Se algum dia você estiver caminhando desavisado pela Praça da Bandeira e de repente escutar um samba ou um chorinho, eu te aconselho a tentar seguir o som. Caso seu ouvido não seja lá muito apurado vale a pena perguntar onde fica a escola de música, pois é assim que os moradores da região conhecem a Associação do Movimento de Compositores da Baixada Fluminense (AMC). Antes o lugar era só mais uma das casas com quintal da vizinhança, hoje é um referencial de pesquisa, estudo e reflexão sobre música. Esse processo se desenvolve por lá há quase dez anos, vou tentar contar aqui um pouquinho dessa história.
Desde o começo da conversa, Lena, uma das coordenadoras do projeto, deixou tudo muito claro: “O que a gente faz aqui é promover a cultura brasileira através da obra dos grandes mestres: Pixinguinha, Cartola, Nelson Cavaquinho e tantos outros”. Tudo começou quando um grupo de compositores da Baixada iniciou uma pesquisa sobre a produção musical da região. A partir desses encontros eles sentiram que seria interessante aproximar a comunidade desse tipo de música, a idéia de criar a escola surgiu para começar esse contato. “As pessoas que trabalham aqui são as mesmas que estão desde a fundação. No começo foi bem difícil, conseguimos o apoio de trinta amigos, cada um doava R$30 por mês. Na época a gente não tinha nada a oferecer como garantia, tínhamos apenas o sonho”.
A escola funcionou exclusivamente com esse apoio nos três primeiros anos, “cada pedrinha colocada aqui foi em cima da amizade, a gente tenta passar esses valores pras crianças”, explicou Lena. Em uma outra conversa, com Sheila, comecei a perceber como o projeto está dando certo. Ela me contou como chegou na escola: “entrei aqui com vinte anos, que já é uma idade avançada pra estudar música. Vim pra cá porque tinha as tardes livres e queria ocupar com alguma atividade. Queria aprender flauta mas só tinha vaga pra clarineta, aceitei assim mesmo e fui pegando gosto pelo instrumento. Tudo aconteceu muito rápido, em um ano eu já era monitora, logo depois passei a dar aulas”.
Atualmente a escola atende a quase duzentos alunos, oferecendo todos os cursos inteiramente gratuitos. “A gente oferece até o instrumento, se não fosse assim seria muito difícil pra maioria dos meninos. Nossa idéia é facilitar o acesso, por isso as matrículas estão sempre abertas”, concluiu Lena. Além de ser uma bela escola, a AMC funciona como espaço de convivência onde os alunos e a comunidade tem contato com filmes e pessoas que já atuam no meio musical. O ponto alto do espaço é a chamada Roda de Feijão, uma roda de samba onde convidados especiais se apresentam junto com os alunos da escola, sempre homenageando um grande nome da música. Imperdível para quem é e para quem não é da área.
João,
Muito bacana o trabalho da AMC, transformando a vida das pessoas pela arte. Precisamos de mais iniciativas assim.
Abs,
A AMC é um barato. Dá gosto de ver os meninos entretidíssimos com partituras e instrumentos. E o quintal é um charme. :)
Helena Aragão · Rio de Janeiro, RJ 6/6/2008 19:43
Oi João,
Eu já tive o privilégio de assistir.Tive grande vontade de me oferecer em ajuda de alguma forma.Mas como não entendo nada de música me calei.Se de alguma forma eu puder doar algum instrumento,ficarei feliz.
Minha vida não seria a mesma se tb não fizesse minha pequena parte.
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