Quando entrei na universidade, ouvi boatos de que Deus não existia ou estava morto, não lembro. Tentei até desacreditar, mas uma vez que nasci em Minas, onde o cartão postal é uma Igreja, bastou um pesadelo de noite para minha mão ir para a testa e fazer sozinha o "em nome do Pai". E Campo Belo, onde cresci, cidade com 52.600 habitantes, no Oeste do estado, é famosa pela beleza de logo duas Igrejas, a Velha e a Nova Matriz, que, separadas por um enorme corredor de árvores pau-ferro (a Praça Cônego Ulisses), se contrastam em estilos: a primeira é barroca e a segunda contemporânea.
A Velha Matriz é de fins do XVIII, quando Campo Belo (alçada à cidade em 1879) era ainda o Povoado do Ribeirão São João. Erguida por Negros escravizados, seu altar-mor e afrescos foram arquitetados por Francisco Gorgônio de Menezes, discÃpulo de Aleijadinho, contratado pela senhora Catarina Parreira, segundo o historiador Edson José Teixeira.
Já a Nova Matriz, planejada em 1940 também em estilo barroco, com a chegada dos padres cruzios holandeses nos anos 50, foi rearquitetada como moderna, e o resultado é uma rica e grande abóbada sem paredes nem colunas, com vitrais em mosaicos nas laterais e na frente, que causam a admiração dos daqui e dos visitantes, "do Brasil e do exterior", diz-nos o professor Wagner Cardoso, que cita o Padre Pedro Schreurs como o principal empreendedor da, até então, maior obra campobelense.
Nas missas de nove e meia de domingo, para as crianças, e até hoje, eram as luzes, vermelhas, laranjas e azul-marinhos que entram na Igreja pelos vitrais, o que mais me impressionavam: são a arte dos catorze passos da Paixão de Cristo, da Condenação no Tribunal de Pilatos até o Calvário. Hoje penso que é porque elas, as cores, terminam por imprimir alegria no Caminho Doloroso, enchendo de significado a Redenção de Cristo. O responsável por estes quadros em vidros (que têm aproximadamente 3,5m de comprimento por 2,5m de largura) foi o vitralista teuto-brasileiro Conrado Sorgenicht Filho, famoso pelos painéis que fez em São Paulo para o Mercado Municipal, a Catedral da Sé e a Estação Sorocabana, entre outros.
E para entrar de vez no espÃrito mineiro, sugiro também a Cantina de Minas, no comando de Cristiane e Maury Xavier, com os mineirÃssimos pratos: feijão tropeiro, tutu, omelete, torresmo, frango com quiabo e costelinha com ora-pro-nóbis; num self service de R$ 16,90 o quilo, mais a cachaça João Mendes, produzida em Perdões, cidade vizinha. E, para hospedar: o Hotel Fazenda Ãlamo, situado estrategicamente, por via asfaltada, a seis km de Campo Belo.
Colaboração de primeira. Conrado Sorgenicht , que fez tanto para o povo brasileiro . Boa informação ao Over.voto
Cintia Thome · São Paulo, SP 30/12/2007 09:19Oi Rinaldo boa iniciativa em escrever sobre estas igrejas que são muito lindas e divulgar a nossa querida Campo Belo,parabéns.
Tetsuo · Bauru, SP 30/12/2007 11:07
Muito linda e interessante esta matéria Ri ,gostei muito ,
parabéns e muito sucesso.
Hê Minas Gerais.
saúde e Paz na Terra. jbconrado.
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