Praça 7 de setembro

Annekathrin Knigge
O tempo passa, não passa na Praça 7
1
Sérgio Rosa e Marcus Assunção · Belo Horizonte, MG
31/5/2007 · 135 · 6
 

A Praça 7 de setembro é o centro do centro de Belo Horizonte. O obelisco não deixa dúvidas. À Praça 7 tudo converge. As dezenas de pontos de ônibus, as centenas de lanchonetes, as pessoas aos milhares: o centro é velocidade. O movimento que não pode parar no centro da cidade.

Fila de banco. Fila de comida a quilo. Fila de ônibus. Fila de emprego. Fila de elevador. Fila para ir embora. O mais um dia de trabalho que se encerra. A certeza do cotidiano que garante um dia após o outro. O centro não muda.

À direta, o Posto de Serviços Integrados Urbano. O Psiu é, de acordo com o governo, “o Estado mais perto da pessoa humanaâ€. Filas, senhas, números. Emprego. Poucas vagas. Gente de sobra. Isso também não importa. Em um eventual terremoto, o Psiu será lembrado pela fila que se formava para ver o clássico do futebol mineiro.

A praça não é mais 12 de outubro como uma vez já foi. Desde os anos 20 a homenagem não é mais à 1492, o ano da descoberta de Colombo. A independência ganhou. A pátria em primeiro lugar. Fato sem importância para as centenas de subempregados que movimentam o centro, dentro das galerias, sempre prontos para correr atrás do próximo ônibus ou dos táxis lotação que não conseguem não atrapalhar o trânsito.

Torçamos para que a noite chegue. E ela chega. As bancas e os bancos se fecham. A correria ameniza. Agora há mais um pouco de espaço para os namorados nos bancos (quando estes não são alvos de manobras de skate). O centro respira acalmado; a menos que um assaltante....


- Fotos de Annekathrin Knigge, Universidade Bauhaus de Weimar, Alemanha.


Esse texto faz parte da série percurso dos escritores.

onde fica
É o encontro de duas das maiores avenidas da cidade: Afonso Pena com Amazonas.
por que ir
A Praça é verso de Drummond, prédio de Niemeyer, árvore que Orson Welles decidiu utilizar como banheiro, início de romance entre bailarino russo e bailarina brasileira, passagem de Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral, cenário de celebrações esportivas e confrontos políticos.
quando ir
O dia é para quem trabalha. Tirar xerox, pedir segunda via de documento perdido, procurar emprego, comer pastel, pegar ônibus. Assim que a noite chega o centro se transforma: os bares se acendem. Cadeiras, mesas e rodadas de chopps tomam as ruas do centro.
quem vai
A cidade.
quanto custa
Todo centro é um pouco mais barato.

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Guilherme Mattoso
 

será que não rolam umas fotinhos da praça?!

Guilherme Mattoso · Niterói, RJ 29/5/2007 13:33
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Sérgio Rosa e Marcus Assunção
 

seu desejo é uma ordem!

Sérgio Rosa e Marcus Assunção · Belo Horizonte, MG 29/5/2007 13:45
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Mario C.
 

Pô, coloca uma foto melhor como principal. Essa aí é só a janela do Mercantil do Brasil.

Mario C. · Belo Horizonte, MG 1/6/2007 12:41
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CCorrales
 

Mario
Eu até acho que a foto do pessoal jogando damas seria mais legal para ser a principal, mas agora é tarde, já saiu da fase de edição. Já está publicado.
Sergio, viu o link que comentei?
Abraços

CCorrales · São Paulo, SP 1/6/2007 12:58
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Sérgio Rosa e Marcus Assunção
 

Oi, Corrales. Vimos o link, sim! Valeu!

Sérgio Rosa e Marcus Assunção · Belo Horizonte, MG 1/6/2007 13:37
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FILIPE MAMEDE
 

Que lugar bacana. E que essência você capitou Sérgio. Uniu aí um pouquinho de história, reflexão sobre tatibitate da vida cotidiana nas cidades grandes. As fotos também são muito boas.

Abraço.

FILIPE MAMEDE · Natal, RN 9/8/2007 08:41
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