O poeta Carlos Drummond de Andrade nasceu em Itabira, MG, em 1902.
Veio morar no Rio de Janeiro, em 1934, para trabalhar no Ministério da Educação e posteriormente no Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Foi cronista de jornais importantes da época.
Publicou seus primeiros poemas e crônicas em 1930. Tinha personalidade forte, quase um obstinado. Suas poesias e crônicas falavam da sociedade, do medo do futuro, das dualidades humanas e da História do Brasil.
Deixou-nos em 1987. Hoje, em sua homenagem, a estátua de bronze está sentada placidamente num banco da praia de Copacabana, bairro em que viveu por muitos anos.
Era lá que ele ficava nos finais de tarde, pensando, vendo as moças passarem, escutando o barulho do mar.
Gostaria de dedicar esta matéria ao meu querido anjo andarilho, Joca Oeiras, meu "editor Oficial" e sábio conselheiro.
Ganhei um livro de Drummond, chamado "Contos Plausíveis" e este, particularmente lembrou-me desse
OOOPSS! Continuando, este conto lembrou-me dele, que ama o sertão e a História! Lá vai Joca :
Liberdade
Era um quilombo feliz, o do buraco do tatu, na Bahia. Bem organizado, bem defendido, formava uma república bastante democrática. As forças do capitão-mor o atacaram e houve grande matança.
Entre os atacantes aguerridos estava o índio Içuê, que tinha esse nome por ser esbelto e alto como palmeira.
O preto Guepô, chefe militar dos quilambolas, não queria acreditar em seus próprios olhos." ...mas você, índio escravizado pelos brancos, atacando negros que não querem ser escravos? Você, amigo velho, que vinha no quilombo comer e beber com a gente?
Içuê baixou a cabeça, explicou que ajudando a destruir o buraco do tatu, teria como prêmio a liberdade e iria com outros companheiros formar o seu quilombo indígena, pois também amava a independência. Quanto a Guepô podia esperar. A liberdade deveria ser instaurada por ordem de procedência:
Primeiro, os que já ocupavam a terra, em seguida os que chegaram depois, da África.O amigo não levasse a mal. O ideal era o mesmo.
Carlos Drummond de Andrade, Contos Plausíveis, editora Record, Rio de Janeiro, 2006.
BJOCA
Estou aberta às correções!
Minha querida poetisa Marluce, esta é para você também!
BJS
CRIS
Querida Cris:
Estava no final do meu comentário e consegui perder tudo, acredita?
Mas tava dizendo, depois de agradecer o lindo presente-surpresa(fiquei muito emocionado) que acho gratuita aafirmação segundo a qual Drummond não foi influenciado pelo Movimento Modernista. Não que não seja verdade, mas prová-la requer uma pesquisa que pode acabar virando tese de doutorado. Eu a suprimiria ou, pelo menos, relativizaria "há quem diga que não foi influenciado pelo Movimento Modernista"
Tem outras coisinhas, mas eu estou traumatizado com o fracasso anterior e nós temos tempo. Volto mais tarde!
beijinhos muito carinhosos do fã de carteirinha
Joca Oeiras, o anjo andarilho
Querida Cris:
De volta para, além de dizer que te amo, terminar os meus comentários:
Acho qu há virgulas, uma antes, uma depois de em 1934
Se resolver deixar o "mas não foi influenciado..." há vírgula depois de "mas"
Evitaria a repetição sua homenagem, sua estátua.
Bom, parece qu é só!
beijos e abraços
do Joca oeiras,o anjo andarilho
Querido,
Acabou de acontecer comigo agora e ontem, como pôde perceber!
Agora vamos às correções:
Retirei a informação do site que mencionei mas como não sei e é oficial e nem quero causar polêmicas, retiro o que disse. A época coincide com seus primeiros livros publicados e ele tinha personalidade forte, não embarcou na onda. Só quero mostrar a estátua-homenagem e como ele é querido por aqui...
Agora quero saber o que achou do conto que me fez lembrar de você...
As correções serão feitas, amado mestre! Qualquer sugestão, sou toda ouvidos...Será que preciso explicar a analogia da escultura de Rodin, "O Pensador" ?
Bjs
Cris
Minha linda:
Não entendi a primeira frase da sua resposta. O que foi que acabou de acontecer, meu bem?
Quanto à afirmação segundo a qual Drummond não foi influenciado pelos modernistas sinceramente eu penso que é,no mínimo, precipitada visto que as pessoas criativas, mesmo as mais originais, sofrem inúmeras influências e viviamos em pleno movimento modernista. Enfim, é só isto. E esta informação, eu prefiro dizer afirmação, havemos de concordar, em nada contribui para a intelecção do texto.
As fotos, Cris, são muito poéticas e estas sim, contribuem muito para que a gente goste, ainda mais, do texto. Quanto à analogia, confesso que não tinha atinado nela, o que não me impediu de achar o título bem escolhido e criativo. Por isto acho que é desnecessaria a explicitação da analogia...quem atinou com ela, bem, quem, como eu, nem a percebeu não tem,pelo menos eu não tenho, o que reclamar.
beijos e abraços, do Joca Oeiras, o anjo andarilho
PS Fico te devendo as minhas impressões sobre o conto
PSS Gostaria que desse uma olhada na fila de edição do overblog, Paraiso do Sexo e da Maldade, Paraiso Tropical e depois comentasse comigo por e-mail
Ok, você venceu, quem quizer pesquisar o assunto... Quem sou eu para julgar Drumond...Ele é amado e ponto.
Na primeira frase me referia ao que aconteceu comigo, também.
Depois de digitar um depoimento, perdí tudo!
Precisamos alertar o "chefe"!
BJOCA, sábio mestre!
CRIS
Cris,
Linda dica poética para o "Guia das coisas boas da cidade maravilhosa", que você, o Egeu e outros overmanos ajudam a construir.
Tem uns detalhezinhos para corrigir:
- "medo do futuro" (não tem acento)
- Basta chegar a Copacabana (vá de metrô e desça na Estação Cantagalo), perguntar
Aqui sem crase e uma vírgula faltando.
Bjs
Dá-lhe, Cíntia. Nem o Joca percebeu! Correção feita! Quero ver a foto da filhota!
BJS
Cris
Minha linda e incrédula amiga:
Ja foi dar uma olhada no tal "paraiso do sexo e da maldade"?
http://www.overmundo.com.br/overblog/sala_edicao.php?em_edicao=5091
beijos e abraços
do Joca Oeiras, o anjo andarilho
Ih, Cris, terminei passando de novo por aqui e vi que Mg deve ser MG.
Muda rápido, antes que os leitores mineiros vejam...
Bjs
Valeu , querida!
Bjk
Cris
Querida Cris:
Vc chegou a ver o "Paraíso..."? Parece que foi retirado da fila de edição.
beijos e abraços
do Joca Oeiras, o anjo andarilho
Cris: Não fosse o contraditório de pensamentos, não existiria escritores. O exercício do fazer-da-escrita faz com que possamos deparar com pessoas do seu naipe cultural. Obrigado pelo entendimento querida. Quanto a esse seu belo texto sobre Drummond (que não tem nada de brega), neste ato, parabenizo-lhe pelo post. Gostei e votei.
Sinceramente, Benny.
Cris,
Que beleza de matéria! Fizeste-me com essa imagem e o texto sentir uma enorme vontade de dar um abraço em Drummond, faz isso por mim quando tu passares por aí, não tenho dúvidas que ele mesmo em estado gélido e estático vai reconhecer o meu abraço e vai te achegar nos braços dele. rsrsrs
Um grande aBRAÇO, minha querida Cris, uma mulher de uma alma tão intensa que ultrapassa as fronteira do máquina da distância e se faz tão perto da gente!
Um aBRAÇO e parabéns pelo trabalho!
Marluce
Benny querido,
Compreendi-o perfeitamente! Referí-me ao "brega" por causa de um comentário lá no seu poema...Drummond é atemporal! Os VERDADEIROS poetas sabem disso!
Beijos
Cris
Que bacana Cris!
A homenagem é mais que justa e merecida pela importância
que assume o poeta dentro da nossa literatura.
As imagens são muito bonitas.
Parabéns!!!!
Carinhosos abraços
Belo trabalho Cris!
Texto muito legal e a sequencia das fotos ficou sensacional.
Parabéns!
Abçs.
Queridos poetas...
Homenagem para todos vocês, que nasceram com esse DOM DIVINO!
Marluce, as vezes ele me empresta o ombro e fico lá, chorando baixinho...Vou cochichar no ouvido dele que conhecí uma moça que tem alma de pássaro!
Bjs
CRIS
Oi, Cris!
Demorei um pouquinho, mas cheguei, finalmente!
Cheguei e adorei! Que linda homenagem, que bela dica!
Quanta vontade! Tanta que chegarei em casa e procurarei algo do Drummond...
Valeu pelo convite!
Beijos
Bjs Fê,
Eu, como você, ando com a máquina na bolsa...
Daí , basta ter o OLHAR...
Cris
E agora Carlos,
A moça te beija,
Te abraça,
Te afaga
Nem se importa que todo mundo a veja
E agora, Carlos
De costas pro mar,
O sol a brilhar,
A onda a marulhar
E agora Carlos,
Tua presença permanente
O verso imanente,
A vida escorrendo lenta
E agora Carlos,
Mesmo quando anoitece
Estando aí a olhar a gente que passa
Nem envelheces,
Enquanto a vida acontece
Carlos, és agora José?
È sempre bom ler algo sobre Drummond,e escrito com tanta sensibilidade melhor ainda.Parabéns!
Valeu a dica...
Desculpe-me a demora.
Bela homenagem e lindas fotos. A cidade ao fundo, Drummond desprezando o mar, de costas para ele - talvez porque acostumou-se a viver sem ele na sua MInas querida - mas de frente para o Rio.
Ainda vou fazer uma poesia sobre o poeta em Copacabana e postarei aqui e lhe avisarei
abcs
Olá amiga Crispinga ,
Tentei novamente e finalmente encontrei o belo texto que você publicou aqui no guia. Adorei, belo recado. Meus sinceros aplausos.
Carlos Magno.
Cris.
Adorei o texto. Tema belo, criativo. Drummond, mesmo de pedra, tem alma.
Beijos
Noélio Mello
Leandro, Carlos, Noélio, Adroaldo querido!
Amanhã vou lá dar uns beijinhos nele...Suas bochechas (de bronze) nunca estão geladas...Tem sempre alguém lhe fazendo um afago...Já ví um menino (de rua) dormindo no seu colo.
Para vocês que transformam a dor em poesia, que deixa a vida mais leve...Com livros, crônicas, contos...Nunca estaremos sozinhos!
Graaaaande beijo!
Cris
Cris,
Obrigada por dedicares a máteria também para mim, fico muito grata pelo imenso carinho que tens para comigo. A recíproca é verdadeira!
Um outro aBRAÇO, Marluce
Amiga, prometi e cumpri, aqui está a poesia.
DRUMMOND, O MAR E O RIO
(O amor ao Rio)
De costas pro mar
Em Copacabana
O poeta está.
Feliz e contente
Ela sabe
Que a gente
O admira.
E até o entende
Pois na sua Itabira
Mar não há.
Talvez por isso,
De costas
Pro mar
Sua atitude
Não seja desafio
Pois o que mais
o encanta
É a face do Rio.
jjLeandro
.....abcs e obrigado pela oportunidade quem me ensejou para este poema .........
Drummond, o Mar e o Rio... AMAR O RIO...Que lindo, Leandro...O poeta, lá no céu , deve estar todo prosa...
BJK
Cris
Linney, de Canoas, leu o que seu conterrâneo escreveu? Lindo de chorar! Obrigada pela participação e emoção!
BJS
Cris
Querida Cris!
Já morei aí na Bolivar, em frente ao Roxi, a trocentos anos atrás e vc me trouxe a lembrança um primo que foi trabalhar em Itabira e nunca mais saiu de lá, só para parecer Drummond-de-Andradense, se é que vc me entende.
Amei a homenagem.
Bjs de açaí
Valeu, garota de Copacabana, Lígia!
Beijos
Cris
quero um colinho daqueles lá do poetinha do brasil.
bonito, Cris.
Obrigada Juli
Sentí sua falta, por onde andas , danada?
Bjs
Cris
Ótimo fragmento de beleza de uma cidade que precisa manter-se maravilhosa. Dá vontade de reler Drummond. Vlw, Cris=O)
Camille Paixão · Niterói, RJ 3/7/2007 13:32
Oi Camile,
É só pegar a barca, atravessar a "poça", pegar um metrô e chegar a Copa! Aproveita e visite o Forte Copacabana! É do lado!
E dar uma "bitoca" no poeta porque ele merece!
BJS
CRIS
Eu AMO ITACOATIARA!!!!
Oi Cris,
Pensei aqui comigo: que tal uma leitura de poemas com o Drummond, no dia 31 de outubro, seu aniversário??
Cada um senta no banco com ele e lê um poema...
E uma idéia para a prefeitura do Rio: Que tal virar o banco para o mar no verão?
Abraço!
as fotos ficaram ótimias, cris!
Guilherme Mattoso · Niterói, RJ 18/7/2007 08:33
Querido Egeu,
O que interessava ao poeta eram as pessoas, a vida...Talvez do mar gostasse da brisa, do barulho das ondas...E ele ficou imortalizado porque era daquele jeitinho que ficava, contemplando as pessoas!
Achei ótima sua idéia da leitura dos poemas, assim como "as frase de Bar", já sugerí ao seu amigo " "Filosofia de banheiro Público" , têm umas hilárias...
Foi com você que resolví mostrar o que que o Rio tem...Não é só violência e pobreza, não!
Beijos da sua admiradora!
Cris
Guilherme,
Já deixei um recado em algum postado seu que foi você o grande incentivador de clicar o Rio. Agora virou mais que hobbie, um prazer, mostra a outra face desse Rio, "...Purgatório da beleza e do caos"
Por isso , não entendí porque não votou na matéria...Tudo bem ,direito seu, mas não ficou legal? Fala a verdade!
Muitos brasileiros nem sabiam, a notícia passou batida...Os jornais e TV preferem escancarar o lado feio, cinza e miserável que temos!
Muitos tem mêdo de vir aqui . Já ouví uma paulistana em férias no Pantanal que diz que NUNCA tinha vindo ao Rio com mêdo da violência, dos arrastões, enfim, dessa baixaria que vende jornal e macula a imagem da nossa cidade!
Só mais uma coisa,
Já percebí que "abandonas seus postados"...As pessoas vão lá elogiar e você não volta para agradecer...Magoa, viu?
Guilurme, estou falando da matéria do Cristo!
Bjs
Cris
Poeta querido, jamais será esquecido...
Beijos aí no céu
E as meninas continuam aqui a te consolar!
Beijos
Cris
Tinha uma pedra no meio da praia
No meio da praia tinha um banco
Tinha um poeta no meio da pedra
No meio do homem tinha moça
No meio da moça tinha um poema
Eterno de bronze, de prata, de ouro...
E agora, José?
E agora, Cris?
Só para confabular a sua prosa.
A moça olha para o poeta, aproxima-se e se aconchega, tendo o mar como testemunha. Linda mistura de imagens, menina! Nasci vizinho do poeta, em Nova Era (MG) e sempre estou revendo suas crônicas e poesias. Parabéns, Cris.
Remisson Aniceto · São Paulo, SP 3/8/2007 09:16
E agora my brother?
A festa não acabou....
O sol continua a brilhar...
Do poeta ninguém se esqueceu...
Sentadinho na beira do mar...
Beijos, Frazão!
Remisson,
Como bom mineiro me diga:
Puseram a homenagem sentada de costas para o mar e andaram dizendo que isso é típico dos mineiros...
Não concordo. Lembrei-me de uma música linda do Flávio Venturini que diz assim:
"...Foi assim, como ver o mar a primeira vez....
...Que meus olhos se viram no seu olhar...."
Quem disse essa frase infeliz não sabe NADA dos mineiros e morre de ciúmes por não poder vê-lo todos os dias, não acha?
Bjk
E coloca uma foto sua para conhece-lo!
Agradecida por me ter dado o direito de resposta a tão infeliz afirmação!
Cris
Poucas palavras em mim, saudades de Carlos.
Marcos Paulo Carlito · , MS 26/10/2007 08:54
Poucas palavras que dizem tudo. Para Marcos:
Soneto da perdida esperança
Perdi o bonde e a esperança.
Volto pálido para casa.
A rua é inútil e nenhum auto
passaria sobre meu corpo.
Vou subir a ladeira lenta
em que os caminhos se fundem.
Todos eles conduzem ao
princípio do drama e da flora.
Não sei se estou sofrendo
ou se é alguém que se diverte
por que não? na noite escassa
com um insolúvel flautim.
Entretanto há muito tempo
nós gritamos: sim! ao eterno.
Carlos Drummond de Andrade
Nesta semana estreiou o programa Paraiso com poesia com programacao especial de estreia com poesias de Carlos Drummond de Andrade 98.7 paraiso fm 16:00 todo dia, a radio e comunitaria e so pega na zona oeste e nao tenham medo a radio e legalizada.
RádioParaís · Rio de Janeiro, RJ 17/5/2010 19:06Para comentar é preciso estar logado no site. Faça primeiro seu login ou registre-se no Overmundo, e adicione seus comentários em seguida.
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