MAKING OF - O Homem Que Engarrafava Nuvens, documentário sobre a vida do compositor cearense Humberto Teixeira, tem suas imagens gravadas pelo Ceará desde a última quinta, 7. Entre a capital, Centro-Sul e Cariri, as locações sublinham as origens do grande parceiro de Luiz Gonzaga
Apesar de tratar da vida de um dos membros da "corte" histórica do baião - ritmo nordestino que alicerçou a MPB - o projeto do documentário O Homem Que Engarrafava Nuvens, sobre o compositor cearense Humberto Teixeira, demorou a vingar. Foram cinco anos de maturação da idéia. Mais um tanto de esforço pela credibilidade da iniciativa. Enfim, a fase de apostas passou. LÃrio Ferreira (cineasta), Walter Carvalho (fotografia), Denise Dummont (produtora e filha do homem) e equipe agora estão aqui. Pelo Ceará. Desde a última quinta, 7. Até o fim desta semana.
"Na verdade, em agosto de 2002, houve um show-tributo no Teatro Rival (RJ), e daà tivemos a idéia. Fizemos entrevistas pingadas (com o cineasta Anselmo Duarte, entre elas), amadurecemos o projeto. Agora, enfim, começou a filmagem oficial, quase diária, há um mês", conta LÃrio (O Baile Perfumado), o diretor, em pausa rápida durante a manhã do segundo dia das filmagens em Fortaleza.
A produção trabalha em marcha-ré. Parte da consagração às origens. Ou seja, o caminho inverso do compositor que, ao lado de Gonzagão, fez favor de criar Asa Branca, Qui Nem Jiló e Juazeiro - para não dizer mais um monte de canções - hoje tombadas pela história da MPB.
"Começamos a filmar em Nova Iorque (EUA), onde o baião tem expansão por meio de David Byrne e outros músicos. Fomos depois para o Rio de Janeiro. Lá, fizemos a contextualização: o encontro dele com Luiz Gonzaga. Era a capital federal até então, centro cultural do PaÃs. No Ceará, voltamos à s origens. Ele começa a estudar música em Iguatu (onde nasceu) e depois vai a Fortaleza. Aqui é a contemplação do baião. Daqui, passamos por Choró, Quixadá, Quixeramobim, até Iguatu. Depois, temos o Cariri - área onde as raÃzes do baião estão bem impregnadas", explica LÃrio.
O segundo batente na capital acontece no Cantinho do Faustino. Restaurante ali na Varjota, onde o próprio chef de cozinha, o Faustino, ensina a receita do baião-de-dois. "O baião é slow food, não fast food. Comer algo de qualidade com tranqüilidade", explica o chef, às câmeras. Ele tem mesmo esse perfil: óculos de grau, fala cadenciada, uma lerdeza sadia que revela sobriedade.
São vários takes (tomadas) rápidos. LÃrio fala entre um e outro. Dedicado à trilha sonora desde seus primeiros filmes, o diretor diz que, neste projeto, a obra do homenageado basta. Não à toa, ele garante que o documentário não quer corrigir nenhuma injustiça - em alusão ao fato de Humberto não ser reconhecido como Luiz Gonzaga. E sim pontuar a relevância do iguatuense. "Ele nunca se preocupou com isso, e dizia isso para o próprio Nirez (pesquisador cearense). Diz que se ele tivesse que cantar, o baião não tinha chegado onde chegou", lembra o diretor.
A cada take, o baião de Faustino cheira mais forte. Um cheiro absurdamente bom, espalhado por todo o restaurante. Se no fogo já era bom, pronto aquele prato deve ter sido melhor ainda: a equipe traçou uma bandeja farta que levava queijo, cuentro e banana por cima. "Quem come isso, faz filho de seis em seis meses. É afrodisÃaco", dizia Denise, chamando atenção para as coordenadas do chef.
Matéria publicada anteriormente no jornal O Povo
fiquei animado com a idéia desse documentário.
quero ver na tela.
força!
Coincidentemente, a matéria sai aqui no dia nacional do Forró... Nascimento de Luiz Gonzaga =)
Felipe Gurgel · Fortaleza, CE 13/12/2006 14:30
Massa Felipe.
Detalhe para Iguatu, cidade do interior do Ceará que tá com tudo no cinema nacional, primeiro recebendo o Céu de Suley do Karim Aïnouz, agora tendo documentário sobre "um de seus filhos ilustres", como se costuma falar nessas ocasições.
Fiquei com vontade de ver o filme e comer o baião!
Parabéns, Felipe, muito boa.
Grande iniciativa esse documentário sobre o Humberto Teixeira. Essa homenagem é extremamente válida, por esmiuçar a vida e a obra desse doutor-compositor, tão importante pra história da música brasileira, em especial a nordestina. Tenho certeza que o filme vai ficar bonito, ainda mais com o Walter Carvalho na fotografia (assistam O Céu de Suely). Subliminarmente é um incentivo ainda maior para quem busca fazer música contemporânea inspirada em raÃzes regionais, coisa que hoje, mercadologicamente, está "fora de moda". Vejamos se o Seu Humberto não é mais moderno do que qualquer coisa hoje em dia...
m.maia · São Paulo, SP 16/12/2006 12:08
que interessante
Meus caros!!! Esse lançamento está previsto pra quando??
Pois então ponham pequi nesse baião-de-dois e me chamem quando forem servir! E salve o Humberto Teixeira, o dotô do Baião!
Abraços!
O baião do Faustino eu já comi, do Rei do Baião eu já sentei no colo quando criança, só me falta agora ver na tela o documentário! Parabéns pela matéria, Felipe.
Candice Gonçalves · Crato, CE 3/9/2007 15:07Oh saudades do Ceará!!
mariana pimenta · Lagoa Santa, MG 27/6/2008 19:17
Olá...
Pelo amor de Deus..
como eu faço para adquirir o DVD do documentário
" O homem que engarrafava Nuvens"...
Gostaria muito de poder assistir ele..
Aguardo o retorno..
Victor!!
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