A nossa overmana Ize, Maria Luiza Magalhães Bastos Oswald e a colega dela Rita Marisa Ribes Pereira organizaram o livro Infância e Juventude - Narrativas Contemporâneas, de um conjunto de autores acadêmicos. A edição teve um lançamento comentado em fins do último abril em Porto Alegre num encontro nacional de Educação na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.
Lendo o trabalho, entendo que o conteúdo e a tese que aborda exigem a mais ampla publicidade.
É o que estou fazendo nessa apresentação, que não é exatamente uma resenha do livro escrito, mas impressões da leitura do meu exemplar autografado e que trata de coisas que uma filha minha de 17 anos faz há já uma década, o que nos diz também o livro já na apresentação, alto e bom tom: as inovações tecnológicas deslocam a cultura ocidental de seu eixo letrado.
Um cosplay é uma forma de leitura do mundo, assegurou-me Ana Laura, essa filhota minha de quem falei.
E ela, a publicação, trata à excelência das maneiras de entender o mundo que pode ser percebido de diversos modos e da disputa já multissecular de letrados, oralistas, imagéticos, apocalípticos, integrados e tantãs... aqui não exatamente os tambores.
E já na apresentação, que resume a obra inteira, pode-se ler:
- Crianças, jovens e adultos são sujeitos históricos que produzem cultura ao mesmo tempo em que se produzem nela.
Em sendo assim, alerta, as produções culturais são grandes espelhos por onde as sociedades se olham, se repensam, se recriam
Eu penso que nenhuma pessoa, menos ainda um profissional, seja ou não de Educação, que já foi criança, já viveu sonhos e desilusões juvenis, já foi de gang, de crew, de grupo, de turma, de patota, o escambau, pode deixar de entender que este mundo que já lemos por nossos códigos, tem novas leituras possíveis, diversas, pelas juventudes que nos sucedem, nossos filhos, nossos netos, que, inclusive, dispensam olimpicamente a chamada cultura letrada e se atiram de cabeça, tronco, membros e alma limpa nas ilustrações e imagens, sejam em que suportes se apresentem, sendo elas mesmas, muitas vezes, os suportes das leituras que fazem e das leituras que propõem... quase uma metamorfose ambulante.
Adroaldo, muito boa a resenha (é uma!). Me deu a certeza de que a Ize é uma das pessoas a quem tenho que recorrer no meu projeto (ouviu isso, Ize?).
Ize, no meu projeto tem uma frase parecida com essa sua aqui: "A empatia que crianças, adolescentes e jovens demonstram para com os meios audiovisuais, os videogames e o computador é fruto desse descentramento cultural e esse é um dos motivos que podem explicar sua apatia diante do papel. " É isso que tento pesquisar. Como é que consigo seu livro?
Abraços a ambos!
Grato Ilha, sugiro uma releitura do postado que resultou bastante modificado da primeira que fizeste, embora no essencial, principalmente essa tua afirmação sobre a empatia pelos meios audio-visuais, permaneça. Grato.
Adroaldo Bauer · Porto Alegre, RS 15/6/2008 21:25
Oi Adro, vc é mto lindo de apresentar pro overmundo esse livro do qual eu e a Rita (que o organizamos) tanto nos orgulhamos. Eu jamais faria isso pq não me sentiria à vontade. Já que vc me deu ensejo, a publicação realizada com a co-autoria de nossos alunos da UERJ, e com a contribuição valiosa de três pesquisadores de outras instituições, traz recortes de nossos projetos de pesquisa que articulam os campos da educação e da mídia.
Vou dizer a Rita, que é gaucha como vc, pra vir aqui olhar esse presente que vc nos deu. Tenho certeza que ela vai ficar tão prosa qto eu estou. Principalmente pq esse livro resultou de uma certa coragem nossa de enfrentarmos temas e questões que não são usuais ao campo da educação.
Muito obrigada mesmo, em meu nome e no dela.
Beijo grande da
Ize
PS Pra quem vier aqui ler essa apresentação, queria dizer que me encabulei que o Adroaldo me nomeasse de Doutora rsrsrsrsr. Embora eu tenha feito doutorado, sou mesmo a profª Maria Luiza, ou simplesmente Ize como vcs me chamam.
Querida Ilha, já disse a vc de outras vezes que vc pode usar e abusar de mim qto quiser. Pelo que já conversamos, tenho certeza que nossos projetos têm afinidades e que temos muito pra trocar.
Bjs
Qto ao livro mandei uma mensagem pra vc
Muito melhor, Adroaldo. Valeu por nos trazer aqui esse livro!
E Ize, trocaremos... Beijos
Não as conheço, nem li a obra e nunca tive contato com este mundo do mangá, apesar de ser autor de 2 histórias em quadrinhos, publicadas pela ICEA. Mas qdo li o artigo, desejei imensamente ter em mãos esta perola de livro. Onde encontrar? Como comprar? Faltou so esta informacao no corpo do artigo. Quero ler e presentear minha filha, que fala esta lingua. Que le através dos códigos. Que sente através das ilustrações. Eu ja sou velho, e tento, desesperadamente não ficar para trás, na evolução dos costumes.
Abracao a todas vcs
Muito merecida esta divulgaçao, alias o overmundo deveria ter um arquivo dos livros ja editados dos seus colaboradores para consultas e mesmo como adquirir. Esta e uma sugestao que deixo neste espaço. Parabens pra Ise, lindinha, e para o poeta Adroaldo pela iniciativa. Abraços
victorvapf · Belo Horizonte, MG 18/6/2008 12:13
Já havia lido, Adroaldo sempre up to date, rs
Ize que trabalho! Queria saber como adquirir um exemplar, acho fantástico manga...
Bela divulgação , afinal um bom jornalista fareja boas coisas.
Parabens mesmo aos dois, à equipe pela rica obra.
(me mensagem, por favor.)
Adroaldo, não me surpreende o brilho da Ize. As palavras de cada um revelam o que está guardado na mente. Ela tem idéias fantásticas. Quem tem bastante por ensinar peca ao permanecer calado. Portanto, fale, divulgue... Legal-Ize!
Sérgio Franck · Belo Horizonte, MG 18/6/2008 14:54
Adro amigo,
(Ando chegando tarde às boas fontes mas, cheguei a esta enfim).
Um bálsamo este livro (que, sortudo, já tenho comigo) organizado por esta dupla fofa, modesta e auto assumida de 'fessôras': Ize e Rita.
O tema super recorrente da inapetência dos jovens - e das pessoas em geral- diante de pedagogias conservadoras (deseducativas, por assim dizer), é mesmo mais grave do que se imagina.
É a face mais visível do drama da educação moderna (?), principalmente no Brasil, e olha que esta inconseqüência pedagógica, penso eu, nem está ligada apenas ao coitado do suporte-papel, do livro, da palavra escrita, por assim dizer.
Sim porque, só os cegos ou os cínicos não enxergam a relação estreita entre este tema e os baixíssimo nível de nossa educação pública (só para não estendermos muito a conversa) em geral.
Pura incompetência lingüística, é do que estão acometidas estas pedagogias usuais ('cuspe-e-giz', 'embrulha-e-manda') Talvez seja esta a principal razão de, definitivamente, não sabermos ensinar às nossas crianças, às nossas pessoas enfim, as coisas mais básicas e elementares tais como um-mais-um igual à dois, ética engorda e faz crescer, quem encobriu o Brasil, estas coisas.
O mais surpreendente de tudo é nos darmos conta agora , de que nem mesmono campo das faculdades de educação, foro mais que óbvio para esta discussão ser levada a efeito, o tema é realmente usual, prioritário, exigindo até mesmo coragem, de quem como Ize e Rita, se dispõe a enfrentar o desafio de iluminar a questão, chamar os pares às falas.
Aprender a ensinar, ensinar a aprender, urgentemente, é do que carecemos, como de água (ou como de livros), de vergonha na cara, brio, instinto de sobrevivência, por aí.
Abs
OI Nic, o Adroaldo foi lá no meu perfil pedindo pra eu trazer a informação que vc pediu (ele não tem pq emprestou o livro pra Ana Laura, essa guria linda aí na foto que é filha dele) . Então, aí vai a referência bibliográfica como manda o figurino:
OSWALD, Maria Luiza & PEREIRA, Rita Ribes (orgs).Infância e Juventude: narrativas contemporâneas. Rio de Janeiro, Editora DP & alii, 2008. Aproveito pra dizer que o livro não trata somente do consumo e da recepção dos mangás. Dos 12 ou 13 artigos (tb não estou com meu exemplar aqui) 4 tocam neste tema, referindo-se à relação de crianças e jovens com a indústria de entretenimento japonesa. Os demais vão abordar a relação desses sujeitos com outros artefatos culturais (novelas, seriados, jogos eletrônicos).
Só mais uma coisinha: vc disse lá no seu recado que já é velho!?! e que tenta desesperadamente não ficar para trás. Primeiro, ser velho é um estado de espírito, certo? Depois, só o fato de vc ser overmano já mostra que vc já não ficou pra trás.
Gde abraço da Ize
Adroaldo Bauer · Porto Alegre (RS)
Ainda que as leituras não leiam letras
Seu Trabalho é muito bacana como sempre.
Essa Idéia de que,...Crianças, jovens e adultos são sujeitos históricos que produzem cultura ao mesmo tempo em que se produzem nela. É , Admirável.
Muito obrigado pela sua visáo de nos trazer esse conhecimento.
Vamos lhe agradecer sempre.
Muito mérito.
Commorgulho que lhe votamos.
Abraço Amigo
Professor Adroaldo, Profa. Ize,
Antes de tudo a cobrança: faltou o endereço de distribuição
ou é geral. Por ex. Como a Cintia que está na Saraiva, este também está, ou lestará quando? a editora quem sabe.....
Sabemos todos, sem favor algum, tratar-se de escrita primorosa a termos por lastro os escritos da Profa. Ize.....
abração a todos
andre.
Oi Adro, fui lá no Nic e agora, com sua licença, vou nos outros também.
Victor, adorei mesmo que vc tenha vindo aqui, mas principalmente o "lindinha".
Cintia, vc tb querida é alguém que faço questão que conheça o que ando fazendo. Bjs
Franck, Franck eu tenho mais pra trocar do que pra ensinar. Legal-Ize é engraçado assim separado por hífen, mas se juntar não vai dar certo não. Bj
Spirito, nem preciso dizer o que sua opinião sobre esse livro significa pra mim, não é? Seus projetos culturais, suas idéias, sua implicação e compromisso com a questão da infância e da juventude excluidas têm sido um estímulo e tanto para eu continuar enveredando por este caminho. Bj
Adro vc bem que podia morar mais pertinho, né? Podíamos fazer grandes parcerias. Bjão
André, só c tem permissão pra me chamar de Profª Ize nesse overmundo. Porque vc fala e eu estufo o peito. Desculpa por eu não ter deixado recado lá no seu postado que fala sobre os brasileiros no Japão. Estou ainda procurando argumentos pra debatermos o que vc denuncia lá. Beijos
Caramba Adro, eu tô aqui toda metida como se esse postado fosse meu. Desculpa, tá?
Querido,
estou numa lan, maravilha
beijinhos
Claudia Almeida
Ize, querida,
Não se avexe, nem tenha pejo "... Entra, pode entrar, a casa é tua..." como recomendaria Lupicínio Rodrigues, na Cadeira Vazia
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Não corra, o minuto da existência é precioso Claudia.
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Mestre André, a editora tá na fala das 17h48 da Ize. Grato pela parte que me toca.
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Gentil, tu, Azuir.
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Cala boca moço, nunca mais! É justo isso, Franck.
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Cíntia, agradecido, honrado fico.
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Agradecido Victor.
Seria uma honra para nós, pelo menos para mim, ter aqui alguém da equipe da administração deste sítio ponderando algo sobre o que propões enquanto banco de obras de manos e minas do over e também sobre o mérito mesmo dos conteúdos apresentados no postado.
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Agradeço, Nic.
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Eu sempre aprendo, todos os dias, toda hora, todo minuto, Spírito. E pretendo que tenham, os que também sabem outros saberes, o direito e o dever de trocar, por humanos, independente dos ganhos, porque a luta pela sobrvivência e a paga pelo labor se disputa noutro lugar e com outras tantas ferramentas distintas das daqui, notadamente os sindicatos, os partidos políticos (sim!) e os movimentos populares por direitos.
As juventudes sabem, trocam e nos dizem muito sobre isso!
Axe'
Pois eh... chamou, to aqui dando uma gingada na tua composicao. &, Concordo:
alerta, as produções culturais são grandes espelhos por onde as sociedades se olham, se repensam, se recriam
Eh isso, precisamos estar mesmo ALERTAS pra o que estamos digerindo do que esta sendo palntado na 'fabrica' da cultura pela nossa sociedade, HUMANA.
Abr ativista, educacional, e juvenil.
Adroaldo, por ter ficado mais de uma semana sem conexão, só agora, visitando a home do Overmundo, vi esta colaboração.
Confesso que lendo-a, deu uma tristeza no meu coração, educadora que já fui.
Pensando na escola pública brasileira e neste livro, nestas realidades todas que você mostrou e que Ize e suas parceiras ajudam a construír, comparo-as com a realidade da maioria dos jovens, das crianças brasileiras nestas escolas do país, sob a orientação de professores despreprados, tão pobrezinhos, como aqueles animaiszinhos de São Francisco (e nem temos mais santos!).
Porém, sei bem, vivemos em constante construção e quem coloca um tijolo como você, mostrando essa beleza, faz parte do alicerce, bem como Ize, nossa professora.
Obrigada.
beijos
Ok. Prof. Tomei conhecimento da Editora vou me informar de onde tem está sendo distribuído em SP. Acho que numa das grandes
Cultura e ou Saraiva.
andre.
Adroaldo, grande mestre, tua referência à outro gigante - o Humberto Eco, não passou desapercebida. É preciso reinventar, seja criando novas possibilidades ou reaproveitando o que já existe por aí. Recentemente fiz uma matéria pelo interior do Estado e me deparei com uma escolinha de zona rural, onde as crianças aprendiam a ler com Literatura de Cordel... fascinante.
Um abraço.
Boa noite Adroaldo, bela apresentação do livro " Ainda que as leituras nao leiam letras". Como pedagoga sei da importância, principalmente para as crianças, desse novo conseito de aprendizagem, visto que antes mesmo delas aprenderem a ler ou escrever, elas constroem magnificas histórinha através de desenhos. Foi comprovado num pequeno projeto que fizemos, elas não desenham por desenhar, elas desenham contando uma história. Parabéns a Ize, a Maria e a Rita e principalmente a você pela divulgação de um trabalho tão importante e esclarecedor. Bjssss.
Doroni Hilgenberg · Manaus, AM 19/6/2008 21:35O espelho é sempre uma místicapara a alma que vê. Aqui no interiror de Minas nos anos 50 conhecí muitas crianças que aprenderam a a ler em revistas de quadrinhos, ligando a escrita na ação sugerida na imagem! Beleza pura meu caro Adroaldo!
raphaelreys · Montes Claros, MG 20/6/2008 06:34
Oi Adro, parabéns pela divulgação e para as aoutoras também. Boas ilustrações são inequecíveis e ajudam a gravar/grafar/
mille baci
Caro e grande Adroaldo... Obrigado pelo convite... A pergunta que não quer calar: será essa nova faceta da leitura - com a qual a maioria de nós não concorda - a maneira correta de se ler atualmente?... Tenho me desesperado com minhas 3 filhas que passam longe de minha respeitável biblioteca e passam horas assistindo mangás, animes, sitcoms americanas, ouvem pagode, ragga, emo-rock e... Tudo bem, ainda estou vivo... Minha namorada e eu nos desesperamos mas tivemos (principalmente eu) que dar um freio na minha mão que já se aproximava do punhal que desferiria o tiro certeiro no cerebelo (se eu conseguisse localizá-lo antes de mexer meu indicador)... E se eu acrescentar que mesmo uma delas que já está no ensino superior sequer a flagro lendo algo voltado ao seu curso e outra que está no cursinho desanda a ler ad infinitum a saga da J. K. Rowlings, eu passo como o quê?... Diz-me a mais velha que "esse é o nosso jeito, pai"... Não adiantou eu dizer que na idade delas eu já tinha lido uma montanha de leitura obrigatória pra eu ser isso que sou hoje (O quê, pai? Bem. filha, pra dizer a verdade, nem sei o quê)... Também não adiantou afirmar que li tudo isso sem isso existir em casa, pois meus pais semi-iletrados não tinham condição de perder cruzeiros minguados com essas "leituras sem graça", embora meu pai guardasse a 37 chaves sua coleção de Reader's Digest e "Você sabia que...?"... Tive que cancelar minha tv por assinatura e deixar uma tv só na sala para minimizar meu destempero (e adiar minha ida à UTI), já que elas zappeariam doidivanamente atrás das 667 sitcoms enlatadas ianques... Tudo bem, estou sob sedativos literários e não corro risco por ora... Mas "as inovações tecnológicas deslocam a cultura ocidental de seu eixo letrado" me deram a exata noção daquilo que me desespera... Então outra pergunta se faz necessária, até porque essa discussão é tri-pertinente (pra usar um termo gaúcho): será essa a geração iletrada que fará a literatura (ou sei lá o que) dos primeiros tempos do 3º milênio?... Abraços...
Pepê, como mãe de um adolescente quase iletrado (como a maior parte deles, aliás), apesar da minhas vasta biblioteca e minha compulsão por leitura, também tenho os receios que vc tem. Como pesquisadora da educação, no entanto, vejo como necessidade básica da escola a aproximação (e apropriação) com essas novas formas de linguagem. As que o livro organizado pela Ize e pela Rita se referem não são, necessariamente, vazias. Quadrinhos, vídeos, cinema, seriados de tv têm em si um discurso específico, expresso por meio de uma linguagem específica. Se os educadores ignorarem esse tipo de linguagem e discurso, correm o risco de ignorarem seus educando (risco?). Como já disse Michel Foulcault "por mais que o discurso seja aparentemente bem pouca coisa, as interdições que o atingem revelam logo, rapidamente, sua ligação com o desejo e com o poder". Então, como aponta o mestre Foulcault, é bom que educadores se apropriem e se ocupem dos discursos veiculados em todos os meios, não é? Acho que a importância do livro está ai.
abraços!
Puxa, isso pesa "pais, mães, pães, mais de adolescentes iletrados"... Dá vontade de chorar... Por outro lado, não somos donos da verdade, ilha, sei disso... Mestre Foucault escreveu isso nos anos 60? Perdoe a ignorância, mas aceito a indicação do livro em que ele ressaltou essa máxima... Dá pra encaixá-lo no rol de minhas leituras sobre o livre-pensar... No mais, sei que não sou o único na beira do precipício... Sinto a presença de muitos overmanos a fitá-lo do alto que os desnorteia... Mas é um assunto pra entrar para um fórum, que acham?... Se é que já não existe um... Quem sabe assim despedaçe-se em mim essa ânsia, essa angústia, essa dor que não tem nome... Ou tem?...
Pepê Mattos · Macapá, AP 20/6/2008 11:35
Pepê, essa citação ai foi pescada da aula inaugural dele no Collège de France, em dezembro de 1970. Essa palestra inaugural foi editada num livrinho (no tamanho, não no conteúdo!) chamado "A Ordem do Discurso". É bem baratinho... Lá ele, numa prosa bem gostosa de ler, fala sobre as relações entre as práticas discursivas e os poderes (no plural, mesmo). Acho que é leitura obrigatória para quem se interessa sobre a questão da linguagem, do discurso e do poder (não entendido aqui como apenas o poder político, mas todas as formas de poder).
Boa a sua sugestão do fórum: caberia bem um tópico nas conversas sobre cultura. Abre um lá!
Abraços
Olá Meus_Queridos Educadores!
Fico aguardando o fórum, já que só agora estou retornando (Retorno e ando ... as voltas com um mosquitinho tão pequenininho ... rsrsrs ...
Parabéns pela resenha e pela transmissão nas amplas instâncias de acolhimento da educação e cultura!
Beijos_meus*
*
VO(L)TADO!!!
Trabalho competente resulta de pessoas competentes. Um desprendimento a sua atitude, Adroaldo. Além do mais, sei do seu rigor em realizar boas obras e apoiar iniciativas idem.
abcs
Leandro, Lili, Ilha, Pepê, Cedê, Raphael, Doroni, Filipe, Mestre André, Saramar, Mestre Jerônimo, demais pessoas tantas que por aqui passaram e ainda vão passar: sou gratíssimo.
Vossas palavras em referência a minha inciativa, se somadas, dão um réquiem, e eu o prefiro, sim!, em vida, que sou humilde, mas não a ponto de querê-lo naquele outro momento, do lado de lá do umbral.
Os méritos de tanto que dizem, entanto, tenho certeza, são da publicação, esta seleta de parte da pesquisa inda em desenvolvimento das nossas queridas professoras Ize e Rita Marisa.
São quem afirmam a vontade, as desbravadoras dos conceitos e quem sustentam os desafios acadêmico de fazer entrar nas vetustas salas os saberes dos outros, que os têm, mesmo que pelos quadrinhos, que também foi por onde aprendi a ler, antes de chegar na escola, pela imagem da tevê ou dos videos, pelo cosplay.
Afinal, no decantado e já ultrapassado '68, fingíamos que éramos a mesma juventude que estava nos palcos do mundo tocando o rock ou o blues ou a tropicália, mesmo BR3, Probido Proibir ou Pra não dizer que não falei de flores, e nossos pais não sabiam conversar sobre nossas idéias ousadas, nem lhes agradava muito guitarras, disstoricdas e wha-whas muito embora as tolerassem inda que fossemos gradativamente mudando o mundo deles também.
O demais, no quesito Educação, entende mais a Ize, que eu só fui aluno a vida toda, e seminário foi o máximo que conseguimos de democracia e apenas em alguns momentos que, infelizmente, minha formação escolar se deu de 61 a 72, o pau comendo solto.
Não muda muito se o explorador de plantão é Roma, Inglaterra, EUA ou Japão (olha que a china vem aí gente!).
Continuam sendo impérios de exploração da humanidade.
E disso, mesmo os cosplayers, ou os mais cândidos apaixonados de animes não poderão fugir, ainda que alguém lhes sutente materialmente a existência: remanesce o lado dos de cima e o lado dos de baixo.
Um beijo no coração de todas vocês, pessoas almas generosas.
Olá pessoas do bem,
meu amigo Adroaldo, com sua rara sensibilidade, mostrou nesse último comentário o quanto é importante olhar alteritariamente para as relações que cada geração constrói com o artefatos culturais de seu tempo. Completando o que tão propriamente ele já disse, porque ele solicitou que eu fizesse isso, o que importa destacar dessa reflexão é que a ausência desse olhar impede, ou dificulta, o tão almejado encontro entre as gerações. Sei que é mto difícil aceitar que nossos filhos e alunos não adorem ler como nós que fomos educados sob a lógica da cultura letrada. No entanto, o que eles mostram é que isso não é uma falta ou um defeito. Tendo nascido e crescido no contexto da "civilização da imagem", não estranha que sua forma de se relacionar com a cultura e com o conhecimento seja diversa da nossa. Não é simplesmente por gosto ou preferência que eles se constituem como a geração "zapping", mas por conta da acelerada revolução tecnológica e cultural que modifica suas subjetividades e identidades. Não é de ler ou de escrever que eles não gostam. Nunca crianças e jovens leram e escreveram tanto, por prazer, como fazem hj. Agorinha mesmo acabei de sair de um blog em que crianças dos 9 aos 12 anos escrevem histórias deliciosas. Sem falar no orkut, no msn, nos jogos de RPG, nas fanfics, nos e-mails etc, etc, etc Do que eles não gostam é do livro que "não anda", repleto de descrições imensas que não combinam com a maneira como eles vivem o tempo, nem das escritas que a escola lhes cobra, "chatérrimas e sem sentido".
Sobre a dimensão excludente da revolução tecnológica, ela é fato inegável, mas é essa dimensão que precisa ser ponto de pauta da nossa luta por uma sociedade mais justa, e não a revolução tecnológica que, inclusive, não retrocede mais. A escola é um dos espaços em que essa luta precisa ocorrer, da mesma maneira como muitos de nós lutamos, há algum tempo atrás, para estender aos setores populares os mesmos benefícios que a cultura letrada, absolutamente elitista, trouxe às classes privilegiadas.
Nossa! desculpem-me pela extensão do comentário! É que quando falo disso me esqueço da vida. Ainda teria muito mais pra continuar dizendo, mas fica pra próxima.
Bjos em todos e um especial pra vc Adroaldo
Adroaldo,
Eh isso, essa sensibilidade pra saber que um 'samba de uma nota so' tem varios acordes, e muitas notas em conjunto, como nois aqui, alem, fazendo uma parte pra essa parte da REVOLUCAO CULTURAL que ainda estamos digerindo, e, inserindo, no nosso contexto humano.
Ao falar de educacao e rpck'in roll, poe samba e frevo nisso, pois o processo eh muito tempo,e tempo sendo ilusao, eh hoje, agora que precisamos nos re-educar sempre, as nossas juventudes, criancas, precosando deste acorde fatal, que determina a TONalIDADE do processo de se nascer, crecer e... evoluir.
Pra nao dizer que tb nao falei das 'flores' envio um buque de rosas na amizade pra todos os educadores, quem busca a nossa evolucao.
Axe'
Isso Mestre Jerônimo. Há outros olhares a perceber. Agradeço tua atenção.
E convido a todas as pessoas que queiram continuar esse debate a visitar o postado da profesora Ize, Territórios do Protagonismo Juvenil ainda em edição, lá no overblogue, por esse linque aqui.
Agradecido.
Obrigada pelo compreensivo e maduro comentário, Adroaldo. Infelizmente não são todos que captam as sutilezas expostas através das palavras e você foi um dos poucos que compreendeu. Quanto ao livro, torcerei para que as autoras tenham sucesso. Mangás e Animes são sempre assuntos atuais e cada leitura, dos diversos estilos de escrita, são caminhos que me conduz a imensas transformações sim!
N.Lym · Fortaleza, CE 14/8/2008 13:04
Parabéns para as autoras pelo livro, e para voçê, incentivador da cultura, é assim, através de iniciativas que promovam a cutura, que será possível construir o equilibrio cultural em seu eixo letrado, como disse a tua filha!
Abraços
Caro Bauer,
Você falou sobre as gerações que virão. Realmente neste meio multi-tudo, fica difícil reter a atenção de uma criança no papel.
Aliás, o papel deveria ser procurado por livre e espontânea pelos jovens. Todos os livros parecem chatos e desnecessários, já era assim para muitos de minha geração, quando comecei a ler, imagine agora!
Creio que futuramente até mesmo os meios audiovisuais se adaptarão ao tipo de narrativa dinâmica, digo acelerada, comum aos jogos eletrônicos, RPG, Mangás, etc, pois a geração letrada não estará mais aqui.
Como a programação televisiva se justifica pelo "gosto médio do público", é assim que dizem, já imaginamos o que virá.
Parabéns pela colaboração. É um assunto importante.
Um abraço.
Citando um especialista em comunicação:
“No passado humano comum, o conhecimento e a informação eram maiores dentro da sala de aula do que fora dela.
Com a inversão espetacular dessa situação, dir-se-ia que é possível que a função da escola também se tenha invertido, que a função da escola já não seja instruir, mas descobrir.
E a função do estabelecimento de ensino é treinar a percepção do ambiente exterior em vez de meramente reproduzir informação e introduzi-la nos crânios dos alunos dentro do ambiente”.
- Marshall McLuhan na Galeria de Arte Kaufmann, NY em 1966.
E Paulo Freire já alertara, pelos idos de '68, que há o saber em todos, o que falta é o espaço democrático para a troca deles. Aí, aprende quem queira.
Adroaldo Bauer · Porto Alegre, RS 13/2/2009 00:24Penso que o que aqui se faz importa aqui estar. E convido.
Adroaldo Bauer · Porto Alegre, RS 16/4/2009 15:51
Belo texto, oportuno objeto de leitura. Guardar de um amigo.
Naeno
Que legal ! Obrigada pro mostrar-me esta parte do mundo cultural da qual eu não havia ainda percebido !
beijinho...
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