HOMEM DE PERSPECTIVA
Sérgio Britto: Esse meu terceiro disco
veio quando tive vontade de fazer canções
que tivessem sonoridade própria. Sempre
achei bacana ter um ingrediente de
brasilidade na música, até mesmo no
trabalho dos Titãs. Não é a toa que o disco
que mais gosto da banda é Õ Blésq Blom.
Agora, não é fácil chegar a isso. Acho que
me dei esse tempo para chegar a uma
sonoridade que pudesse classificar de
“minhaâ€. Acho que nesse disco eu consegui.
Gravei uma boa parte com violão de nylon.
Há canções que são mais elaboradas
harmonicamente: vão da bossa-nova ao
pop. Para quemacompanha omeu trabalho
de perto, talvez isso não seja um choque
porque tem músicas nos meus primeiros
discos com essa cara. Mas para quem não
conhece, acho que talvez seja algo bem
diferente do que os Titãs fazem. Pela
primeira vez eu posso dizer isso. São
músicas que não caberiam nos discos dos
Titãs e isso foi uma procura minha até.
NOVIDADE POP
Jackie Cruz ainda não é um nome conhecido no
Brasil, mas a cantora nascida no Queens, em Nova York, e criada na República Dominicana, começa a conquistar espaço em território estadunidense. Com 22 anos de idade, Jackie aproveita o atual mercado generoso para os latinos para lançar
carreira. “Sem dúvidas cantoras como Jennifer Lopes, Christina Aguilera e Selena contribuÃram para uma aceitação maior dos artistas latinosâ€, afirma. Embora Shakira seja de fato colombiana, seu grande sucesso nos Estados Unidos é mais uma prova de que o mercado está mais flexÃvel. “A aceitação dela aqui foi incrÃvel. A maneira como ela
mostrou suas influencias latinas foi maravilhosa e as pessoas gostaram, mesmo ela sendo uma grande artista nos paÃses da América Latinaâ€.
PRONTO PRA DECOLAR
Sérgio Martins: Se as grandes gravadoras pensassem dessa maneira, acredito que o mercado da música não estaria tão depreciado. Acho que o ideal seria se tivéssemos uma gravadora mais focada num estilo, sabe? Veja o exemplo dos selos gospel: eles geram muita receita porque trabalham só com esse tipo de produto e vai em cima de um público direcionado. Acredito que o mercado seria mais acessÃvel e as pessoas ficariam mais confortáveis em consumir. Mas hoje o que se vê é um mercado muito ruim para essas empresas que já vem do perÃodo áureo da música. Eu nunca peguei isso, não conheço essa realidade, comecei a trabalhar com música de 2002 para 2003. Acredito que hoje você trabalhe muito mais para vender.
O QUE HÃ DE MAIS MODERNO
Lucas: O lance é que a música tem que vir em primeiro lugar sempre! É para isso que se deve ter uma banda, ao menos para mim. O que eu quis dizer foi que eu não vou
tentar "adivinhar" o que as pessoas querem ouvir ou tentar me "adaptar" a um certo público.. Nos interessa muito mais cativar quem quer nos entender do que tentar convencer as pessoas a nos aceitarem. Pode soar meio prepotente mas, na verdade, é o contrário. Eu tenho uma puta bronca com essa grande indústria fonográfica que fabrica Ãdolos e os empurra goela abaixo
de um público tratado como idiota, incapaz de ter opinião própria. Dou um baita valor aos caras que vão atrás dos nossos discos no soulseek ou em qualquer lugar da internet.
PATO FU DE BRINQUEDO
As primeiras músicas divulgadas foram
Primavera e Live And Let Die: ambas com a participação de crianças nos vocais, entre elas, Nina. A filha de Fernanda e John mostrou com gritos e postura que está
muito mais para Ulhoa do que para Takai. É interessante o contraste da “atitude punk†da menina com a voz adocicada da mãe. Live And Let Die se destaca em relação à outra canção: mais energética, vibrante e interessante. Mostra também que Xande Tamietti é mesmo um dos melhores bateristas do paÃs. Ele consegue ser fantástico até na miniatura do instrumento.
PERDÃO E SALVAÇÃO
Craig Thompson acredita em Deus. A
religiosidade é parte importante na vida do quadrinista estadunidense. Pudera: nasceu numa famÃlia batista pobre, frequentou uma escola cristã (entendida como evangélica no Brasil) e até chegou a pensar em ser pastor. Mas existiam algumas coisas que o impedia em continuar no caminho da fé. Uma delas era a paixão pelas HQs – ah, sempre essa arte diabólica – e outra foi
o despertar do primeiro amor. Craig conta essa história autobiográfica em Blankets (Top Shell Productions, 2003), livro que valeu uma série de prêmios, entre eles
os Eisner de melhor graphic novel e de melhor escritor. Uma pena que Blankets demorou a chegar ao mercado brasileiro: a Cia de Quadrinhos o lançou a edição em
português ano passado.
R.I.P YOU ALL
Subentende-se que a vida na ilha foi real. Os personagens sobreviveram a acidentes aéreos e pagaram seus pecados em um lugar governado por um igualmente perdido Jacob. A realidade paralela mostrada a partir da explosão da bomba no final da quinta temporada é que nunca existiu. Aquilo era uma espécie de lugar de espera quando as pessoas morrem e tem uma existência menos imperfeita de suas vidas anteriores até estarem aptos a ir para uma nova esfera,
lugar ou existência. Uma teoria que nenhuma religião explica, ao meu ver, mas não deixa de ser válida.
POR DENTRO DE GLEE
Diferente de séries, como Heroes, que procuram usar da transmÃdia como recurso primeiro e nem sempre consegue resultados positivos, Glee optou por confundir a ficção com os bastidores. As relações entre
os atores na vida real influem diretamente na trama, e isso é um recurso genial explorado por Murphy, sobretudo em tempos de culto a celebridade. O desejo de Rachel em ser a sua própria intérprete é só um
exemplo. Há outros.
O BRASIL E A COPA
Mas esqueçamos disso, pois tudo é festa, o que vale à pena é ver a bola rolar, mandar o locutor calar a boca, sentir o grito de gol entalado na garganta quando
os jogadores falham e culpam uma simples bola de ser amaldiçoada. É ter o coração aos pulos ao gritar para a tela, achando que os jogadores, o técnico e o goleiro
escutarão; gritar despautérios quando o juiz e os bandeirinhas tornam-se cegos ou loucos de tabela ao marcarem faltas inexistentes; quebrar a cabeça
calculando gols marcados, perdidos, saldo de gols e pontos que cada paÃs tem; participar de promoções e mais promoções para ganhar produtos que trarão lembranças do mundial. É ficar na esperança de ver o
Brasil chegar ao hexa-campeonato, mas e se ele não chegar?
Visualize a edição sem a necessidade de download aqui:
Edição de junho do fanzine Elefante Bu. Traz entrevistas com Sérgio Britto (Titãs), que fala do terceiro disco solo que deve lançar em breve. O xará dele, Sérgio Martins, é proprietário do selo Lab 344 e deu uma verdadeira aula sobre indústria fonográfica. Há Jackie Cruz, desconhecida aqui no Brasil, mas que já constrói carreira nos Estados Unidos e pode despontar nas rádios daqui. Fizemos um mergulho no mundo do seriado Glee para entender o sucesso deste musical.
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