos outros
não se percebe o celestial que está em si...

Ah!
Como cantei antes do inicio!
Fui espírito cheio de esperançares
Hoje... cada vez mais carne...
Apenas a lenta putrefação do existir me envolve...
Murmurando sons que ouço no fluir das minhas jugulares:

"CARPE DIEM!"
"CARPE DIEM!"
"CARPE DIEM!"


Pessoa de Melo.

08 de setembro de 2009.

Sobre a obra

Existe algo entre o nascer e o morrer...
algo que só pode ser experimentado...


"C A R P E D I E M !"


O primeiro passo após a descoberta do "não ser" sempre será o mais difícil...

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informações

Autoria
Pessoa de Melo.
Ficha técnica
Dedico esse poema aos amigos e poetas Jéfte Sinistro e Rodolfo Mendonça pelos pensares repartidos e as inclassificáveis verdades moventes... verdades que formam cada "ser" em sua essência e sua grandeza...

Grato!
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Cláudia Campello
 

O que dizer a um ser que fora “emprestadoâ€
De um plano superior... em que cujo vazio
existencial carrega mais energia que sua matéria?
Ah, meu amado poeta,
uma lagrima,por certo, rolara na face de sua madre
qdo do seu primeiro choro... e hj, sua alma soluça
esse mundo inferior, doente demais, insensível e prosaico.
Esse mundo era i é
limitado e carregado de vibrações que não condiz com sua sensibilidade.
Mas seu momento não tarda a chegar, Pessoa.
E Não! Não lhe negaram nada. Desafie com sua arma literária essa
Humanidade cega. Fale do que ninguém gosta de falar, como se temesse tocar numa chaga que precisa ser tratada.
Colha cada dia em si.... e incandesça corações.
Pois o meu já ganhastes, poeta. Sabes disso.
Olha, viestes com a missão (olha eu, julgando o inefável...vc, rs)
de nos ensinar o amor sem expectativa, o amor sem perspectivas,
O amar por amar. Eita, arte difícil!
Continue assim....e em breve terá uma irmandade de discípulos de P Melodianos...
E porra! Tudo isso pra dizer que se não entendi.......senti. rsrs
E que ainda percorrerei o caminho que me separa da verdade. Da minha verdade;
bem antes que eu perca a cabeça.....pelo som que me deixas ouvir em teclas que vibram,
Suas veias poéticas.

bjssssssss♥;;♥;


Cláudia Campello · Várzea Grande, MT 9/9/2009 05:32
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azuirfilho
 

Pessoa de Melo · Olinda (PE)
Unigênito

Com um carinho único, da consideração da estima e da amizade, nos dando alegria pela expressão forte que forma razões, que fazem valer a pena a vida.
Parabéns.
Abração Amigo.

azuirfilho · Campinas, SP 9/9/2009 11:13
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Dayvson Fabiano
 

Fiquei a pensar no quanto escreves divinamente e o quanto estou longe disso. Sinceramente, amigo, não sei o que dizer. Putz! Abreijos...

Dayvson Fabiano "Imorrível" · Recife, PE 9/9/2009 15:33
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Dayvson Fabiano
 

Homi, a tua poesia ainda está me inquietando. Depois de quase uma hora que a li, volto e não sei comentar tamanha beleza de poema. Como quero dizer e não consigo. Estou sentindo...sentindo...sentindo. Ufa!
Abreijos!!!

Dayvson Fabiano "Imorrível" · Recife, PE 9/9/2009 16:38
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Mirtes Carvalho
 

Meu querido amigo Pessoa de Melo, muito bonito seu poema. Muito bem escrito e inspirado, mas... de uma carga grande de tristeza.
Concordo com o que a Claudia comentou, ( ela é maravilhosa ). Senti também a angústia ou inquietação do Dayvson, e comungo com o carinho do Professor Azuir.
Não pedimos para nascer, não sabemos quando morrer, então vivamos o intervalo. Louvando pelo milagre da vida que há em cada um de nós e curta este amor e carinho que conquistastes destes seus amigos. Você além de ser Pessoa é uma pessoa amada. Beijos no seu coração desta amiga de sempre, Mirtes Carvalho

Mirtes Carvalho · Rio de Janeiro, RJ 9/9/2009 18:31
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Mirtes Carvalho
 

Querido Pessoa, L I N D Ì S S I M A imagem! Bjs

Mirtes Carvalho · Rio de Janeiro, RJ 9/9/2009 18:32
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kfarias
 

QUE ESPIRÃTO LINDO. Que poesia sentida e esclarecedora, apesar de ser sofrida, mas... Acredito que o seu aprendizado cá nessa faixa energética é por demais grandiosa, tendo em vista que se propoem, messianicamente, a buscar o divino nos outros pares.
Tens missão, tens Luz e energia e a sua esperança não morrerá, apenas estás a discutir com o SUPREMO, como filho dedicado que és.
Mas lembre-se: PAI muitas vezes faz o que os fihos descordam, mas só quem ama verdadeiramente, chama a atenção para o certo.
Fiquei sensibilizado pela sua narrativa, pela sua poesia, que nos traz a realidade de um mundo em que devemos fazer o melhor pois estamos em aprendizado para galgar novos degraus rumo a glória, a vida eterna.
Parabéns e muito obrigado por tudo,
kfarias.

Corroboro com os demais comentários e pelo brilhantismo dos mesmos.

kfarias · Ãguas de Lindóia, SP 9/9/2009 20:14
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Cintia Thome
 

Mas entre viver e morer há os estágios da vida vencer e vencer, ser criança, ser jovem (idealista, matéria), ser adulto(criar familia e matéria) e depois vencer o desconhecido dentro de si, o mais difícil da luta humana, conhecer-se. Sua alma e muitos não coneguem chegar ,, morrem antes de saber quem são e pra quê porque vieram e viveram...

Viajei. Excelente poema, muito reflexivo .
Dos bons por aqui.ab

Cintia Thome · São Paulo, SP 9/9/2009 22:56
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Bianka Luz
 

Muito bom!

Bianka Luz · Quissamã, RJ 10/9/2009 01:24
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ayruman
 

Morte e Vida. Verso e Reverso. Quando se morre, Vive. Enquanto se vive, caminhamos para Morte.
Abraço e Paz na Terra. jbconrado

ayruman · Cuiabá, MT 11/9/2009 10:19
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marilia carboni
 

Putzzzzzz... eu amei teu poema !!!!
Mil beijos !!!!

marilia carboni · Londrina, PR 11/9/2009 11:39
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menina_flor
 

Meu querido amigo poeta Pessoa de Melo,
Que poema forte. Senti toda a angustia da dor que percorre o caminho da sua alma. Dor que sentimos ao nascer. Quando a luz se mostra viva por um espaço tão pequeno e somos arrancados de nossa segurança e 'jogados na vida'. Agora é com você.
Mas você amigo querido é um ser especial, uma alma rara, com uma sensibilidade única e deve pensar no seu carpe Diem. É a única coisa que temos de certo a cada dia.
A morte é a outra certeza que temos. Mas não devemos pensar e traze-la antecipadamente na alma.
Doi muito nascer e viver mas vale a pena.
Senti um grande aperto no peito ao ler seu poema. Poema que talvez tenha lido minha alma também.
Você é especial.
Parabéns.

Beijos com carinho,
Patty

P.s. Perdoe a ausencia, a demora. Acredite não é esquecimento. É a turbulencia pela qual passa minha alma. É o mergulho profundo e doloroso. Mas estou voltando a tona..

menina_flor · Rio de Janeiro, RJ 12/9/2009 12:44
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Juliaura
 

ah! e no entanto, porquanto a vida é encanto se fica após o pranto acalanto do sopro brando da existência, que morrer não é solução, à vida que é intervalo e vale, vale, vale... ainda que em lágrimas.

Juliaura · Porto Alegre, RS 12/9/2009 23:02
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graça grauna
 

"CARPE DIEM!"
"CARPE DIEM!"
"CARPE DIEM!"

Meu querido Pessoa, poeta e amigo: parece que todo o caminho que fizemos até agora é feito de sofrimentos. Apesar dos sufocos assumimos não ser meros espectadores neste vasto mundo e apesar da sofrência a poesia nos acolhe em sua exuberância a fim de que possamos atender a magistral convocatória que os poetas, os loucos sabem desde sempre.
"CARPE DIEM!"
"CARPE DIEM!"
"CARPE DIEM!"

Bjos de luz,
Grauninha

graça grauna · Recife, PE 14/9/2009 02:23
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Ailuj
 

Pior que só sabemos como é depois de nascer e nunca o depois de morrer,seria justo voltarmos no mesmo corpo ja que voltamos na mesma alma
Desculpe a demora,ando meio cansada de internet
Beijos

Ailuj · Niterói, RJ 16/9/2009 12:07
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Gustavo Adonias
 

Pessoa, caro amigo

Muito bom o seu texto. Todos nós, em verdade, temos a solidão como íntima irmã de sangue. Nascemos sós, apesar de estarmos no invóluvro de outrem, e morreremos sós. Processos naturalmente solitários. Somos semente e cancro. Temos a doença e a cura, o divino dentro de nós... Vivemos numa eterna luta entre matéria e espírito, ainda não conseguimos harmonizar estas duas instâncias, que erroneamente cremos separadas, mas tudo é uno, tudo faz parte de tudo e do todo maior... Só nos resta viver cada milésimo como se fosse o último momento antes do fim, e na realidade, o é...

Parabéns ! Gosto muito dessa imagem de Dali...

Abração.

Gustavo Adonias · Salvador, BA 16/9/2009 14:02
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Hangner Correia
 

Pessoa, parabéns pelo seu poema. Gostei muito da sua visão de mundo com relação ao que somos hoje em dia ( ou será que sempre fomos) um etrno não-ser!!!

Hangner Correia · Olinda, PE 20/9/2009 11:31
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Cláudia Campello
 

relendo.......parindo devaneios aqui!

bjsss;

Cláudia Campello · Várzea Grande, MT 3/10/2009 03:56
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joe_brazuca
 

carpe diem !

esplendidamente...


joe_brazuca · São Paulo, SP 20/11/2009 23:48
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