A arte sempre foi uma dos grandes instrumentos da propaganda e publicidade. Desde o pôster 'Belle Époque' anunciando um show em um cabaré local, passando pelo novo jingle do banco transmitido pelo rádio até a produção cinematográfica recheada de efeitos especiais para a nova propaganda de refrigerantes na TV. Como ferramenta a arte às vezes se confunde com a propaganda, mas raramente ela é o diferencial em foco ou a verdadeira motivação por trás de uma campanha.
Curiosamente, com o passar do tempo ficou claro para todos que a arte e a propaganda sempre andavam de mãos dadas de maneira direta e objetiva: a arte tornava a propaganda agradável (e portanto mais funcional) e a propaganda impulsiona a popularidade daquela peça, forma ou estilo de arte. Obviamente as forças de mercado afetaram essa simbiose provocando uma espécie de ciclo envolvendo o uso de uma arte (ou artista) mais popular para impulsionar a popularização do produto ou serviço vendido, tornando o artista ainda mais famoso e o produto idem.
Esse é um padrão que tem se repetido ao extremo por dezenas de anos e ainda funciona, mas não é necessário. Uma boa marca que procura um posicionamento diferenciado de seus concorrentes provavelmente tomará uma direção diferente e talvez até oposta. É um risco para varias companhias, mas também pode ser a solução para um destaque triunfal de uma marca para qualquer público alvo em qualquer lugar do mundo.
Quando a Absolut Vodka resolve repetir no Brasil uma campanha focada nas artes plásticas, ela claramente mostra que resolveu (e com sucesso) diferenciar-se entre seus concorrentes por apostar em um segmento indiferente às celebridades do momento que transbordam repetidamente dos meios de comunicação de massa. Sua arte está nos museus, exposições e centros culturais. A Absolut Brasil voltou com a idéia do modelo mais antigo e recria uma simbiose entre arte e publicidade muito mais rica, muito mais proveitosa tanto para a empresa, quanto para nós e os artistas.
O carioca Daniel Senise e o paulista Nelson Leirner serão os primeiros artistas brasileiros que terão sua arte como o principal diferencial na valorização do produto, seguidos de nomes como: Nando Costa, Adhemas, Abiuro, Glauco Diogenes, Gui Borchert, Marconi, Nitrocorpz, Colletivo, Rubens Lp e Mooz, que estão sendo apresentados ao grande público por meio de interpretações virtuais disponÃveis no site da marca.
Projetos assim são um exemplo de como a arte pode representar o diferencial na escolha da compra de um produto, como o artista pode se beneficiar com a exposição de sua arte e como o consumidor obtém ainda seu prazer estético. É uma simbiose onde todos ganham e uma mostra inspiradora para outras empresas pelo mundo.
Ótimo texto. É sempre bom recordar que diretores de cinema como Federico Fellini e Ingmar Bergman já dirigiram comerciais que inclusive estão disponÃveis no YouTube, e artistas como Salvador Dali também já estrelaram propagandas de TV.
Alexandre Inagaki · São Paulo, SP 13/9/2007 09:37
Gostei da ideia da Absolut também, saiu da mesmice de mulheres gostosas ou dos carinhas feios que pegam todas por dar uns goles no produto.
Muito bom e o texto fala bem isso, parabéns.
Gostei da idéia e do texto. Não me admiraria se o texto fosse uma ção de guerrilha para divulgar o trabalho da absolut.
Parabéns!
Gostei. Como estudante de publicidade levarei para a sala de aula pra discutirmos. Acho que é por aà o caminho para que a arte seja tão pop quanto deveria ser.
Kaika Luiz · Crato, CE 13/9/2007 20:27
Ótimas observações.
Como amante da arte e da publicidade é agradável questionar a idéia de 'parceria' entre as duas criativas e motivadoras manifestações.
Parabéns! =O)
Para comentar é preciso estar logado no site. Faça primeiro seu login ou registre-se no Overmundo, e adicione seus comentários em seguida.
Você conhece a Revista Overmundo? Baixe já no seu iPad ou em formato PDF -- é grátis!
+conheça agora
No Overmixter você encontra samples, vocais e remixes em licenças livres. Confira os mais votados, ou envie seu próprio remix!