Quando se fala em trilhas ecológicas, logo pensamos em um local ao ar livre, coberto por vegetação e com obstáculos a serem superados. Um programa ideal para um final de semana, por exemplo, com a possibilidade de passarmos um bom tempo junto à natureza. Agora você já imaginou uma trilha dentro de um local fechado. E o mais curioso: você é vendado e precisa acompanhar o caminho indicado através de uma corda.
No Museu Zôo-Botânico, em Passo Fundo, mais de 50 pessoas encaram diariamente uma trilha como essa descrita, denominada de “Perceptivaâ€. Tem mais um detalhe: o visitante percorre todo o caminho sem calçado. Em uma tarde dessas, topei esse desafio. O momento de espera até entrar na tal sala é de nervosismo. Ninguém tem a menor idéia do que pode ter lá dentro. Se alguém já foi uma vez e acredita conhecer, engana-se. O percurso e os obstáculos são alterados quase toda semana. Na sala de espera, há exposição de animais como cobras e aranhas. Ou seja, a sensação é de que todos aqueles bichos podem estar no percurso – e, de fato, à s vezes estão.
O mais curioso é analisar a expressão do rosto de quem encerra a trilha. Todos parecem estar mais aliviados. Quando chegou a minha vez, tirei meu tênis e coloquei a tal venda. Uma guia me levou até o outro ambiente e apenas colocou a minha mão na tal de corda e disse: “Agora segue a corda. Caso se perca, acalme-se e tente encontrar novamente a cordaâ€. Aquilo só aumentou meu nervosismo, mas segui. A partir daquele momento, meu tato dava asas à imaginação. Já no inÃcio, piso em algo gelado. Paro e tento por a mão para ver o que era, porém não identifiquei – só depois sem a venda.
Pelo caminho, que dura em torno de meia hora, é possÃvel tocar em objetos antigos, plantas e animais. Quase na metade, desprendi-me da corda. E agora? Lembrei da orientação e me acalmei. Naquelas alturas, seguindo o percurso, eu estava rastejando pelo chão. (o visitante não faz a trilha apenas caminhando. Há momentos em que é necessário deitar e andar de joelhos). Levei uns seis minutos para reencontrar a corda. Passado esse susto e mais uma dezenas até o final, o percurso foi válido. Na tentativa de deixar todos com vontade de fazer a trilha, vou omitir informações do caminho. No final, o mais interessante é fazer o trajeto sem venda e ter a possibilidade de identificar cada objeto ou bicho. Em muitos, se estivesse sem a venda, jamais chegaria sequer perto.
O objetivo da trilha é promover um contato entre o ser humano e tudo que o cerca, como acessórios, animais e plantas. Elaborada há cinco anos, a trilha é gratuita. Segundo a direção do museu, mais de 12 mil estudantes da região percorrem o caminho anualmente. Se for ao museu, também pode aproveitar outras atividades, como a exposição de animais e as noções de educação ambiental.
Guilherme, essa trilha parece ser bem interessante. Nunca ouvi falar em nada parecido. Imagino os debates que ela suscita entre alunos e professores em salas de aula, como de Biologia.
No inÃcio da sua trilha, com a venda nos olhos, acho que você escorregou no teclado ao digitar "mão". Se der tempo, fica a dica.
Abraços e parabéns pela ótima sugestão pro Guia.
Me pareceu bastante interessante! Ainda mais porque é gratuita pra quem quiser ir e conferir a olhos vendados. Uma ótima dica! Votado!
Candice Gonçalves · Crato, CE 25/10/2007 11:24Para comentar é preciso estar logado no site. Faça primeiro seu login ou registre-se no Overmundo, e adicione seus comentários em seguida.
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