Água mole pedra dura tanto bate até que fura! Fura?
Elizete Vasconcelos Arantes Filha
Começo este texto citando um provérbio popular que faz muito sucesso entre os mais velhos: água mole pedra dura tanto bate até que fura! Os jovens talvez não saibam o que quer dizer, no entanto não vou desistir de citá-lo sempre que possa e também não vou desistir de contar esta história, aos velhos, aos jovens e às crianças, quem sabe, um dia todos aprendem. Recentemente eu contei para um grupo de crianças entre 10 e 12 anos e pedi para elas interpretarem em forma de desenho e pintura e o resultado vocês podem conferir e, se ainda não entenderam, conto-lhes quantas vezes for necessário.
A história começou após várias conversas sobre adoção de crianças e, inconformada com a ignorância da sociedade quando o assunto é raça, ou seja, cor da pele, já que só existe uma única raça, a humana, resolvi contar esta história que aconteceu há, exatamente, 25 anos no interior de Pernambuco. Vou omitir os nomes verdadeiros dos envolvidos, mas a essência da história será conservada.
No início da década de 80, um repórter fotográfico (também estudante de jornalismo) acompanhou uma jornalista que fazia reportagem sobre trabalho infantil numa carvoaria em uma cidade do interior de Pernambuco, abandonada por Deus e pelos políticos.
Ao iniciar a matéria, a dupla sofreu várias perseguições e quase foi morta por causa da ousadia de registrar acontecimentos desumanos que, de certa forma, eram comuns na região – se ainda é hoje, imaginem 25 anos atrás. Terminada a matéria, as belas fotografias renderam ao fotógrafo vários prêmios e um contrato num jornal de grande circulação em outro estado, abrindo-lhe portas para exercer, mais tarde, várias funções importantes em muitos jornais e revistas do país.
Bem, voltemos à história. Concluída a reportagem, o fotógrafo voltou para casa trazendo nos braços uma garotinha de apenas 11 meses de idade, envolvida em trapos. Imaginem o “furdunço” no jornal, na família e entre os seus amigos. Após procurar o Juizado de Menores para concretizar a adoção, imediata e sem restrições, o fotógrafo, que já era casado e pai de dois filhos, foi apoiado tanto por alguns de seus familiares quanto por sua mulher. No entanto, houve reservas por parte de alguns amigos de trabalho, parentes, vizinhos e até mesmo de alguns fiéis e do pastor da igreja que a família freqüentava, através de críticas, risadas e cotoveladas entre as pessoas (principalmente mulheres e mocinhas) quando a família chegava ou saía de um recinto público. Eram comuns dizeres desse tipo: “Um casal de negros com uma menina branca no colo não combina”. E outra: “As pessoas deveriam adotar crianças que se parecem com elas, branco adota branco, negro adota negro, pardo adota pardo.” E certa vez foi dito, para magoar mesmo, conta a mãe adotiva da menininha, relembrando: “A menina loira com cabelos de cachinhos dourados, olhos azuis, uma verdadeira “nórdica”, foi adotada por um negro”.
Esta era a cena que as pessoas não aceitavam. A maldade e a ignorância humana não tinham limite. Quando aquela mãe apresentava a filha e dizia “esta é a minha filha”, sempre havia constrangimento... Pois as pessoas que se diziam bem educadas e civilizadas logo indagavam: “Como ela pode ser sua filha?”, “Você é negra e a menina é branca?”. Aquela mãe humildemente contava e recontava a história da sua adoção esperando compreensão das pessoas, na esperança que elas percebessem que o amor de mãe não vê cor, nem raça, que se ama com o coração, não com os olhos. Mesmo assim aquelas pessoas não entendiam nada, pois o preconceito e o sentimento racista, ou seja, a ignorância, eram maiores do que a inteligência para compreender motivos tão nobres que levaram àquela adoção.
E na igreja ocorria o seguinte: os “irmãos” de fé, aqueles que geralmente a gente teme mais a língua do que a fúria de Deus, diziam: “Fulano querendo embranquecer a família, adotou uma menina branca”. A família sofria diante de tanta ignorância manifestada nos lugares que freqüentava. No entanto, com muita dignidade, manteve o relacionamento familiar, cuidando da menina da mesma forma que cuidava dos filhos legítimos, com todo amor de pai e mãe que cabia num coração. Além de comida, zelo, escola, amor, respeito, dignidade, deu àquela criança a oportunidade de ter uma FAMÍLIA, pessoas dignas, independente da cor da pele para serem chamadas de MÃE e de PAI.
O tempo passou, a menina cresceu muito esperta, muito inteligente, muito amorosa. Retornava para os pais adotivos o amor incondicional que recebia. Era uma família feliz!Hoje, 25 anos após esse acontecimento, aquela menininha é uma jovem senhora de 26 anos, casada e mãe de um casal de filhos. Formou-se recentemente em jornalismo, seguindo a carreira do seu amado pai, e trabalha num conceituado jornal. Mais: é proprietária de uma casa e paga as contas em dia. É uma cidadã.
Fui testemunha na adoção, pois era professora primária dos demais filhos do casal e sabia os motivos que sensibilizaram aquele fotógrafo e, futuramente, sua esposa, seus filhos, o juiz e as pessoas de bem que fizeram parte da melhor parte da história. Aquela menininha aos 11 meses de idade foi violentada pelo seu pai legítimo, homem branco, que vivia alcoolizado. Ao ser socorrida, ainda estava sangrando. O homem branco, que era pai e esposo legítimo, espancava a esposa e os filhos maiores. A mãe, mulher branca e também alcoólatra, fumava cigarro de palha e apagava no corpo dos filhos.
Na região, todas as crianças trabalhavam na carvoaria, enquanto a polícia, os políticos e a população fechavam os olhos para a situação. As crianças trabalhadoras tinham o corpo queimado e algumas tinham membros do corpo amputados. Aquela criança, ao ser socorrida pelo fotografo, estava desnutrida, abaixo do peso, com poucas chances de sobrevivência e com marcas de queimadura de cigarro por todo o corpo, inclusive perto dos olhos. Os médicos que a socorreram afirmaram que por pouco não atingira o olho, cegando-a. Ainda bem que aquele fotógrafo não olhou para a cor da pele da menininha, apenas para a situação dela e percebeu que poderia fazer a diferença!!! Já pensou se ele tivesse pensado assim: “Não vou ajudar esta criança porque ela não combina com a cor da minha pele!”
Quantas crianças negras, brancas, mulatas, pardas, saudáveis e não saudáveis, com ou sem necessidades especiais estão nas creches, nas ruas e até no trabalho infantil. Algumas ainda bebês, outras já bem grandinhas e todas precisando de adoção. Bem amigos, a situação da adoção no Brasil é um fato para se refletir, a maioria dos casais brasileiros que querem adotar uma criança dá preferência a meninas, brancas, de olhos claros de até um ano de idade, enquanto os estrangeiros não escolhem sexo, idade ou cor. Adotam até crianças com doenças crônicas conhecidas.
Que possamos ter a mesma atitude. Não adotar uma criança só porque ela não combina com a nossa cor da pele, ou com a cor dos nossos olhos. Filhos não são acessórios de vaidade. Devemos adotar para fazer a diferença. Amar com amor de mãe e de pai. INCONDICIONAL.
Para que nós possamos fazer a diferença não é necessário adotar uma criança, já que para adotar é constitucional querer e poder. No entanto, podemos fazer a diferença combatendo a infâmia do racismo relembrando e fazendo uso de uma célebre frase que nunca fica fora de moda e fez parte da maioria de nós na adolescência. “Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos...” Antóine de Saint-Exupéry, em "O pequeno Príncipe”.
Referências:
Jornal Folha de São Paulo/ 11/07/97 em www.filhosadotivos.com.br/acessado em 29/07/2007 as 14h00min
Querida,
Marcado para voltar, ler e comentar!
Comovente, Elizete. Infelizmente verdadeira. Mas, graças aos Ceus, de final feliz. A união entre as pessoas deve se dar pelas diferenças, cor, credo, gênero, classe social, isso é acessório.Como você mesmo disse: o esencial é invisível aos olhos.
Pababéns, volto para votar.
Elizete, você sempre é como um vento arrastando a gente para emoções imensas.
Fui lendo e sentindo uma raiva danada.
Às vezes, tenho vontade de pegar o ser humano e dar uns tapas para que essa espécie deixe de ser imbecil (perdão). Agora foi assim.
Essa história mostra mil coisas, mas destaco o que mais toca: a extrema superficialidade cínica dos indivíduos modernos e a alma sempre luminosa das crianças que se contrapõe a eles. Coisa de alma ainda não contaminada, como você mostrou.
Eu volto depois para falar mais.
Por enquanto, agradeço a história, agradeço pela beleza que ele contém.
Obrigada.
beijos
Parabéns minha querida amiga Elizete por esta linda matéria. Meus sinceros aplausos e beijos.
Carlos Magno.
Elizete, teu tranbalho é maravilhoso. Enquanto a criança faz arte ela tem sonhos...
Sabe, quando eu estava no 4° ano primário, a Professora de Artes, era uma gringa, nos fez participar de um concurso entre as escolas particulares e públicas ,"como você vê o mundo"...Bom, eu , sem nunca ter visto nomes de artistas consagrados, desenhei um quadriculado, como se fosse uma toalha de bar (rs) e em cada quadrado pintei uma cor...Ganhei o Concurso pois diziam que era
um tal de Mondrian (rsrsrs)...A partir dali que comecei a observar quadros, estampas, desenhos nos livros de Jorge Amado, Olavo, Monteiro, charges, etc....Onde eu pisava logo queria saber se havia museu, etc....Ainda bem que existem ainda profesoras assim...
Teu trabalho é excelente, pois a criança tem que ser incentivada pela professora, pois as vezes os pais estão a trabalhar e não tem tempo para acompanhar a educação e dar alegria...infelizmente não se tem tempo para nada...Um beijo.
Bom...veja este absurdo
http://www.overmundo.com.br/overblog/manifestacao-racista-no-programa-do-jo-soares
.
Impressionante na capacidadede sensibilizar.
Comove lá no fundo da alma.
Um Trabalho deelevadacategoria.
Parabéns pela Inspiração.
Elizete, uma palavra depois dessas: Maravilha!
bjo.
Elizete,
me lembro de ter ouvido esta história de vc por aqui, não sei se em texto ou comentário. De toda forma ganhou outro gancho e ficou mais completa.
Abraços!
E viva o arco íris de cores. Gente é gente. Só a cor é diferente.
Elizete,
parabéns pela excelente matéria, além de sensível e bem escrita, retrata de maneira realista uma situação que até hoje - infelizmente - não é tão incomum no Brasil, como gostaríamos que fosse. Todavia, como você diz ao citar o provérbio "água mole em pedra dura tanto bate até que fura", textos como o seu inspiram reflexão e podem ajudar a mudar este quadro, motivando-nos a lutar por uma sociedade mais justa e solidária. Com esperança e alegria, receba meu
forte abraço.
Elizete,
Humana.
E do lado do bem, porque nada que é humano pode nos parecer estranho, já dizia um poeta.
E, por humana do bem, bela, excelente, maravilhosa, linda, amada e amorosa.
Parabéns querida, parabéns, parabéns, parabéns!
beijin.
Elizete, Viu?
Valeu a volta, porque mais pessoas mereciam saber dessa matéria.
Aprendemos muito. Agradecida.
Um abraço apertadinho, para o meu coração encostar no seu.
Elizete, quanta emoção na sua narrativa!
É muito triste mesmo saber a situação das crianças exploradas pelo trabalho escravo, das criancinhas que aguardam por adoção e querem tão-somente uma família, um pouquinho de carinho.
Parabéns pelo texto, e que ele sirva para comover as pessoas no sentido da solidariedade e do calor humano.
Bjs.
Olá Elizete.
Já tinha lido o teu texto e, pensei muito e ainda penso no que vou escrever, pois vejo duas situações nele e situações com diferentes sinuações.
Acredito que não tenha feito por mal ou o 'Higor' tenha porventura interpretado errado.
Neste trecho: Aquela menininha aos 11 meses de idade foi violentada pelo seu pai legítimo, homem branco, que vivia alcoolizado. Ao ser socorrida, ainda estava sangrando. O homem branco, que era pai e esposo legítimo, espancava a esposa e os filhos maiores. A mãe, mulher branca e também alcoólatra, fumava cigarro de palha e apagava no corpo dos filhos.
Acredito, que este trecho seja um reforço desnecessário e condiz com uma leve tendência e persuação de opinião. O texto em cima já faz referência que a pessoa não é Negra, citando a menina como Loira (Nórdica) e na questão dos teus 'irmãos' de igraja comentando o fato.
Para terminar, minha familia é negra e minha mãe é branca a única branca dentro de 11 irmãos e mais 16 vós e vôs irmãos de minha vó materna. Eu cresci convivendo com essa situação de indiferença, tudo camuflado dentro de vários ambientes, enfim é outra história.
Desculpe prolongar, beijos.
Elizete, parabéns pela publicação do texto.
Nossa, em quntos pontos nos tocou, chamando a atenção para temas tão negeligenciados e até banalizados pela nossa sociedade de "bem".
O preconceito é mesmo e sem dúvida, o mal maior da humanidade. É primo-iramão da ignorância. Da mais profunda ignorância, pois desconhe as razões do simplesmente SER e existir, independentemente de raças e de cores.
Puxa, e pensar que tal crianaça só precisava sobreviver! Sem desejar um lar branco, negor ou amarelo. Mas um lar e pais de verdade. "(...)Amar com amor de mãe e de pai. INCONDICIONAL."
Grande e belo texto que além de informativo, é bastante reflexivo.
Parabéns, querida, por tanabha inquietação a esses males ainda incrustrados como pedras no espírito humano.
Grande abraço, bom dia!
Ah, parabéns também pelos lindos trabalhos das tuas crianças, que ilustram e dão vida ao texto.
Bjs
Higor: Cada um com sua história. Esta história é real e eu dei ênfase ao foto de que aquele casal branco alcólatra e desajustado, infelizmente, era visto por mim da mesma forma como os negros são vistos pela sociedade inteira. Naquela época e naquela circustância. "Só sabe o que é ser negro nesse país quem é negro". Eu sou negra e já sofri todo tipo de preconceito que você possa imaginar e olha que eu sou uma mulher culta e bonita (filé) como dizem meus meus alunos. Também sou casada com um homem branco "nórdico" e também sou vista pela família dele da mesma forma como aquele casal. O que eu quis dizer é: não é preciso ser branco para ser especial ou melhor que o outro. A beleza das pessoas não está na cor, e sim, no caráter, existe negros que não presta? Existe sim. Existe brancos que não presta? existe sim. Não é a cor, é a alma. Você é branco e é uma pessoa maravilhosa. A maioria dos meus amigos são brancos e eu os amo muito. O trecho do texto não é desnecessário é mais do que necessário é a minha expressão, é a minha nota de repúdio para esta sociedade racista que quer camuflar esse sentimento colocando, agora, a culpa das mazenas do mundo na força que os negros estão conseguindo para superar o "apartaid' que lhe foi imposto desde os relatos contidos na bíblia até os livros didáticos que são distribuidos nas escolas.Hoje dizem assim: "mas o negro é racista e preconceituoso com ele mesmo", reconhecer e exigir tratamento igual não é ter preconceito é saber que todos têm o dever de viverem juntos, se amarem e se respitarem. Mesmo sendo filho de negro você não sabe o que é ser negro e o meu texto só quer dizer que ser negro é ser lindo, ser megro é ser honesto, ser negro é ter bom coração, ser negro é ser um pai maravilhoso, ser negro é ser inteligente, ser negro é poder frequentar uma academia e se tornar doutor. Ser negro é ter a oportunidade de poder ser ele mesmo. Ser negro é poder dizer o que ele pensa sem ter medo de ser acusado de racismo contra brancos. O "branco" pode dizer o que eles querem em relação ao negro e o negro têm que sempre esperar da aprovação para dizer qualquer coisa.
Não preciso de licença poetica para dizer o que penso com medo de magoar as pessoas.
Grande abraço,
Elizete
O crime é cometido há muito tempo e sabemos que é fato concreto. Entendi o que quis dizer no texto e também por aqui no comentário.
Tenha minha opinião igual a tua, não tiro nada. Apenas comentei que o reforço na minha 'humilde' opinião é desnecessário, sendo que já havia citado duas estrofes acima a mesma coisa. Digo, usou de um reforço camuflado para dar um outro sentido de interpretação.
Enfim, como você disse: Higor: Cada um com sua história. Portanto, desfaço um possível entretenimento que seria interessante.
Obs: Ontem foi a premiação do XXIX Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos. Estive na premiação e entrevistei o Rabino Henry Sobel e ele comentou em uma das perguntas: Quando estive com Dom Evaristo Arns, e diversos Jornalistas na escadaria da Sé em São Paulo em 1977, disse a todos que 'Eu' estava ali não era pela morte de Vladimir Herzog, não era porque morreu um 'negro', um 'branco', um 'índio', um 'pardo', ou um 'amarelo'. Eu estava ali porquê morreu uma pessoa.
Eu penso assim.
Abraços..
Filha,
Uma bela construção fizestes.
Inteira, íntegra, justa e doce, como costuma ser a de pessoas de boa alma .
Também partilho da tua tese de que o amor não tem cor.
E penso que sequer sexo tem, pois a relação sexual prazerosa é das maneiras mais perfeitas de relacionarem-se as pessoas.
Também creio que há pessoas no Planeta, que basicamente o egoísmo e a ganância transformando as circunstâncias impuseram distinções exacerbadas ao que é, no fundo, no fundo, muito parecido.
Quem tem a tez clara, um aparentemente branco, um sarará crioulo, um albino, pode ter ascendente negro, e vice-versa. Veja-se o caso do dna da Daiane dos Santos.
A questão está em como a pessoa se percebe e em como as pessoas percebendo o outro a distingam na pecualiaridade individual dela sem a imposição religiosa, cultural e até política da discriminação.
Enfim, ainda penso que discriminação é exercício de poder, sendo que o máximo que se possa atribuir ao contigente negro no Brasil é o que se costuma chamar de preconceito e esse existe entre pobres e pobres e dos de baixo em relação aos de cima.
Os de cima, a maioria não negra, é que tem o poder e, portanto, o poder de discriminar (arbitrar, explorar, mandar, embora não mais possa ser proprietário de pessoas com o abrigo da religião e ou da lei).
Em consciência qualquer pessoa, tenha a pele clara ou escura, pode reivindicar-se anti-racista, anti-disciriminação.
Reivindicar-se negro, embora a tez clara, também será uma questão de consciência, a meu ver.
Penso assim e desde esse ponto de vista é que te aplaudo pelo postado e a tuas crianças todas pelos lindos e expressivos desenhos.
Asè!
Olá minha querida Elizete,
Admiro muito sua dedicação, seu trabalho.
Concordo com Higor nos pontos que ressaltou.
E, como é "cada um com sua história...", falarei um pouco da minha.
Pois bem, minha família por parte de pai é italiana, e por parte de mãe é uma grande mistura vinda do Nordeste. Meu avô era negro, de forma que minha mãe tem cabelos encaracolados, o que causou grande briga por parte da família de meu pai.
Eu, à primeira vista só herdei a boca e o nariz de meu avô, e segundo a minha certidão de nascimento, sou branca.
Para questionar a lei de cotas universitárias vigente, fiz minha inscrição para o vestibular como negra, o que outras leis confirmam; minha foto foi anexada e dias depois recebi uma carta dizendo que eu não poderia fazer o vestibular caso não preenchesse meu cadastro “corretamente”. Fui até lá, com os documentos de meu avô e algumas leis embaixo do braço e provei que estava certa. Mas não teve jeito, eu só poderia fazer a prova se “corrigisse” minha ficha. Não o fiz, pois não queria estudar em uma instituição que segrega tanto seus alunos.
Depois desse meu enorme parêntese de história pessoal, eu afirmo que amo as pessoas, não seus traços determinado por DNA. É triste saber que temos uma cultura de fachada, falsamente livre de preconceitos etc, quando na verdade temos fincado em nossas histórias, a intolerância.
Peço desculpas pelo comentário e talvez um pouco fora do foco do texto. Mas em breve publicarei aqui no Blog sobre o mesmo assunto.
Beijos
Oi Elizete, fui testemunha de um fato parecido, estes exemplos são bálsamo para o coração e para a alma! O amor é contagiante!! Vi um menininho de quase dois anos e com físico de 8 meses de idade, aquele ser indefeso e desnutrito foi adotado por uma senhora, que o alimentou, deu amor e oportunidades melhores, hoje um homem formado, gentil, solidário... vida transformada! Beijo querida, amei o texto!
Tati MOTTA · Belo Horizonte, MG 26/10/2007 15:27
Professora,
Lembro-me do fato. "Tudo isto", se encaminhará para uma solução, iniciar-se-á a percorrer um caminho, quando ele
for pensado, visto como um sistema. Um sistema em que não ficará de fora as Forças Armadas, nem os Cristianismo. Que englobará as Nações mães do imigrante.
Não será o homem, o indivíduo, o jornalista, o (a)Professor (a), o comerciante....... Terá que partir das Forças Armadas, a segunda maior desgraça do negro brasileiro; terá de ser responsabilizado o Cristianismo a maior desgraça do negro.
O dia que as Forças Armadas tiver metade de negros no seu corpo de oficiais ninguém se furtará de adotar uma criança negra, nem de dar emprego a um pai negro. O Dia que nas Forças Armadas tiver 50% de oficiais generais negros, todos
quererão um amigo negro, (e se o infeliz for sobrinho do Gal.?)
As nações européias, o Japão, as mais recentes asiáticas
não poderão ficar de fora, no entendimento e no participar.
Mas Professora, valeu o texto. E da sua capacidade de narrar, de tecer, de explicar, de envolver - é assim de deixar de boca aberta, como se dizia no meu lugar.
Um abraço, andre.
Salve Menina!
Gostei muito - matéria bem escrita, sensivel e concordo com Saramar. As vezes da vontade de encher de porrada mesmo, o ser humano - é uma tática milenar, mas dá certo. (encher de porrada) é que os fluídos precisam ser misturados com as pancadas... é coisa de ciência, dou fé!
Parabens pelos desenhos, são valiosos.
saudações pantaneiras
Texto muito bem elaborado.
Retornarei para votar.
Agora... Vou ler novamente...
Querida, o conceito de raça nem existe mais, somos todos uma grande mistura de genes vindos de todas as partes...Imagina eu , branquela em Salvador...Era chamada de "gringa" kkkk!
Os provérbios a gente muda:
Água mole em pedra dura não fura se a gente tirar a pedra do lugar!!!!
Outra, criada pela Gabi: Tudo que vai , às vezes não volta!
Beijo querida!
Boa sorte no doutorado...
Eu estou aqui tentando um Mestrado em Saúde Pública e como sou brasileira , não desistirei nunca!
BJK!
Elizete, será que teremos essa tão sonhada união de raças, credos, etc... Algum dia?
Sou amante do respeito por pessoas.
Um grande bj
O Brasil sempre conviveu muito bem entre raças, depois que inventaram cotas, e a Globo entrou com o tema, esta envenenando a sociedade brasileira, que esta perdendo a sua identidade, ou ja perdeu,So falta uma ruptura no nosso meio...Porque a divida externa virou eterna.Nao temos mais liberdade de expressar, existe uma ditadura da democracia, coisa louca mas e pura verdade. Tem algo de podre no reino da Dinamarca! Parabens pelo texto! Ce ja acabou de estudar?...abrsc. victos vapf. votado
victorvapf · Belo Horizonte, MG 26/10/2007 22:20
Vim votar.
Estive lendo os comentários todose eles confirmam o que você disse na sua resposta ao Higor: "cada um com sua história".
Porém, todas têm um traço comum que eu considero a doença mais grave do ser humano que é exatamente a essência da história que você nos contou: a incapacidade dos seres humanos de conviver com as diferenças.
Claro que o privilégio da igualdade já foi instrumento de sobrevivência, mas lá nas cavernas. Que o ser humano, apesar de todo o desenvolvimento intelectual e material que experimenta, ainda continue agindo como nossos indefesos ancestrais é o que eu tento e não consigo entender nem aceitar.
beijos.
Voltei.
Eu esqueci de dizer que sou uma pessoa cheia de esperanças, inclusive em relação ao fim da discriminação. E o título do seu texto indica que você também é.
Por isso, essa alma angélica que você mostra entre a gente.
beijos
Votadíssimo minha querida amiga Elizete.
Beijos.
Carlos Magno.
Boa noite Elizete...
li gostei votei,
parabéns, beijos e frores para vc.
Excelente matéria, Elizete!
O Over é um verdadeiro tesouro de boas reportagens.
Parabéns!
Vim p intermédio de uma grande amiga...gostei...votei e te deixo beijos !!!
Elizete, já dei o recado e agora estou aqui para conferir, rs. Você é uma lutadora Professora! Quando eu crescer quero ser você, rs. Beijos e boa noite entre uma absolut...amente genuina Pitú (rsrsrs)
Cintia Thome · São Paulo, SP 27/10/2007 00:24Parabens Elizete, gostei muito do seu texto e da sua luta. um bj
j.alves · São Paulo, SP 27/10/2007 09:20
Elizete,
Nós deveríamos lançar uma campanha com esse título: "Adote um burro e ajude a tirar um adulto do mundo ignorância". Quem sabe finalizando assim: "Não vote cor, vote alma!"
O problema seria arrumar espaço para adotar tanta gente burra.
Elizete, aplausos pra você minha amiga guerreira!!! Mil aplausos!!!
Elizete, amiga,
Li, reli, analisei, refleti, gostei e votei.
abrs,
Boa narrativa, gosto muito do enfoque da FAMILIA, eh uma coisa que eu levo sempre na "frente de frente" inclusive na Roda da Capuera.
Parabens Elizete.
Axe
Elizete, querida amiga.
Já conhecia esse teu excelente texto. Ficou melhor agora com tantas ilustrações.
Minha opinião é a mesma do primeiro. Simplesmente fantástico.
Beijos
Noélio
Elizete,
encontrei seu texto agora, me perdoa! Me avisa quando tiver outros dos teus tesouros para serem lidos! Maravilhoso trabalho! Já disseram tudo. Parabéns pela sensibilidade e pela matéria.
Beijos,
Nydia
Caríssima Elizete,
Creio que este texto deve ser divulgado, também, em todos os outros meios de comunicação que puderes e tiveres acesso. O PRECONCEITO é causa de muitos males e a humanidade ainda não se deu conta! Infelizmente. Concordo com Marcos Paulo, pois creio que alma não tem cor. Se tem... que alguém me reaponda qual!
Muito pertinente teu texto.
Beijo grande.
Caríssima Elizete,
Creio que este texto deve ser divulgado, também, em todos os outros meios de comunicação que puderes e tiveres acesso. O PRECONCEITO é causa de muitos males e a humanidade ainda não se deu conta! Infelizmente. Concordo com Marcos Paulo, pois creio que alma não tem cor. Se tem... que alguém me responda qual!
Muito pertinente teu texto.
Beijo grande.
Ai, querida.
Um probleminha desses já tão conhecidos na rede, tornou impossível minha presença, até mesmo aqui no Over.
Estou retornando só hoje mas vim deixar aqui minha imensa apreciação por seu belíssimo trabalho, assim como meu agradecimento pelo convite. Excelente esse texto querida. Parabéns! Bjus
Uma linda e comovente história, que deveria servir de exemplo pra todos nós, irmãos de fé e de cor (de coração). Gostaria de te agradecer pelo convite e te parabenizar pelo relato! beijos.
Candice Gonçalves · Crato, CE 30/10/2007 10:27Obrigado pelo convite. Continuemos agora em comunhão. Abraço.
Lindomar · São Luís, MA 30/10/2007 21:19
Elizete,
A questão do racismo possuiu uma complexidade tremenda. É um grande desafio falar sobre o tema. Todavia, a abordagem se faz necessária...diria até indispensável tendo em vista a sociedade em que vivemos. Sendo assim, aproveitarei a oportunidade que sua iniciativa criou e também direi algumas palavras.
Penso que a questão tanto começou quanto se mantém em função do desejo de um ser humano explorar o outro.
Como é fato largamente conhecido, pessoas foram retiradas da África ‘a força, embarcadas nas piores condições possíveis e por mar trazidas para cá. Aqui estando, elas e seus descendentes foram feitas/mantidas escravas. Quem dominava já se achava superior...talvez até mesmo como forma inconsciente de justificativa para a exploração.
Depois veio a Abolição da Escravidão. Todavia, o sistema em que impera a concentração de renda se manteve e igualmente se manteve o sentimento de superioridade de uns em relação a outros. (A questão do “negro”, ao meu ver, hoje passa tanto pelo aspecto da perpetuação do que era em termos de preconceito quanto pela sua quase identificação/sinonímia com a pobreza. Discrimina-se pobreza também e não só “raça”...)
Por mim e na minha vida, constatei esse sentimento em 2 situações que gostaria de destacar. O lado do “branco” e o lado do “negro”.
Assim como você percebe que não é bem aceita por alguns indivíduos, também digo sobre essas ações deploráveis em minha vida. Lembro-me de ocasião em que me falaram, textualmente/ palavra por palavra ,que eu deveria encerrar um relacionamento meu porque o fato não seria “bem visto”.
Percebi também um ódio de um grupo de “negros” contra mim. Parecia que eu estava em um daqueles bairros de Nova Iorque em que só moram “negros” de tão assustadora que foi a situação. Diria que isso poderia até já estar vindo em resposta a essa discriminação que os “negros” sofrem. E, esse é um dos motivos pelo qual sou contra cotas em universidades.
Cota só tende a fazer separar o quê deveria ser uno. Fora isso não é justo porque beneficiaria apenas os mais “incluídos” entre os “excluídos”, entende? Sem falar que ficaria ao bel-prazer de cada um dizer-se “branco” ou “negro” conforme não apenas lhe parecesse que realmente fosse como também, ao largo de qualquer verdade, lhe parecesse que pudesse extrair benefício de tal afirmação. Quem seria juiz da questão? Complica! Haja vista o recente “mico” pelo qual passou a UnB ao considerar que apenas um entre 2 irmãos gêmeos univitelinos era “negro”.
A questão não passa por cotas porque cota não resolve a desigualdade social que assola o país. Fora isso ainda pode contribui para o ódio racial.
Pergunto: Como ficaria, por exemplo, a questão de 2 jovens conhecidos entre si, sendo que esses 2 jovens seriam de uma mesma classe social desfavorecida. Um seria “negro” e o outro “branco”. O “negro” valeria-se da cota e o “branco” ficaria de fora. Seria justo? E o “branco”? O quê pensaria?
Então, deve ter mesmo é educação de qualidade e renda suficiente para uma vida digna para todos. Penso que cota só interessa para manter a desigualdade social enquanto se finge gerar grandes oportunidades para o conjunto da nação brasileira.
Abraço
apple. Concordo com tudo o que dizes do inicio ao fim, inclusive, com cotas para negros entrar numa universidade. Sou negra, apesar de que nas fotos eu me pareço branca, mas tenho a fisionomia de negros e anatomia de negros (descendência do meu pai, que não se aceita negro), minha mãe é descendente de europeus e me rejeitava, pois eu era a única entre seus 16 filhos que tinha a pele escurinha. Fui confundida várias vezes com a empregada da casa e vi muitas vezes minha mãe se justificando, “ela é a minha filha e não a empregada”. Eu sou a única da família que levanta e carrega esta bandeira. Descobrir-me negra não pela cultura que vivi ou me foi passada e, sim, pelas atitudes negativas das pessoas em relação a mim. Assim que entrei na escola senti na ‘pele’ os preconceitos passados pelos amiguinhos “menina feia, preta!” e quando arranjei o meu primeiro namoradinho, a mãe dele proibiu o nosso namoro, pois não queria que seu “filho namorasse uma negrinha”. Nas peça de teatro sempre fui a empregada ou a escrava ou a bruxa, pois os papeis de princesa e rainha eram para meninas brancas, mesmo sendo feias. Nunca fui “Rainha do Milho” e nem a “baliza da Banda Marcial da Escola”.
No ano de 1995 fui aos Estados Unidos para passear e sofri preconceitos ainda no aeroporto, fui deportada (funcionária pública Estadual e Municipal, com curso superior e pós-graduação, pagadora de impostos proprietária de casa e carro). O que eles tinham contra mim se minha documentação estava tudo em ordem e eu tinha dinheiro suficiente? A não ser o foto de ser negra. Entrei na justiça e ficou por isso mesmo. Entrei numa depressão sem fim, fiquei cinco anos tentando recuperar a minha vida. Resolvi brigar por uma vida melhor. Hoje sou mestre e dou aulas numa universidade federal. EU SOU A ÚNICA PROFESSORA NEGRA que ensina numa faculdade. Tinha uma outra, excelente por sinal, mas se aposentou. Num universo repleto de mulheres negras e numa instituição com mais de 3.000 funcionários, por que só duas mulheres negras conseguem passar num concurso público?
Hoje se vê pessoas brancas e até louras se dizendo negras para tirar proveito das cotas universitárias. Vemos nas matérias de televisão pessoas “brancas” sendo entrevistados lutando, exigindo. Vemos algum negro?
Os negros nem se quer sabem seus direitos e poucos entendem o que venha a ser “Cotas para Negros”, duvidas?
Na minha faculdade os únicos negros que existem são os africanos que estão aqui por conta dos acordos entre paises, mesmo assim, eles passam por uma bateria de testes antes de aqui chegar.
Jamais utilizei a minha cor para conseguir qualquer coisa do governo, ao contrario, uso o fato de ser NEGRA para ajudar as pessoas a se reconhecerem também e lutarem pelos seus direitos.
Não defendo cotas, defendo educação de qualidade para todos. Se a criança negra ou branca, mesmo sendo pobre, mas com uma educação de qualidade, ela poderá melhorar a qualidade de sua vida. É para isso que eu luto!
Elizete Arantes
Axe'
Não defendo cotas, defendo educação de qualidade para todos.
Podes crer... amizade... e qualidade, no verbo, atitude que gera evolucao!
Compro esse jogo, com vc e todos que defendem esta posicao, na acao!
As cotas são para estudantes de escolas públicas e negros.
Eu as defendo por ser ação de afirmação.
Afirma quem sabe.
Quem tem consciência é que sabe.
Por isso, a consciência de si é que afirma e necessita de afirmação.
A escravidão deixou pessoas aqui, arrancadas de África, em condição de miserabilidade, sem as eiras e beiras portuguesas.
Terras foram dadas a imigrantes (que não foram dadas a eles pela cor da pele, por certo) mas não foram dadas a negros.
Então, ou nos dão terras como deram a imigrantes que chegaram aqui ou nos dão acesso a escolas que nos deram nunca.
A cota de hoje é a terra de ontem.
Também sou a favor da educação de qualidade e gratuita para todos, assim como sou a favor de reforma agrária.
Quem é filho de imigrante que recebeu terra de graça para produzir aqui (poder se sustentar e até enricar e a partir daí dominar os trabalhadores pobres) que devolva as terras que receberam seus avós porque elas eram cotas deste latifúndio, não apenas a medida, de sete palmos, que me está reservada, de ancha, nem funda.
Eu devolvo de bom grado a chibata, as correntes, o tronco e os filhos que minhas bisavós tiveram por estrupro dos sinhozinhos.
Tô trocando no taco, agora, já!
É simples como a roda.
Porque o rico vai no fundamental e segundo grau pagos, faz cursinho pago, faz curso de línguas pago, tem aula de música e balê pagos, professor particular pra reforço pago, e presta vestibular pra escola pública por quê, porra merda?
Eu faço escola fundamental pública, segundo grau público e não tenho dinheiro pra cursinho, e trabalho pra me sustentar desde os 13 anos de idade e tenho que concorrer com quem não trabalha e transfere o impoosto no preço da mercadoria pra eu pagar - porque quem tem pra que transferir não paga imposto, repassa.
Cotas de afirmação, se usadas por quem abusa e reiivndica ser negro não o sendo é mal uso de recurso público, mas esse mal uso é abusado por muito esperto em outras sinecuras desta república das bruzundangas, não é fato? E nem por isso deix-ase de lutar por saúde pública e educação gratuita para todos no ensino fundamental.
Eu não quero brigar com ninguém pessoalmete, quero oportunidades iguais para todos, desde que nascem até que não morram.
Pra mim é simples assim, posso estar errada, mas até aqui penso que estou certa, até que me convençam do contrário com argumentos objetivos, sem romantismo ou idealismo de que poderia ter sido.
Eu amo todas as pessoas que estão para o bem, nem penso quel alguém é mais que outro, porque tudo é da mesma pipa, da mesma terra.
Já, a história é o que já foi, o futuro é que pode ser diferente, para as pessoas poderem ser iguais em direitos, as difrenças precisam ser reconhecidas em todos os planos, no econômico, que gera relações sociais objetivas, principalmente.
Juliaura: Concordo e discordo, se isto for possível. Fui defensora das cotas durante muito tempo,mas quando percebi que as coisas não estavam mudando, que o que via eram pessoas que não eram negras (descendentes de cor e de cultura) reivindicando seus direitos à universidade, enquanto que os verdadeiros negros afro-descendentes não sabem que tem direitos à cota universitárias e nem que elas existem. Aqui nós temos vários quilobolas que não tem nem escolas. Quando aparece alguém da educação por lá, são pessoas como eu, só para fazer pesquisa e mostrar a realidades deles em congressos. Depois o que se escreve vira artigo é publicado e ninguém mais liga para aquele povo. O que eles estão querendo não é cotas, é direito a educação básica de qualidade e emprego.
As universidades falam em cota há mais de 20 anos e até agora nada foi feito. A educação continua uma porcaria, quem tem acesso a universidade com cotas ou sem cotas são os pardos e galegos que se dizem negros. E os negros, negros, afro-descendentes ainda continuam fora.
Acredito que todos querem educação de qualidade, empregos e salários dignos. Investir nisto Deveria ser a preocupação fundamental para se construir uma sociedade igualitária e digna.
Sugestão: podemos abrir um fórum de debates sobre isto, que achas?
É um assunto polêmico e que muitos gostariam de participar.
Agradeço de todo o coração você ter vindo aqui e ter deixado esse recado.
Sua fã,
Elizete Arantes
Que depoimento! Que coragem! E que belo texto. Quanta pol~emcia gera este assunto, não é? O importante é não esquecer que somos uma única raça - A raça humana e fazer valer esta prerrrogativa, em toda e qualquer circunstância. Parabéns, Elizete! Bjs.
Joana Eleutério · Brasília, DF 3/11/2007 20:30
Olá, Elizete.
Parabéns pelo texto.
É terrível constatar a ignorância na questão de seres humanos relegando outros a guetos e grupos. Branco com branco, preto preto com preto e por aí vai. Chegamos ao ponto de descrer de qualquer possiblidade que vemos por aí de discurssos, quando na hora de se provar realmente, as máscaras caem.
Belo exemplo de seu amigo, bela história.
Mais que uma história, um exemplo.
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