Roubam-se gentes.
Cristais refletem-se no asfalto
e conjugam verbos de poesia minha
— a tropa
e os armamentos perfilam-se
no retropasso.
Regurgito
estampidos de revolveres,
bebo
o vago da aurora
e o condomÃnio do medo
fode a lonjura como se cresse,
ou mesmo manufaturasse velcro
de partida
levedado por sepulturas
de igrejas.
(Os homens
ainda continuam de fraudas
e alcançam o parapeito
da fome ao primeiro rejeito
da mama que corta a lÃngua
à frente dos asteróides de fuligens pálidas,
à frente do pingo ácido
na relva,
à frente do salteador
que é rápido
à frente da polÃcia)
Tal como um herói
que não se trai
na antes-morte,
cruzo
aéreo
os arranha-céus de São Paulo:
é cinza-primavera
o lodo que os cobrem,
ou mesmo cru-inverno
os sorrisos sem graça
e deparo
a poesia perfurada à bala
de beiços tremidos
sobre os bueiros.
© Benny Franklin
Versos de poesia minha
um asfalto, um sangue, é assalto à alma
de São Paulo, da gente das gentes, da folia e agonia
da dor comovente que dá gosto entre as gengivas
e os olhos no lacre tão verdes de esperança
ainda olhos de folha minha
Belo?
O seu BelÃssimo
OS HF
Cintia Thomé
Que poema forte!!!
e linnndo. cuja leitura me levou a interpreçao de forma
vibrante...mas com o peso da daçura que ela traz.
adorei mesmo. parabens poeta.
Vou gravar isso...toca-me como tiro
e nao devo calar diante da beleza crua do horrÃvel
desse mundo que versas tão bem...sampa coalha sangue...
Salve, Benny!
MagnÃfica imagem do interior do poeta e da capital que engole a todos...
Abraço Pantaneiro.
Grande Benny !
Sou condômino dos versos
E moro no mesmo
bairro do medo ...
abraço !!
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