A pergunta que melhor cabe para começar esse texto é a seguinte: até onde pessoas como você e eu podemos ir quando nos organizamos em grupo? Organizações não governamentais, associações de moradores e outros modelos de ação conjunta tentam responder essa pergunta de diferentes maneiras. No bairro de Coelho da Rocha, em São João de Meriti, a Associação de Produtores Autônomos do Campo e da Cidade (APAC) encontrou algumas respostas e busca outras para a questão que não quer calar.
Tudo começou a partir da CADTS (Centro de Aprendizagem e Desenvolvimento Técnico Social), uma escola técnica que funciona “no quintal” de famosa Igreja do Padre Paulo, no bairro de São Matheus. Paulo foi um padre francês que ficou conhecido por aproximar, em plena ditadura civil/militar, sua Igreja aos movimentos sociais e políticos que aconteciam naquela época. Graças a esse tipo de pensamento e atuação a escola encontrou espaço pra funcionar em um terreno ao lado da Igreja. A CADTS foi criada por operários que desejavam uma formação profissional mais completa, dessa forma, cada um ia apresentando e dividindo o conhecimento de sua área com os demais colegas.
Com o passar do tempo surgiu a demanda de produzir equipamentos para alimentar os desejos de uma reforma agrária. Washington, atual diretor da APAC, me contou como foi esse processo: “Como que o cara vai cuidar da terra? Já não tem dinheiro, sem equipamento o cara não agüenta e acaba desistindo. Naquela época nosso projeto era dar apoio técnico para os pequenos trabalhadores rurais”. Foi assim que nasceu a APAC, um espaço, até então, destinado para pesquisa e produção de equipamento para trabalho rural. “Essa era a colaboração que nós, que estávamos da cidade, podíamos dar pra reforma agrária”, complementa Washington.
Toda essa história começou há mais ou menos 21 anos, e persistiu por um bom tempo no desejo de aproximar os trabalhadores do campo e da cidade. Com o desastre econômico provocado pelo governo Collor, a APAC se viu obrigada a reorganizar suas atividades. A Associação passou a voltar suas ações mais para a área urbana e abriu espaço para abrigar outras iniciativas. “Hoje a APAC funciona como se fosse uma incubadora de outras cooperativas. O diferencial é que aqui a gente repensa as relações de trabalho”, comenta Robledo, um dos responsáveis pela horta comunitária. Quando um novo projeto se associa a APAC ele recebe uma estrutura para poder se firmar até conseguir dividir os custos do espaço com os demais projetos que já estão em andamento. É nesse esquema que a Associação abriga atualmente a oficina mecânica do Seu Paulo, o projeto Fuxico (que trabalha com costura em retalhos), a OPMAC (campo, escrito de trás pra frente, que produz equipamentos rurais), a Singeral (produtora de circuitos eletrônicos) e a horta comunitária. Uma iniciativa em parceria com estudantes da Universidade Rural que pretende incentivar a produção de hortas caseiras.
Ainda existem espaços ociosos na sede da APAC, assim como idéias de projetos futuros. O pessoal da APAC, que já fez uso de financiamentos e recebeu o apoio de instituições, se orgulha de ter alcançado a auto-sustentabilidade. “Não é que a gente não vá buscar apoio para avançar em algum projeto. Mas hoje nós somos uma Associação que se sustenta com o que produz. Não vivemos só de edital e relatórios”, alfineta Washington. A boa notícia é que a APAC está buscando parceiros para ampliar suas fronteiras e atuar na área cultural. A idéia é oferecer ao pessoal do CADTS uma formação continuada, voltada para o aspecto cultural. Se liga rapaziada, a APAC tá aí, de portas abertas!
suuuuper legal!!! viva a auto gestão
quero entrar em contato presse lado mais cultural
como se vai de petrópolis praí ?
não deve ser muito longe... vamos ampliar fronteiras
oi sandra, bacana ver tanto gás!
são joão é bem perto de petrópolis na verdade, descendo a serra você chega em caxias, que é aqui do lado. moleza...
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