Rua dos Alfarrábios

Em todo o Brasil eles são conhecidos como sebos, mas por aqui resolveram colocar nas placas que eram alfarrábios. Já chegaram a falar que a palavra, segundo o Aurélio sinônimo de livro velho, quase caiu em desuso. Se for assim, trata-se de um pólo de resistência cultural lingüística. O adjetivo cultural, aliás, nomeia boa parte dessas casas, destinadas a venda e compra de livros (e discos, e CDs, e vídeos, e DVDs) usados. Mas o que mais se procura neles são mesmo revistas infantis, de mulher pelada e, principalmente, livros didáticos.

Isso talvez explique o fato de que, na rua na qual se concentra o maior número de alfarrábios em Maceió, a paciência seja a qualidade mais perfeita para um comprador. Localizadas atrás da Assembléia Legislativa, em um paredão que um dia foi uma falésia, as banquinhas e lojas que contam com esses produtos parecem primar pela desorganização. OK, não é regra, mas mesmo nas mais organizadas você ainda poderá encontrar livros de sociologia na parte de psicologia ou de economia, como sendo de direito, por exemplo. Nada que uma tarde de disposição não resolva, já que, se a questão é comprar fácil, basta pedir na Internet. Ah, e não esqueça de pechinchar: grande parte dos livros fica sem preço e, quando têm, muitas vezes são superfaturados.