Aqui a percepção anda emparedada, a concepção boquiaberta abocanhando feixes de lágrimas. As amarras da confusão afrouxando a historia e o mito das palavras se soltando do tempo. As pontas dos dedos amargam vestindo as linhas.
Temos guias para as rotinas, ninguém se cansa de saber-se vivo. Há um prazer em pegar em cosias. Portanto, neste dia, espreguicei-me, por um segundo senti os ossos furarem as vestes; a pele definhando não é das mais confortáveis, subestimei minhas chagas, o corpo todo; estou em todo lugar aguardando festas que nunca acontecerão!
Espero poder praticar minhas idas e vindas sem ser açoitado pelo remorso, pois que, pátria já não tenho, nem me interessa os túmulos frios. Só há uma coisa sensata a fazer: banhar-me calmamente numa cachoeira caudalosa.
Pensava, horas antes, antes de tudo, antes mesmo de me estirar aqui, que poderia, facilmente, reconhecer a beleza, porém assustei-me tanto com minhas verdades que revirei os olhos e prostei-me ajoelhado rogando à terra. Estimular a alma não é fazer preces à s escuras e sim comungar com seus próprios pés e comer o chão, emaranhando em raÃzes, fazendo-se rocha. A um só tempo fiz-me abrigo das correspondências sinuosas do tempo. Voltava à carne.
Empoado, empoeirado, e que as cinzas sejam o seu antro sagrado e que meu choro seja um balbuciar de criança cheia de abraços fraternos e se houve a sombra (raquÃtica) compensando um monstro, eu anuncio: que seja poesia tudo quanto meu arredio verbo se der, e sorte para o azar.
Texto adequado àqueles que se mudaram mas ainda ficaram pra trás.
George...
LindÃssima poesia/conto !!!???
Um conto... um poema... um acasalamento... um casulo, nada de vagabundo. No encadear de suas imagens verbais a metamorfose do casulo é surpreendente bela e sedutora, poética conti(da)sta
que emana odores de óbidos(http://fotos.terra.com.br/album.cgi/*835488:2) e seu alvorecer medieval.
Postas assim: Estimular a alma não é fazer preces à s escuras e sim comungar com seus próprios pés e comer o chão, emaranhando em raÃzes, fazendo-se rocha. A um só tempo fiz-me abrigo das correspondências sinuosas do tempo.
E ainda: ...que seja poesia tudo quanto meu arredio verbo se der,
O casulo é seu reduto, a vida sua escola, os amores seus impulsos e seu silêncio... seu maior temor, creia amigo és poeta em forma e conteúdo.
Abs
Beto.
Gê.
assim Ecoporanga até parece puro lirismo.
e queria sentir-me viva.
sim, ninguém se cansa de sentir-se vivo.
um beijo, mocinho bonito.
Texto lindo!!! Muito lindo!!
Já ha algum tempo não vinha neste Overmundo e hoje resolvi matar a saudade. Acabei tendo a grata surpresa de encontrar meu amigo George Saraiva.
Abraços.
Amei! Trata - se de uma prosa, ou conto da vida...Gosto do tipo de vocabulário que utilizastes, se coloca na primeira pessoa...Isso me lembra Kafka e Poe! Gostei demais de te ler, votei e já te adicionei como favorito, daà não perco o caminho!
beijos
george, este teu texto dá prazer na leitura, tant5o estética quanto poeticamente, pois evoca em nós nossos próprios sentidos interiores, nosso estar no muhndo, nosso pensar...além disso, uma escrita fluente e leve, muito bom e merecedor de nossos votos...Parabéns. Votei
danlima · BrasÃlia, DF 14/3/2008 07:44Obrigado a todos que gentilmente leram, comentaram ou apenas passaram por aqui pra votar em minhas colaborações. muito obrigado mesmo por todo o reconhecimento. afinal autores sem leitores? rs! abraços
georgesaraiva · Guarapari, ES 14/3/2008 10:46
Dei meu voto meu querido,vamos correr ainda vai dar tempo.
Conte sempre com meu voto e carinho.
caro georges, continue presenteando-nos com seus textos: li os outros do banco, todos magnificos, de um profundo sentimento de humanidade.... parabéns de novo Danilo.
danlima · BrasÃlia, DF 14/3/2008 18:37Dêem uma olhada nisso e divulguem pra galera, um som altamente poético da minha terra. http://www.overmundo.com.br/agenda/feliz-feliz
georgesaraiva · Guarapari, ES 29/7/2008 15:20Para comentar é preciso estar logado no site. Faça primeiro seu login ou registre-se no Overmundo, e adicione seus comentários em seguida.
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