ENTRE IGREJAS E VIN�COLAS

A chamada é, no mínimo, interessante: Nova Trento é a segunda maior Estância Turístico-Religiosa do país. Para quem não sabe, foi nesta pequena cidade catarinense que viveu – depois de ter emigrado para cá vinda da Itália – aquela que é tida como a primeira santa brasileira, Madre Paulina.

A cidade, é verdade, sofreu com o repentino sucesso alcançado dentre o público católico brasileiro. Foi que, de repente, os 10.000 habitantes da pequena cidade tiveram de se acostumar com a chegada de, em média, 30.000 visitantes por mês.

O município dispõe de dois santuários: o Santuário Nossa Senhora do Bom Socorro, construído para comemorar a passagem do século XIX para XX e o Santuário Santa Paulina, erguido em forma de homenagem a mais ilustre moradora da cidade. Este último – e um verdadeiro gigante arquitetônico – é capaz de abrigar para uma missa, sentadas, 3.000 pessoas na nave central.

Além dos dois santuários citados, a cidade conta com uma diversificada gama de igrejas de várias épocas (o que pode interessar a quem estuda arte ou arquitetura sacras) e outros diversos monumentos erguidos ao longo dos anos em homenagem à Santa Paulina.

Apesar de receber tantos visitantes, a base econômica do município não é o turismo. Nova Trento ainda é sustentada pela agricultura, onde se destacam o cultivo de milho, fumo, feijão e, especialmente, uva. Os imigrantes italianos oriundos de Trento trouxeram consigo o melhor da tradição da feitura do vinho colonial – aquele produzido artesanalmente, geralmente por famílias que plantam, colhem e manufaturam a uva para obter o néctar de Baco.

Para se ter idéia da força de produção da pequena cidade, suas vinícolas consomem toda a produção de uvas do município e ainda importam mais de 500 toneladas da fruta dos municípios de Videira, SC e Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul. O resultado é a produção de mais de UM MILHÃO DE LITROS de vinho, distribuídos em 10.000 garrafões anuais.

O abastecimento dos vinhos coloniais ocorre, principalmente, nos municípios vizinhos da cidade, chegando com força a Blumenau, principal distribuidor da produção neo-trentina para o restante do país. No entanto, não é preciso vir a Blumenau para buscar os famosos vinhos de Nova Trento; o ideal é que se visite a cidade e se visite as vinícolas do município. É a melhor forma de se encontrar com produtores de um dos melhores vinhos do sul do país.