MUSAS SILENCIOSAS

Fotografias (auto-retratos) de Tita Blister inspiradas nas divas do cinema mudo dos anos 20-30.
A intenção desse trabalho é recriar, simular, caracterizar, imitar, representar a personalidade (até distorcida), partindo sempre de uma não-imagem: ser nulo nesse momento, ser esse suporte. Nas imagens a sensualidade é abolida, o que se vê é um misto de ternura e melancolia e age como negação da imagem mulher-objeto (de consumo). É o artificial (na dramatização) querendo ser o mais real possível, em silence-mode por expressar somente através das metáforas dos olhares e dos gestos. O cinema era limitado naquela época, mas as atrizes não. A imagem “ falava�.
A exposição “ Musas Silenciosas� é realidade de um tempo brilhante, sem cor e sem som, é uma simulação do passado congelado, descolorido propositadamente. É a busca de um personagem oculto, silencioso que existe em mim. Do corpo como um meio de transmitir emoções emudecidas. A cada encenação, adormeço e acordo num sonho que acredito ser Louise Brooks, Alida Valli, Clara Bow e sem dúvida, encarnação de Theda Bara.