É um caminho que fica bem ao sul da Ilha de Santa Catarina, em Floripa.
Com um pequeno trecho asfaltado na entrada da vila da Costa de Cima, é uma via que permanece quase inteiramente não pavimentada. Estrada de chão.
A Costa de Cima era um lugar onde há mais de um século se cultivava café. Era uma região dedicada à cafeicultura e à plantação de cana-de-açúcar. Pés de café restam poucos hoje em dia (mesmo assim foi lá que experimentei por primeira e única vez um fruto de café, que é surpreendentemente doce). Já a cana-de-açúcar ainda é cultivada e abastece alguns alambiques de cachaça que funcionam na região. Um bastante conhecido é o alambique do Seu Zeca (uma espécie de herdeiro do Seo Chico).
Na Costa de Cima ainda, que pode ser acessada entrando à direita uns cinco quilômetros depois do trevo da Armação, encontramos um Engenho de Farinha, desativado, restaurado e mantido como museu por uma famÃlia. Lá eles estão sempre prontos para receber visitas e oferecem amostras de cachaças, biscoitos amanteigados e artesanatos. A dona da casa coleciona objetos antigos. A visita vai bem além da apreciação das estruturas de madeira que compunham o mecanismo do engenho.
Exatamente no ponto final da linha de ônibus (que passa apenas três ou quatro vezes ao dia), subindo à direita, é possÃvel ir até o Sertão do Peri, lugar onde se encontra o Seu Zeca. É só ficar atento à s placas.
Passando o ponto final começa a Costa de Dentro, que conta com algumas pousadas e bastante mata nativa (Atlântica). É um lugar tranqüilo para pedalar e caminhar. Tem aquele clima de fim do mundo, no bom sentido. Ainda.
Já ao final do caminho, quando a Costa de Dentro vai ao encontro da Praia dos Açores e da Praia da Solidão, dá para ver uma igrejinha pitoresca e, um pouco antes, o ateliê da Nara Guichon.
Continuando reto, o destino é praia e em seguida mar. Como acontece sempre que se caminha muito em algum sentido nesta ilha.
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Nota: as fotografias foram capturadas há aproximadamente dois anos, quando morei na Costa de Cima. (Os amanheceres lá são onÃricos, mas caminhar um quilômetro e meio até chegar ao ponto de ônibus é um pouco incômodo quando passa a ser inevitável, sobretudo em dias frios de inverno. Vento sul na veia e umidade verde).
Suas colaborações no guia têm me dado uma vontade enorme de conhecer Floripa. Que coisa mais linda isso! Céu, mata e praia deserta... DifÃcil acreditar que isso ai fica numa capital de estado.
Ilhandarilha · Vitória, ES 8/9/2008 23:50
Isso é um reduto de natureza. Isso não é Floripa.
A cidade em si é muito pouco arborizada e já enfrenta problemas de mobilidade urbana. Aliás, há quem tente promover a popularização da bicicleta como meio de transporte.
Aqui temos também lixo, esgoto sem tratamento, poluição do mangue, das praias, das lagoas.
Além disso, sem querer ser estraga-festas, aviso que Floripa também tem favela (esse post é um mea culpa por ter apresentado quase só a faceta natural da cidade até agora).
lindo demais, obrer! espero conhecer um pouco do caminho na minha próxima visita.
Guilherme Mattoso · Niterói, RJ 11/9/2008 08:46
Sem falar na especulação imobiliária, com projetos altamente insustentáveis- aà bem próximo desta mesma região- que tão bem descreves como um reduto da natureza.
Preocupante a falta de visão dos administradores de Floripa, que fazem com que toda esta população do sul da ilha só tenha a perder se seguitrem nesta marcha forçada rumo ao desmatamemto e aterro de mananciais de água doce e banhados.
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