Se o contato com um escritor simplifica em muito a visão que se tem de literatura — quem, afinal, nunca passou pelo constrangimento de, ao encontrar um escritor, perceber que ele também é gente? — o que dizer então do contato com uma artista plástica da qual muito se ouve falar, se pode ver aqui e ali seu nome estampado em importantes anais de arte e abre as portas da sua casa para receber visitantes?
Assim é com Eli Heil. Talvez a maior artista plástica catarinense (e certamente uma das mais produtivas) a simpática senhora de quase oitenta anos precisou de um espaço mágico à altura de sua história. Pois que Eli, para fazer 30 anos, passou cinco de cama. Um dia, um parente lhe trouxe uma tela, em que a artista desenhou o pássaro com o qual havia sonhado e que lhe perguntou se estava disposta a entregar sua vida para a arte. Entregou. Tanto que “artista plástica†somente não define as múltiplas facetas desta mulher, que trabalha como pintora, desenhista, ceramista, escultora, artesã, poeta...
Vivendo hoje numa casa-ateliê de muitos metros quadrados, a artista plástica abre seu espaço para que possam visitar suas galerias, as esculturas expostas pelo jardim e conversar um pouco com a simpática senhora que esconde, nas entranhas, uma mulher de força superior que consegue vomitar em arte aquilo que a alma não consegue guardar. Denominado O Mundo Ovo de Eli Heil (ovo sempre remete a vida) o ateliê expõe muito da produção desta comemorada artista catarinense.
Desde a primeira grande exposição no Museu de Arte Contemporânea de São Paulo – MAC – USP , em 1966, a artista expõe em Paris, França; Ibiza, Espanha; Amsterdã, Holanda; Copenhagen, Dinamarca e Oslo, Noruega. A partir de então, a artista autodidata passa a ser celebrada como uma verdadeira entidade artÃstica. E teria, definitivamente, se tornado uma se não fosse a pessoa simpática e acolhedora que é.
Quando recebe grupos, os recebe no portão de entrada de sua casa e verseja sobre sua obra e sua vida. Sim, fala rimado. Então, o passeio torna-se uma experiência muito maior do que a que se tem eventualmente em museus de arte, quando verificamos a obra de grandes artistas. Eli Heil, grande artista, está ali para ser testemunhada. A catarinense natural de Palhoça, que apareceu, em 1999, num calendário de arte da América Latina, compôs entre Diego Rivera e Frida Khalo, é viva e vive sua arte.
Na verdade, tão viva que é bem capaz que algum visitante estranhe a simplicidade de tão comemorada artista. Acontece que Eli Heil não é acadêmica, mas muito pelo contrário. Denominada (pela academia) como ingênua, a artista só faz aquilo de que tem mais necessidade: vomitar para o mundo, em forma de arte, tantas quantas forem as suas dores e as suas alegrias.
Visitar o seu Mundo-Ovo acompanhado em grande estilo pela própria artista é presenciar a presença de uma das maiores artistas vivas da contemporaneidade e ter por perto um tipo de que se sente falta hoje em dia: gente de verdade.
Para conhecer melhor a artista, uma visita ao site do Itaú Cultural pode ser bem interessante.
Labes, o pássaro escultura da foto é fantástico! Assim como as 4 obras no Itau Cultural. Mas a escultura... deu muita vontade de ver mais coisas dela em escultura. Você poderia ir lá fotografar pra gente, o que acha? Não tinha sequer ouvido falar na artista, que tem uma obra e vida tão consistente. Valeu por ter nos trazido a Eli Heil!
Ilhandarilha · Vitória, ES 28/4/2008 09:30
Parabéns pelo artigo!!
A arte agradece...Grande abraço!!
Rose Canazzaro
Ontem assisti a um programa sobre o mundo ovo da Eli Heil na TV Sesc. A mulher é genial e interessantÃssima. Como estou perto, pretendo ir até lá, fazer fotografias e publicar no Overmundo assim que puder. Quando fizer isso, aviso colocando link por aqui.
Abraços,
Felipe
Há um site próprio da artista, atualmente.
Museu O Mundo Ovo de Eli Heil
Até hoje não fiz uma visita presencial.
A propósito, é possÃvel agendar visitas por telefone ou e-mail: http://www.eliheil.org.br/por/contato-e-informacoes/
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