A banda Cover e a Cadeia produtiva

Na pág à esq, bandas que a Bizz aposta para 2007. Entre as 10, Macaco Bong
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Pablo Capilé · Cuiabá, MT
7/2/2007 · 235 · 21
 

Muito tem se falado ultimamente sobre o papel da banda cover na nossa cadeia produtiva, e iniciarei aqui algumas leituras que possam elucidar os participantes deste debate, a começar pelas palavras da promoter do Bar do Neurô, Elaine Santos, que recentemente teceu alguns comentários sobre esse assunto nos coments no HellCity, um dos blogs da VOLUME, alguns pontos:

Elaine disse que todas as bandas que são realidade hoje em dia começaram tocando cover e que só quem nasceu em berço de ouro ou conta com patrocínios não conhece essa realidade. Então pra começar vamos falar dessas bandas que hoje já são realidade no nosso cenário, entendendo por realidade aquelas bandas que estão gravando seu material, contam com um público que canta suas músicas, que estão rodando o país e colocando a cara para as mídias especializadas, que já conseguem apoio da iniciativa privada e do poder publico e etc.

Vanguart: O Vanguart começou há alguns anos com o Helio Flanders já fazendo músicas próprias e gravando-as no “El Gordo Studiosâ€, um estúdio caseiro do Reginaldo Lincoln, que na época era vocalista e guitarrista do Deefor e hoje é baixista da referida banda. Nesse começo o Helio e o Reginaldo gravaram dois CDs e lançaram virtualmente, com muitas músicas que fazem parte do repertório da banda até hoje. Nesse meio tempo Helio foi pra Bolívia e quando voltou de lá retomou o Vanguart e começou a se apresentar nos eventos, com um set list predominante de músicas próprias e poucos covers dos Beatles e Bob Dylan. Ou seja, mesmo com pouca idade os músicos da banda já começaram seus trabalhos na perspectiva autoral, e estão hoje colhendo os frutos que plantaram, sendo literalmente essa REALIDADE a que a Elaine se refere. E não saem de casa hoje sem passagens pagas e cachê de 1000 reais, e aqui em Cuiabá já conseguiu estabelecer um padrão de cachê também que já possibilita a auto-gestão da banda.

Macaco Bong: O Macaco Bong já nasceu derivado de uma outra banda que priorizava a música própria como a base de suas apresentações, o Donalua, que contava com uma maioria esmagadora de músicas próprias em seu set list e pouquíssimos covers. O Macaco, por exemplo, só teve um cover até hoje em seu set List que foi Jeremy, do Pearl Jam, que tocaram no máximo três vezes, todas as outras musicas sempre foram autorais. E também estão colhendo o que plantaram, rodando o país, e mais incrível, sendo altamente reconhecidos no circuito indie mesmo tocando música instrumental que possui uma dificuldade maior de inserção. O Macaco Bong é outra realidade da cena Cuiabana.

Revoltz: Desde o começo da banda uma das frases mais faladas pelo Ricardo Kudla era: só tocamos músicas próprias. Não me lembro até hoje de vê-lo tocando um cover sequer, sempre na busca pela identidade autoral e pela difusão das suas composições. Também estão colhendo o que plantaram. Gravando CD, assinando com selo, recebo cachê, fazendo turnê, e cada vez mais estável em São Paulo.

Fuzzly: A mesma coisa, desde a época do Noise Jam os caras já priorizavam a música própria, e quando virou Fuzzly então, sempre prevaleceu no set list a produção autoral. E, hoje, são uma realidade do underground nacional, com turnês internacionais, disco gravado, propostas de selos, etc.

Lord Crossroad: Uma das bandas mais queridas da capital e com público mais fiel. Sempre apostou na música própria e também tem colhido os frutos disso tudo. Iniciando em 2007 sua caminhada pelo circuito nacional se apresentando em Goiânia já no Carnaval.

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Além destas 5 é difícil analisar outras bandas que realmente já são uma realidade consolidada na cena autoral em Cuiabá, e por isso a Elaine já começa se equivocando, já que deturpa os fatos de forma conveniente aos seus interesses, já que NENHUMA das REALIDADES da cena basearam seu set list em covers.

Mas se a Elaine esta citando as bandas Hátores, o Kayamaré, o Mano joe como realidades aí é outra historia, podem até ser realidades da cadeia produtiva da música, mas não são realidades da cena autoral, e acho que é aí que a Elaine perde o foco, no momento em que ela não sabe diferenciar essas realidades. Mandala Soul e Cachorro Grande estão muito próximos da realidade de Hátores e Mano Joe, E É ISSO QUE PRECISA FICAR CLARO.

Não adianta anunciar que os grupos Mandala Soul ou o Cachorro Doido estão começando a produzir músicas próprias e blá blá blá sendo que o caminho que a banda toma é muito parecido com a de Hátores e Mano Joe, que também anunciaram suas produções próprias mas nunca abandonaram o ciclo vicioso da banda de bar que toca cover. Mano Joe e Hatores tem até CD Gravado só com músicas próprias, e é fato que nenhuma destas participa da cena autoral.

Ou seja, no fim das contas tanto Cachorro Doido como Mandala Soul vão tocar 5 músicas próprias no seu set lis e 20 covers, e vão se perpetuar nessa eternamente, já que participar do Circuito Autoral é também participar do Mercado Autoral, participar destas estratégias, e trabalhar a distribuição, a circulação, a divulgação e também o consumo. E cá pra nós, Mandala Soul e Cachorro Doido estão completamente descontextualizados dentro desse mercado e não mostram nenhum indício de entrada ou aproximação dele.

Vamos exemplificar: Cachorro Doido vai e compõe músicas próprias, aí vai e toca pro público da cidade, aí esse público gosta daquelas músicas, aí eles gravam CD, e prensam aquelas mesmas mil cópias que Hátores, Mano Joe e Kayamaré prensaram... Aí coloca uma matéria na Folha do Estado, tenta veicular a música na Rádio Cidade e no Programa do Fabinho. Pronto.

Qual o resultado disso? O mesmo das outras bandas citadas!

1- Dezenas de CDs encaixotados com pouquíssimas vendas, já que o público consumidor foi pessimamente trabalhado, em um plano de mídia amador que se pauta apenas em Palco + matérias apadrinhadas em jornais + músicas uma vez ou outra na radio.

2- Desperdício de verba pública ou pessoal já que a péssima distribuição não possibilitará essa difusão.

3- Um pseudodiscurso de produção de música autoral que na prática se mostra extremamente ineficaz e descontextualizado.

4- Vendas somente em lojas de CD de shoppings como CD Player, City Lar e etc., sempre em espaços dificílimos de se visualizar.

Pra vocês terem uma idéia, quando o Kayamaré lançou o CD deles, fui em algumas lojas onde o CD estava à disposição e questionei o atendente sobre as vendas do CD da banda, e para minha surpresa ele disse: Tà VENDENDO MUITO BEM.

Embasbacado e sem acreditar, me refiz e perguntei novamente: O que seria esse muito bem? E ele me disse: TODO MÊS SAEM PELO MENOS DOIS!

Intrigado, saí da loja e fui fazer as contas: se eles vendem 2 CDs por mês, vendem também 24 CDs por ano. Se as outras duas lojas que também estavam vendendo o CD tivessem a mesma média os caras venderiam 72 CDs por ano. Ou seja, os mil que foram feitos demorariam pelo menos 10 anos para serem completamente vendidos.

Qual a conclusão disso?
O CD já nasce morto. Já nasce pensando pequeno, pois a estratégia é de mesa de bar, a estratégia é amadora, a estratégia está baseada em pilares extremamente viciados e falidos.

E quais as conseqüências desse amadorismo?
Não vão viver nunca da música própria já que não vão conseguir difundi-la e vão se perpetuar tocando covers em bares alegando que precisam dessa grana para sobreviver. Então, se pensarmos friamente, talvez os caras são tão amadores até para poder se manter nesse ciclo vicioso e confortável do cover.

Não estou dizendo aqui que é proibido basear seu set list em covers, e sim que é preciso diferenciar esses nichos para conseguirmos ler tudo isso de uma maneira mais clara. Estamos dentro da mesma cadeia produtiva, mas os interesses são antagônicos e muitas vezes vão se chocar. E quanto mais as bandas autorais se organizarem mais conseguirão lutar para garantir seus espaços em detrimento destes Lobos em pele de cordeiros!

Falarei em breve sobre como o Vanguart de ontem se transformou no Vanguart de hoje, mostrando assim o que seria esse tão dito circuito autoral que possui estratégias antagônicas, as utilizadas pelas bandas cover, e por que o Before Vallegrand só precisou de um ano para vender as mil cópias que o Kayamaré demoraria quase 10 para vender. Abraços!

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Fernanda Nix
 

olá, pablo. tudo bem? achei o tema do seu texto super legal e construtivo, mas ele está muito longo... é difícil alguém pela internet ler tudo até o final. então, eu sugiro que você divida o texto em partes, pode ser por bandas, para ficar mais dinâmico e menos cansativo para o leitor. e o legal q dessa forma vc pode ir linkando um texto no outro... assim vc inclusive pode criar uma tag sobre o tema e ir desenrolando aos poucos, conforme o interesse das pessoas.

Fernanda Nix · São Paulo, SP 5/2/2007 11:26
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Bia Marques
 

Pablo, bravo! A coerência da análise foi certeira e enquanto lia ia traçando um paralelo com a produção do MS.. Na mosca!

Bia Marques · Campo Grande, MS 7/2/2007 08:38
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Igor Cidrini
 

Excelente! Visão perfeita. É através da produção autoral que se constrói a cultura nacional.
Quero ler mais textos seus e se possível trocar umas idéias contigo.

Avalie: http://www.overmundo.com.br/banco/veias-abertas

Igor Cidrini · Rio de Janeiro, RJ 7/2/2007 11:53
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Rica P
 

Pra tentar achar um meio-termo, lembro duma entrevista com o baixista do Skank, em que ele falava que no começo da carreira eles tocavam próprias e covers, mas estas eram sempre versões de músicas de outro estilo (Bob Dylan por ex), transformadas na pegada deles. Assim eles tinham a 'música conhecida' mas sem perder a criação. Achei inteligente.
No mais, bela matéria, vou atrás de conhecer essas bandas.

Rica P · São Paulo, SP 7/2/2007 13:03
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Guilherme Mattoso
 

sinceramente... achei essa matéria meio "lavagem de roupa suja" com a tal da elaine. sou 100% a favor de bandas com projeto autoral, focado em música própria. porém, se olharmos com mais bom humor, o que seriam dos casamentos, festas de 15 anos e barzinhos. a questão é: essa galera vai ficar o resto da vida tocando cover em evento. nesse ponto o pablo tem total razão.

Guilherme Mattoso · Niterói, RJ 7/2/2007 14:53
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Thiago Camelo
 

Fala Capilé! Rapaz, tem horas em que vc fala Cachorro Grande e, em outras, Cachorro Doido. A qual Cachorro vc está realmente se referindo? (ou está se referindo aos dois?)

Thiago Camelo · Rio de Janeiro, RJ 7/2/2007 15:51
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Andre  Intruso
 

Bem . se for pra falar de bandas que priorizam a musica propria, falo aqui dos Intrusos, banda da qual eu sou vocalista e compositor.

www.bandasdegaragem.com.br/intrusos


Quem quizer conhecer, sirva-se!

Andre Intruso · Jaboatão dos Guararapes, PE 7/2/2007 16:28
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Claudiocareca
 

Eu tb fiquei na dúvida entre os cachorros, ehehehe... Como conheço a cena e já vi as bandas todas as citadas acho que a matéria mexe mais comigo. Concordo com a leitura da cena mas não acho que tocar covers exclui a possibilidade de sucesso ou auto-sustentação para manter o pé no chão, né?!
Sou fã do lord crossroad, do vanguart e do macaco bong atualmente, na minha opinião, são as melhores bandas de MT e sem dúvida não deixam nada a desejar no cenário nacional.
Todas tocaram no Cuiabá Skate Park, oh saudade daquelas festas, puta merda!!!

Claudiocareca · Cuiabá, MT 7/2/2007 17:08
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Rodrigo Teixeira
 

O Mister Pablo está coberto de razão. As bandas de cover atrapalham pacas a cena. Geralmente, jogam o cachê lá para baixo, topam qualquer som e esquema e, para mim o pior, deseducam o público, no sentido de desacostumar ainda mais o ouvido para o novo, para o autoral! Ainda manda o direito autoral para outros lugares e não o que ele está tocando. Gosto muito do Vanguart, já subi em cima da cadeira na euforia do Revoltz e estou muito curioso para escutar o Macaco Bong! Abraço pro c Capilé!
* Me dedico ao trabalho autoral há 20 anos e não abro mão de só que eu QUERO!

Rodrigo Teixeira · Campo Grande, MS 7/2/2007 18:08
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JP - João Paulo
 

Cara, essa situação é realidade em diversos lugares, no blog do Luciano Mattos, no El Cabong, rolou uma acalorada discursão sobre esse assunto na cena de Salvador.
Aqui em Aracaju também existe isso também, concordo contigo, tenho duas bandas e ambas apostam no trabalho autoral, a Hamadan e a Nautilus, e muitos acham essa idéia suicida e que não vai nos levar a nada.
Bom, vamos continuar nosso caminho dessa forma, e a cena do MT tem nos mostrado ótimas bandas.

JP - João Paulo · Recife, PE 7/2/2007 18:14
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Tranquera
 

Tem dois Cachorros no texto... Fiquei confuso nesse aspecto... Mas gostei da idéia principal... Bem interessante...

Tranquera · São Paulo, SP 7/2/2007 21:20
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Dewis Caldas
 

O Cachorro, é o Cahorro Doido, de Cuiabá mesmo.

Dewis Caldas · Cuiabá, MT 8/2/2007 09:02
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** LÉO METALL **
 

Essa discussao de Banda Cover x Autoral é no minimo ridicula.

Neguinho dizer q banda cover atrapalha cena/banda autoral, e se esconder atras dessa desculpa é pq é INCAPAZ, PREGUISOCO, Mà FÉ, SEM-VERGONHA, MAQUIAVÉLICO etc.

O motivo é simples, nao existe na face da terra pessoas com 4 ouvidos, 2 ouvidos para cover, e outros 2 para autoral. Quem consome cover e musica autoral é o mesmo ser, é ele quem decide o q vai ouvir, é ele quem busca o que quer pelo livre arbitrio de escolha.

O direito do cover se limita onde começa o direito do autoral, e vice-versa. O Q TRANSFORMA ESSA DISCUSSAO AKI, UM TÓPICO DE RETROGRADOS, Q SE ACHAM AUTORITARIOS. POBRES DITATORES COM SEUS PODRES PODERES. EU SOU O DONO DOS MEUS OUVIDOS E NAO VCES!!

O q falta realmente é articulacao da bandas autoraias, o q falta dentro da cena autoral, é produtores, produtoras, musicos, institutos, empresários, selos mais HONESTOS, o q falta é midia/radio diminuir a qtde de LIXO q eles jogam em nossos ouvidos todos os dias como se akilo fosse bom, nossos ouvidos nao sao latrinas.

Muitas bandas cover, sustentam suas familias e pagam impostos atraves desse trabalho suado. Roubar, matar, estuprar, vender drOgas na frente das escolas, essa é opçao obvia num pais corrupto BRASIL, q nao da chances, mas nao, eles escolheram ser musicos da noite, tocando obras alheia para ganhar a vida, e de quebra ainda divulgam o trabalho do autor!

Bandas cover existem, existiram, e sempre existirao. Pq fazem parte do processo de amadurecimento de qualquer cena. Dali saem grandes musicos, justamente pq o musico q executa cover tem q mostrar algo melhor e mais bem executado q a propria obra em si.

Por outro lado ter uma banda autoral é muito mais dificil a caminhada, pois tdo q é novo assusta, e vem me dizer agora q seu insucesso é culpa alheia?? OO discurso de incapaz esse!!

Ae neguinho monta uma banda e, desiste no inicio do jogo e começa a jogar pedras nakeles q sao capazes de fazer o cover.

Quer montar uma banda autoral? Entao seja capaz e alem de tudo MOSTRE ALGO NOVO PARA O MERCADO, SEJA INEDITO, NAO FIKE COPIANDO OS MODELOS AMERICANOS, NAO SEJA + UM EMO, olhe ao seu redor, olhe q estilo de musica o Brasil consome, seja inteligente, estude, tenha contanto com musicos experientes, nao fique escorado em produtores q sao favorecidos politicamente, achando q ele lhe levara ao céu, vce sera apenas mais um, TENHA OPINIAO PROPRIA, acredite em sua obra!! Caso contrario, sempre existirao bandas cover bem melhor q a sua, q nao é cover e nem autoral, e sim só mais um influenciado pela MODA q ditam!!

"Uma cena sem bandas Cover, é uma memoria sem lembranças"

Apenas, a visao de um POETA!!

** LÉO METALL ** · Cuiabá, MT 8/2/2007 12:14
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Bruno Montalvão
 

o Pablo, com esse texto quis acima de tudo posicionar o Mercado Independente. A cena de Cuiabá é uma das mais promissoras do momento no Mercado da musica brasileira e isso merece destaque. Eu poderia abranger o assunto bem mais, mas vou me ater ao que fica mais próximo da minha realidade no momento, pois trabalho com a Vanguart e cuido da produção artistico-executiva e da agenda deles, desde julho (época em que ainda estava produzindo o programa TOUR INDEPENDENTE, que foi veiculado pela MTV ano passado) de 2006, quando começamos a "Cachaça Tour" - bem sucedida turnê - que levou os Vangs a diversos lugares do Brasil: Belém, Aracaju, Garanhuns/PE, Recife, Natal, João Pessoa, Conquista/BA, Maceió, Florianópolis, Balneário Camboriu, Curitiba etc.

Essa turnê foi bem-sucedida em diversos aspectos, desde a indicação do video-clip homônimo ao VMB 06, até os prêmios que conquistamos depois (melhor musica do ano, melhor show do ano, melhor banda indie do Brasil etc) e por fim, o reconhecimento do nosso público, que cresce a cada dia e comprova o "valor do trabalho autoral".

em 2006, a Vanguart buscou a consolidação de seu trabalho autoral na cena nacional, deu a cara a bater como bem disse o Pablo, e nao teve medo de tocar pelo Brasil a fora. Isso fez com que a Vanguart se auto-reconhecesse, e se sentisse mais forte, ganhasse "cancha de palco", tornando seu show forte e direcionado. Na Minha opinião, como produtor, o que falta para as bandas não é só profissionalismo, mas sim dinâmica de palco e saber lidar bem fora dele, com a Imprensa e o Público consumidor. Aliado a isso, um bom trabalho de divulgação, um trabalho livre, com sugestões apenas, nada de apadrinhamento. Assim, você se mostra de forma verdadeira e deixa que os comentários fluam de maneira honesta.

Foi assim com a Vanguart... um trabalho de formiguinha que cresceu e tomou o mundo... Pode ser assim com a tua banda tambem, basta que acredite e va em frente, mas fica aqui um conselho "organização e determinação" são palavras-chave nesse sentido, e servem como o cimento do seu alicerce.

Bruno Montalvão · São Paulo, SP 8/2/2007 12:31
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Bruno Montalvão
 

sobre o que o tal POETA disse, eu só tenho uma coisa a falar:

se vc conhece os acordes que te fazem tocar e/ou executar uma MUSICA COVER... vc também conhece os mesmo acordes que podem fazer vc construir uma MUSICA AUTORAL.

então por que optar pelo COVER, em detrimento da música AUTORAL, por que o COVER paga suas contas??? que tolo isso, que inútil e sem sentido!

Eu prefiro pagar pra ouvir algo novo, do que ver "enlatados" tocando música alheia, muitas vezes de mau-gosto e com baixissima qualidade musical.

Bruno Montalvão · São Paulo, SP 8/2/2007 12:44
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** LÉO METALL **
 

Concordo com o colega Bruno Montavao em varios aspectos, mas eu nao defendi o COVER, eu apenas salientei q o COVER é uma realidade q esta ai, e nao adianta espernear, pois muitos musicos estao vivendo de cover, a questao é entao:
Baixemos nesse momento uma ditadura musical, estado de sitio enfim, É PROIBIDO COVER NO MUNDO sob pena de ir para a guilhotina, ou sera punido ouvindo as bandas autorais de molekes de 15 anos ao stilo EMO for United States. Pergunto entao, o que os nossos generais de pauta farao com a massa desempregada, uma vez q cover é proibido? Roubar, matar, ou virar todos bandas autorais? Ou fazer concurso para funcionario publico? Ou virar massa de manobra igual eleitores cegos? OU simplesmente acabar com isso pq o cover me atrapalha!!

Larga mao cara, EU SOU A FAVOR DO AUTORAL, de enlatado gosto somente de CERVEJA. E cover nao leva o autoral ao detrimento em nenhum momento.
ACREDITO EU, Q TEM MUITO NEGUINHO AE Q SE DIZ BANDA AUTORAL Q TEM MEDO DE BANDA COVER PRA FICAR FOMENTANDO ESSA BALELA!! SÓ PODE!!

VIVA A OBRA AUTORAL, VIVA O COVER TB!!

** LÉO METALL ** · Cuiabá, MT 8/2/2007 15:51
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Pablo Capilé
 

Opa.

Bacana que estabelecemos uma discussão com esse artigo, e gostaria de colocar alguns pontos:

1- O Cachorro em questão é só o Doido, de cuiabá, o debate do cachorro grande é outro, rs, mas tambem polemico e vou até escrever sobre,

2- Em nenhum momento to dizeno para se proibir as bandas covers de se apresentarem, somente levanteiu um debate sobre os coques de interesses entre o Cover e o Autoral e tambem como cada uma se estabelece dentro da cadeia produtiva.

3- Leo metal, pseudonimos tambem sao covers né, talvez por isso vc se sinta tão agredido com o que ta escrito. Prefiro debater com o original, com o autoral rs. DEbater com pseudonimo é a mesmoa coisa que pagar para ver cover.:)

4- To em recife, no POrto musical, muito bacana a feira aqui, quem puder vir no ano que vem nao pode perder a oportunidade, quando voltar escreverei a segunda parte desse artigo para darmos continuidade ao debate.

Abraços!

Pablo Capilé · Cuiabá, MT 8/2/2007 17:42
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Lidiane
 

Olá Galera! Muito se fala por aí, mas nem tudo é verdade... Quando vcs tiverem um tempinho, ouçam no palco mp3 duas das músicas do disco q está sendo gravado da Cachorro Doido. Por favor, só para ouvirem o outro lado! Isso é válido!
www.bandacachorrodoido.palcomp3.com.br

Lidiane · Cuiabá, MT 12/2/2007 19:36
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Lidiane
 

Opa, é que talvez agora, participem tbm da cadeia produtiva... Tudo vai depender do talento!

Lidiane · Cuiabá, MT 12/2/2007 19:51
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Pablo Capilé
 

Sim lidiane, mas vou reproduzir uma parte do que escrevi só pra te elucidar melhor sobre o texto:

"Não adianta anunciar que os grupos Mandala Soul ou o Cachorro Doido estão começando a produzir músicas próprias e blá blá blá sendo que o caminho que a banda toma é muito parecido com a de Hátores e Mano Joe, que também anunciaram suas produções próprias mas nunca abandonaram o ciclo vicioso da banda de bar que toca cover. Mano Joe e Hatores tem até CD Gravado só com músicas próprias, e é fato que nenhuma destas participa da cena autoral.

Ou seja, no fim das contas tanto Cachorro Doido como Mandala Soul vão tocar 5 músicas próprias no seu set lis e 20 covers, e vão se perpetuar nessa eternamente, já que participar do Circuito Autoral é também participar do Mercado Autoral, participar destas estratégias, e trabalhar a distribuição, a circulação, a divulgação e também o consumo. E cá pra nós, Mandala Soul e Cachorro Doido estão completamente descontextualizados dentro desse mercado e não mostram nenhum indício de entrada ou aproximação dele."

Pablo Capilé · Cuiabá, MT 12/2/2007 20:21
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Gostei da matéria, é um assunto que realmente precisa ser discutido. São muitas as bandas, principalmente no interior de todos os Estados, que se baseiam apenas em covers e já são criadas sem perspectiva para a criação original. Isso acaba gerando um círculo vicioso, péssimo não apenas para a cena, mas para a própria cultura como um todo.

Estou cansado de ver bandas de pequenas cidades, sempre fazendo as mesmas covers maçantes e com o mínimo de interesse ou apoio para desenvolver trabalhos autorais.

Realmente, os covers podem ser extremamente divertidos e até ajudam no show, às vezes. Mas tê-los como prioridade é demais e traz poucos benefícios.

Contanto, cada um faz o que lhe dá prazer...

E sobre os comentários:
1. Fernanda, o que a internet precisa é justamente de textos mais longos e mais bem elaborados. Pedir textos curtos é voltar-se para a superficialidade (ou preguiça). Sempre fico feliz ao ver um bom tema ser bem trabalhado. Se estou com preguiça ou sem saco, simplesmente vou pulando e salvo no del.icio.us, leio depois ou mantenho como referência.
2. Intruso, usar os comentários de um texto só pra fazer propaganda é uma merda, cara. Esse pseudo-spam dá no saco!
3. "Leo Metal". Talvez não tenha capacidade para entender um texto ou acompanhar o desenvolvimento de uma idéia lendo os comentários ("não é o mesmo que 'burro'?")

E aos interessados na música alternativa nacional, indico o Meio Desligado. (e o item 2?).

· , 11/8/2007 22:40
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