Uma construção de quase 100 anos atravessa-se despercebida de quem trafega na Avenida Brasil, no centro de Passo Fundo. Escondida atrás de fios e uma parada de ônibus, aquele desconhecido prédio resgata histórias de uma região Norte do Rio Grande do Sul em desenvolvimento, quando a economia do municÃpio ainda dependia majoritariamente do setor primário.
Com três andares, pintado em tons cinza e uma fachada composta por pequenas torres na parte superior, a construção que abrigou a prefeitura de Passo Fundo até a década de 1970 hoje dá lugar a dois museus: o Museu Histórico Regional (MHR) e o Museu de Artes Visuais Ruth Schneider (Mavrs).
O prédio de 98 anos resgata a história de uma cidade um pouco mais velha, com 150 anos recém completados. O local de 400m2 foi construÃdo entre 1909 e 1911 para sediar o poder executivo municipal, na administração do Cel. Gervásio Lucas Annes. A planta, a pintura e a decoração foram encomendadas de Porto Alegre – na época, era luxuoso “importar†móveis, roupas e acessórios para a casa da capital.
Porém, menos de 50 anos depois de ser concluÃdo, o prédio começou a ficar limitado para sediar a administração de uma cidade de, na época, quase 100 mil habitantes – hoje são mais de 180mil. Sem espaço, a alternativa foi uma nova construção. Em 1976, a prefeitura abandonava seu antigo local. Um ano depois, funda-se o Museu Histórico-Cultural, vinculado à secretária de Educação. Apesar da novidade à cidade, o espaço fecha as portas em seguida e só retorna em 1996, através de uma parceria com a universidade. No mesmo local, o Mavrs também é inaugurado.
Mesmo com objetivos diferentes – um é voltado a propiciar o acesso democrático à arte e o outro à preservação e difusão da memória e do acervo e histórico-cultural da região, ambos funcionam no mesmo prédio, através de exposições distintas. Fui pelo menos cinco vezes ao lugar e vale a pena, principalmente para se surpreender com o crescimento de Passo Fundo nas últimas três décadas. Para os apreciadores de artes, o Mavrs é um belo passeio também, com destaque à obra Ruth Schneider, que empresta seu nome ao museu.
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