O encontro entre Pirata e Renato Chiera aconteceu em 1983. E mudou a história de milhares de jovens. Pirata era um menino de rua, viciado em drogas, envolvido com o narcotráfico e perseguido pela polÃcia – melhor dizer, pelo chamado esquadrão da morte, que impunha sua “justiça†na Baixada Fluminense à quela época. Renato Chiera é o padre italiano a quem o rapaz recorreu certo dia, ferido e ensangüentado, em busca de abrigo. Dessa história, surgiu há 20 anos a Casa do Menor São Miguel Arcanjo, em Miguel Couto (bairro de Nova Iguaçu). A instituição acolhe atualmente 3.000 crianças e adolescentes, prioritariamente aqueles em situação de risco pessoal, e promove a educação social, profissional e religiosa, garantindo-lhes o direito à vida e à cidadania.
Pirata não teve essa oportunidade. Ele foi assassinado pouco tempo depois de conseguir abrigo na casa do padre Chiera. Em 1986, o padre foi morar na Paróquia São Miguel Arcanjo e recebeu a visita de outro adolescente, que lhe apresentou uma lista de 40 nomes de jovens marcados para morrer. Naquela noite, ele não conseguiu dormir e resolveu então pedir ajuda aos amigos na Itália, que lhe enviaram seis mil liras (cerca de R$ 6 mil). Assim, foi construÃdo o primeiro cômodo para abrigar jovens em situação de risco – que até então o padre abrigara na pequena casa onde morava.
Hoje a Casa do Menor mantém casas-lares, incluindo uma para portadores de necessidades especiais, casas de primeira acolhida, centro de tratamento de dependentes quÃmicos, creches comunitárias, oficinas profissionalizantes, um sÃtio para produção agrÃcola e um centro cultural e esportivo. Para tanto, a instituição não ficou restrita aos limites de Miguel Couto: hoje há casas nos bairros iguaçuanos de Tinguá e Rosa dos Ventos, nos municÃpios de Guapimirim (Baixada) e Teresópolis (Região Serrana), além de duas no estado do Ceará (Fortaleza e Pacatuba).
Já o Centro Administrativo Profissionalizante e Social (CAPS) fica ao lado da paróquia, onde tudo começou, e concentra as oficinas profissionalizantes, que também são abertas à comunidade. Há cursos de cabeleireiro, manicure, mecânica geral, mecânica de automóveis, eletricidade predial, panificação e informática. As oficinas acontecem nos dias úteis. Nos finais de semana, entram em cena as atividades no CIDAH – Centro Integrado Dom Adriano Hipólito. Lá jovens abrigados na instituição e da própria comunidade podem participar de atividades como percussão, street dance, dança afro, capoeira, futebol, desenho, teatro e, a partir do segundo semestre, arte circense (até abril, “o circo†estava instalado no CAPS).
Em outubro, 20 jovens do grupo teatral embarcarão pela sétima vez para apresentações na Europa. Mas, desta vez, para sua primeira turnê: além da Itália, eles vão levar sua arte a Mônaco, França e Alemanha, num total de 60 dias de viagem. E o espetáculo, que mistura capoeira, dança e percussão, não poderia ter um nome mais apropriado: “Filhos do Brasilâ€.
Sem dúvida, um trabalho digno de aplausos!
Agora, sim! Cada vez melhor! Linda a foto da Catedral! Que olhar você tem!
bjk
O Rio não é só zona sul!
Cara Tetê, você conhece já soube sobre o Censo da Capoeira? www.soucapoeira.org. Por favor, divulgue. Grande abraço
Robson Araujo · Campina Grande, PB 31/1/2008 10:02Para comentar é preciso estar logado no site. Faça primeiro seu login ou registre-se no Overmundo, e adicione seus comentários em seguida.
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