Rapaaaz, no Povoado São José tem um pirão de guaiamum...

Se, por acaso, passar pelo município de Pirambu, no litoral norte sergipano vale a pena dar uma chegada no Povoado de São José. Ruas de pedra, vida tranqüila e uma iguaria famosa na região. O Pirão de Guaiamum é muito mais do que um apanhado de farinha de mandioca e molho. Gilda dos Santos Almeida mantém junto com seu marido, Paulo Henrrique, um pequeno barzinho que já se tornou ponto certo daqueles que apreciam o guaiamum e seus temperos.
Dona Gilda aprendeu a receita com a sogra e há mais de 10 anos tempera o crustáceo e prepara o pirão para satisfazer o apetite de muita gente. Discreta, ela esconde um sorriso meio tímido quando recebe elogios. “O povo que vem aqui gosta, né? Dizem que o pirão é bom. O segredo tá no azeite”.

Atrás do estabelecimento, em um quintal discreto o tanque cheio de guaiamuns mostra onde é feito a engorda dos bichinhos. No alto de uma árvore um papagaio sem nome, cria da casa, vigia os guaiamuns e aprecia a vista lá de cima.

Pirão com Guaiamum

Entre os sergipanos que moram nas cidades litorâneas, caranguejo e guaiamum são dois crustáceos que disputam a preferência na hora de degustar um bom petisco. O guaiamum (Cardisoma guanhumi) tem a carapaça mais azulada e a patola maior (a pata em forma de pinça) pode atingir até 30 cm. Como a degustação exige uma certa destreza técnica, o ato de comer um guaimum, descascá-lo e desmontá-lo é geralmente acompanhado de uma boa prosa entre amigos e chegados.

Em alguns cantos do estado uma frase costuma ser dita: “Para pouca farinha, meu pirão primeiro”. O pirão é outro elemento da culinária das terras de Serigy. No povoado de São José e em outras comunidades onde a pesca é uma atividade forte, ele é feito com o molho do guiaumum, mas há também variações como o pirão de leite, pirão de buchada de bode, pirão de capão, pirão de pitu...