Capela: galeria e boteco, por que não?

O Capela é um bar, bar não, boteco mesmo, que existe há um ano e meio numa região onde existem outros botecos há mais tempo, mas por que então falar do Capela? Porque ele não é só um boteco, é também um agregador de arte, dos seus produtores e de seus produtos.
Para contar a história do bar (ôpa! Boteco...) preciso falar dos donos. Leandro e Jujuba (Ana Regina) se conhecem desde sabe-se lá quando, ele é formado em História pela Universidade de Brasília, ela estuda Artes Cênicas na dita universidade. Jujuba tem o bar desde o terceiro semestre, ela conta que sempre trabalhou desde cedo, numa conversa (em outro boteco) sobre isso com o Leandro, disse que queria ter um negócio próprio, ele disse que queria ter um bar... pronto! A idéia surgiu em 2003, até a concretização foram quase dois anos.
Inaugurado dia 07 de Outubro de 2005, Jujuba brinca: “É libriano meu bar, por isso recebe todo mundo bem�. Desde o início a idéia era que fosse um bar preocupado com as expressões artísticas em geral, Jujuba é artista e acha que a arte não deve ficar restrita a galerias, teatros, espaços aos quais somente as pessoas da elite intelectual da cidade vão, a idéia da arte estar presente na vida das “pessoas normais� está na concepção do bar: “Por que não no bar? É uma galeria aberta 24 horas!� – Jujuba conseguiu concretizar parte da idéia, pois é mesmo uma galeria aberta de artes.
Perguntei a ela o que foi o diferencial para atrair artistas ao bar, pois as pinturas não existiam desde o começo, a resposta foi tão simples! O som... o bar tinha um som portátil que ficava no balcão tocando jazz, rock, MPB e samba, segundo ela as pessoas que gostam de boa música foram sendo atraídas. Mas foi em abril de 2006 que aconteceu a primeira pintura do bar, nesse momento o Capela deixou de ser “apenas um boteco� para ser um agregador de artistas. Já aconteceu a segunda pintura, mais ou menos 42 artistas já contribuíram para os painéis do bar e logo deve acontecer a terceira!
Eu disse lá em cima que só parte da idéia inicial foi concretizada porque as pinturas estão funcionando bem, mas música e teatro não funcionam tão bem. Já aconteceram esquetes e apresentações de bandas no bar, o problema é que a prefeitura nunca autoriza a utilização de equipamento de som, nenhum! Inclusive por isso o som portátil do começo já não existe mais, eles correm risco de serem multados. A Jujuba está com um problema sério para conseguir alvará, nem mesmo para apenas um evento, durante o dia, ela consegue, como o caso do carnaval, vai ser fundado na quarta-feira de cinzas, o http://www.overmundo.com.br/agenda/bloco-esquina-do-capela" target="_blank">bloco Esquina do Capela, mas apenas com a autorização da polícia, na prefeitura da quadra não houve conversa. Ela diz e com razão que “Quem perde é a comunidade, pois o bar é freqüentado por artistas de todos os tipos, muitos em início de carreira que precisam de espaço. Eu tenho o espaço, mas fico com as mãos atadas, pois se eu fizer qualquer evento sem o alvará, vou sofrer as conseqüências.�
Os músicos freqüentadores do bar cobram mais eventos musicais, eles querem mostrar e dividir seus trabalhos, mas se a Jujuba não consegue o alvará... fica difícil!