São privilegiados os lugares que abrigam o encontro de rio e mar. Em comum, todos eles têm o equilÃbrio entre água doce e salgada graças à quela incrÃvel harmonia que, dependendo da maré, permite que o conteúdo de um derrame sobre o outro pacificamente, por algumas horas do dia. CaraÃva, pequeno distrito de Porto Seguro, no sul da Bahia, é um desses pontos fantásticos de natureza exuberante (o outro que conheço é a Guarda do Embaú, em SC). De resto, são ruas – todas de areia - repletas de pousadinhas, restaurantes, campings, casas e gente buscando alguma paz. Em se tratando de Bahia, uma paz sem pressa.
E essa paz sem pressa vale até mesmo para aqueles perÃodos de pico, como os dias próximos ao réveillon. Mesmo que a população da vila aumente estratosfericamente a cada ano nesta época (e outras datas festivas, como carnaval, férias etc.), o ritmo continua lento. A chegada da luz na área, há cerca de três meses, tirou de cena o barulhão dos geradores, mas ainda dá para ver o céu e suas estrelas muito bem.
Bem, esta dica só tem condições de tratar de CaraÃva e seus prós e contras nestas datas festivas. Porque foi neste perÃodo que estive lá e porque imagino que, fora de temporada, a coisa mude totalmente de figura. Então, se sua idéia é ir conhecer a vila num feriado, considere:
- Para quem gosta de algum movimento, pero no mucho, é a oportunidade de ter companhia de uma pequena e saudável “multidinha†na praia, no forró e nos restaurantes. Nada absurdo, mas suficiente para lotar as pousadas e campings e gerar mais atraso (que o habitual baiano) nos restaurantes.
- Tudo bem, é claro que a população local quer fazer seu pé-de-meia em épocas de lotação esgotada. Mas rolou um certo consenso entre todos os viajantes com quem conversei: tudo fica caro demais para uma vila que mal tem luz e praticamente nenhuma possibilidade de banco, linha para cartão de débito crédito ou mesmo celular (em boa parte das ruas, eles não pegam). Sem contar certos absurdos sem noção: uma salada de fruta que custava X passava a custar X + 5 dependendo da proximidade do réveillon (e imagino que seja assim em todos os feriados longos). Os passeios de barco estavam funcionando num esquema-cartel carÃssimo, cobrando por pessoa, sem possibilidade de desconto para grupos grandes.
- Para o dia, os bares na beira do rio são ótimos (menção especial do Boteco do Pará, que vai ganhar dica por aqui). Para a noite, recomendo o impressionante restaurante italiano da pousada Mangue Sereno.
- Vale a pena atravessar o rio e ficar do outro lado da praia, lá pros lados do Satu (uma simpática barraca vendendo água de coco e cerveja no meio do nada). É mais tranqüilo e a água é ainda mais clara. Para quem tem disposição, vale também encarar os 9 km até a Praia dos Espelhos (eu fiz e foi ótimo). Mas só para conhecer, porque lá tudo é muito, muito mais caro! Para se ter noção, um dos bares da praia tem consumação mÃnima! Nunca vi disso na minha vida, nem no Rio de Janeiro, que adora essas malandragens! A esta altura, você vê que tudo é relativo e que CaraÃva não estava tão caro assim. :)
Apesar deste porém dos preços (e vamos combinar que feriado é assim mesmo em quase todo lugar turÃstico), CaraÃva vale muito a pena!!
Estive nesta praia quando fui para Trancoso. O sul da Bahia é lindo, o mar morno e as praias cheias de coqueiros...Ideal para caminhadas!
Tomara que você nos traga uma matéria sobre o Arraial D'Ajuda,Santa Cruz de Cabrália e Porto Seguro, a Costa do Descobrimento do Brasil !
Beijos
Maravilhoso, nos anos 80, isto era o ParaÃso, estou vendo que ainda é. Belas imagens.
Parabens Helena. bj Voto
CÃntia,
Nós já nos cruzamos nessa vida... :)!
Voltei aqui para matar uma saudade e vejo o teu comentário, rs
Pois é menina, andei,andei...agora to aqui viajando na carona...monitor e teclado...fácil, né? Mas ainda vou de "mochilão" dar umas rodadas, rs
Cris...vivi anos maravilhosos, todos eles, mas anos70/80 foram explosivos, todo dia desvendava mistérios da vida ...os lugares, os acontecimentos, o avanço. Olha só esse avanço? Fui a Troncoso, era ainda como Buzios de Brigite Bardot...nada...povoado...esse Brasil cresceu em cultura, em turismo...Será? Esta colaboração é muito bacana...
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