Bar do Seu Chico - Praia do Campeche - Floripa

Na beira da praia, cerveja, caipirinha, pastéis e frutos do mar.

Seu Chico às vezes se empolga e também dá aulas de história e matemática (já aprendi a famosa prova dos nove com ele). Também pode fazer coisas como sair para uma caminhada e voltar com cânfora arrancada das dunas, dando-a de presente aos bebedores abancados em volta das mesas que se apóiam na areia.

A estrutura de funcionamento do bar é inusitada e ao mesmo tempo previsível: um patriarca, o Seu Chico, comanda, em tese, o estabelecimento. Na prática, quem toca o bar(co) são as filhas dele. Um grupo de mulheres (com quatro ou cinco integrantes) ajudava na cozinha, no caixa e no balcão no último fim de semana. É curioso observar as relações ali dentro. Convém ir algumas vezes antes de criar uma imagem definitiva sobre o lugar. Já conto quase dez idas até lá. Gosto de ir porque aquela tradicional culpa pós-cerveja é grandemente amainada pelos mergulhos possíveis, ao alcance das pernas, logo ali.

Em gestões anteriores da prefeitura municipal, houve movimentos agressivos pela demolição do Bar do Seu Chico. Ele é uma figura tão antiga e conhecida na comunidade que o poder público não conseguiu levar a cabo a intenção demolidora. Foram articulados "abraços" à construção, abaixo-assinados e barulho na mídia. Tudo somado, ainda é possível tomar uma cervejinha na beira da praia e, se der fome, comer um peixinho frito.



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Quando se fala em Seu Chico associado a Floripa, a referência comum é outro, Seo Chico. O do sertão do Peri, produtor artesanal de cachaça. Mas essa é outra história, e foi muito bem contada no documentário.

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Este Seu Chico, o dono do bar, também merece ser conhecido. Quem sabe em algum momento aparece no banco de cultura um mini-metragem sobre ele? É só ligar a máquina, que ele faz o trabalho - memória e lucidez impecáveis. "Seu Chico, que vento é esse? Pergunto pro senhor porque a gente não consegue descobrir aqui, e virou discussão na mesa". Ele sai andando, desaparece atrás do bar. Volta em trinta segundos, vê meus olhos na linha dos dele e diz: "É Sul puro".