On 11/22/06, Bernardo Mortimer bernardomortimer@.... wrote:
Já ouviu falar de lonelygirl15?
On 11/22/06, Bruno Maia wrote:
quem???
On 11/22/06, Bernardo Mortimer bernardomortimer@.... wrote:
A Wired do mês que vem é só YouTube
http://www.wired.com/wired/archive/14.12/lonelygirl.html
On 11/22/06, Bruno Maia wrote:
ai
ai
ai...
ui.
On 11/22/06, Bruno Maia wrote:
essa mulher tira a roupa? qual eh a dela? eh um diario audiovisual?
On 11/22/06, Bernardo Mortimer wrote:
Não, é uma adolescente cheia de dúvidas que responde a todos os emails que mandam pra ela. E é ficção. E tem mais views do que a audiência de vários seriados da tv americana. É feito sem grana, sem iluminação, e está à procura de viabilização comercial.
E fala de novas linguagens, coisas assim.
De: Bruno Maia [mailto: brunomaia@....
percebi! eh foda... a menina eh mto boa. eh gatinha, mas nada demais. eh acho que eh mais que isso, eh uma ficcao mto bem amarrada. se olhar o site dela, da pra ver pelas repercussoes, pelos comentarios. foda.
qdo eh que a gente comeca a escrever o sobremusicatv mesmo, hein?
On 11/22/06, Bernardo Mortimer wrote:
Pois é. Mas lê tudo primeiro.
De: Bruno Maia [mailto: brunomaia@....
to lendo soh o site da lonelygirl por enqto.
acho que vc tem que escrever sobre isso antes de sair a wired, por mais que ja esteja on. vai encarar?
On 11/22/06, Bernardo Mortimer wrote:
È...
De: Bruno Maia [mailto: brunomaia@....
se nao for encarar, me fala que eu caio dentro
On 11/22/06, Bernardo Mortimer bernardomortimer@.... wrote:
Você bota isso no ar antes de sábado? Se botar, vai em frente.
On 11/22/06, Bruno Maia wrote:
o que vc prefere? que eu tente ou que esperemos ate sabado?
De: Bruno Maia [mailto: brunomaia@....
Enviada em: quarta-feira, 22 de novembro de 2006 19:38
ou essa troca de emails ja eh o comeco da materia?
On 11/22/06, Bernardo Mortimer bernardomortimer@.... wrote:
É um caminho que eu gosto, mas hoje eu não posso mais.
De: Bruno Maia [mailto: brunomaia@....
hehehhe.... esperemos até amanha. se eh que a internet nos permitirá tal delay...
On 11/23/06, Bernardo Mortimer bernardomortimer@.... wrote:
E aÃ, leu?
On 11/23/06, Bruno Maia wrote:
Yés, moizés!
On 11/23/06, Bernardo Mortimer bernardomortimer@.... wrote:
o youtube ainda é a nova MTV?
De: Bruno Maia [mailto: brunomaia@....
Mas sem querer soar pernóstico, já tinha te falado uma porrada de coisas que estão ali. Quem tem que me responder se o Youtube é a nova MTv é você, afinal quem pariu Mateus que o balance, já diz a sapiência popular...
On 11/23/06, Bernardo Mortimer wrote:
Pois é, profeta.
Eu não tenho a menor idéia.
Um dado muito louco é que desde a compra pela Google, vários vÃdeos foram tirados do ar. Desde a compra, o número de acessos por dia, mesmo assim, só cresceu. E, tirando a EMI, todas as gravadoras já fecharam acordo de cessar-fogo, pelo menos por enquanto. O acordo prevê um reembolso (simbólico ou medido sabe-se lá como) em forma de publicidade. Isso rolaria a partir de uma tecnologia que ainda está para ser criada. Até agora, o único motivo aparente para um contrato assim é a confiança de que a google é fodona e vai dar um jeito. Afinal, é a única pontocom que está dando dinheiro, muito dinheiro.
Só pra tirar aquela onda de mercado financeiro, essa semana o papel da Google ultrapassou o valor de 500 dólares. É a sexta companhia a conseguir isso. Lógico, a primeira de internet. Há um ano, a ação custava 400. E há um pouco mais de dois, quando abriu capital, era menos de cem. Faz as contas.
Outra interpretação que tá rolando, anônima, portanto altamente confiável, rerrê, é a seguinte: Dos um bi e seiscentos e cinquenta mi pagos pelo YouTube, quinhentos milhões seriam uma aposta. A Google reservaria essa grana para responder a processos por direitos autorais, e se eles não viessem, o dinheiro ia para os tais acordos com Warner, Sony-BMG, Universal... Com um detalhe, o acordo é de empresas, não é de direitos autorais. Ou seja, a empresa ganha, o autor fuen-fuen-fuen...
Eu não duvido.
Outro dado é o da própria história da lonelygirl. Quando descobriram a página já deletada do myspace da atriz que fazia a personagem, a notÃcia correu e alguém foi perguntar para a própria lonelygirl se era verdade, se rolava de eles continuarem trocando emails. A resposta foi direta. A página do myspace era da atriz, quem responde os emails sou eu, a lonelygirl (na verdade uma pessoa contratada, etc). Enfim, continuaram trocando emails. Uma coisa parecida com aquele velho caso do artista que tem milhões de amigos no orkut, e continua recebendo pedidos de "me add", mesmo que todo mundo saiba que chega uma hora em que a amizade virtual é outra coisa, menos carinho, cumplicidade, respeito.Enfim, aquela velha amizade da época dos discos e dos lps. Que continuam existindo, e tal.
E, já que começou a viagem, tem um texto clássico de faculdade de comunicação do Baudrillard, um sociólogo/semiólogo/filósofo francês pós-68 que critica a cultura da imagem, nananan. Ele diz que o mundo vive um complexo da criança diante de papai noel. Ela sabe que aquilo não é verdade, mas quer acreditar para garantir o presente. Tipo a pÃlula azul e a vermelha do Neo e do Morpheus.
Não seria esse um possÃvel futuro do youtube: um caô em que um monte de gente vai querer acreditar, para achar assuntos, amigos, "amigos", informação, "informação", sei lá? Afinal, a música já não depende do suporte fÃsico, a notÃcia e a opinião já não precisam de suporte fÃsico. Porque as relações vão precisar? Viajei?
De: Bruno Maia [mailto: brunomaia@....
Viajou. Peraà que vou tentar chegar aà e te encontrar. hehe
cara, isso tudo pode ser, sim, um grande investimento no "falso". Tal qual é o Second Life. Quem precisa de suporte fÃsico, além de mim? Talvez você e uns outros três ou quatro... A criação da perspectiva do que possa vir a ser é o grande capital dessa história toda. É isso que faz a galera assistir a lonelygirl15 sem saber se ela é real ou não e, ao mesmo tempo, é isso que faz as ações do Google subirem tanto. E mais. A compra do Youtube é um marco de mudança de posiçao da Google Inc. Porque? Até ali, eles foram crescendo e se valorizando sempre em função da incerteza dos outros. Todo mundo precisava acreditar que a Google era "o" caminho, porque se nao acreditasse, podia ficar pra trás. E agora, mesmo sem maiores confirmacoes nao-futurologicas, foram eles que tiveram que botar uma grana em outro negócio que ninguem sabe ao certo no que vai dar. Confuso,neh. A frase que resume é uma: hoje, a matéria-prima mais valiosa é a dúvida. Todos têm medo dela. A verdade pode ser boa, mas o fingir-que-é-verdade conforta tanto quanto...
Cheguei ai? heheh
De: Bernardo Mortimer
Tem uma coisa que eu acho que já não é dúvida. A Google está ganhando dinheiro com o sistema
dela de propaganda direcionada. Aquele lance de você digitar o nome de uma banda no site, e ao lado dos links mais acessados vir um anuncio da amazon, do site de cifras, do de ingressos, de sei lá mais o que. Isso mais o orkut e o gmail, criam um banco de dados enorme e detalhado que pode virar (tem gente que diz que já é, mas acho que não) uma ferramenta dos sonhos de qualquer plano de marketing.
A google não tem isso, mas ta muito adiantada nessa corrida. Apesar de ter sido a amazon.com a primeira a fazer isso, a partir da comparação dos hábitos de compra dos cadastrados, a google disparou. O conceito é publico, vide até os music recommenders da Nokia, em uma apropriação adaptada do mundo on-line para o off-line, se é que esses ainda são dois mundos distintos.
A grana que ta entrando não é dúvida, é certeza. Dúvida é como o youtube entra na jogada. Por enquanto ele é igual o orkut, uma fonte de informação sobre hábitos de consumo de vários carinhas pelo mundo, ficcionais ou não. Mas pode virar mais, se conseguir resolver a equação de incluir propaganda nos vÃdeos, sem afastar consumidores. E de manter isso quando alguém jogar o vÃdeo do youtube para o próprio site, blog, myspace, sei lá.
É aquela história, todos os outros sites de vÃdeo, quase, (o google.video ainda conta?) estão botando um trailerzinho comercial antes ou depois. É uma solução ruim, mas pode virar regra. Aquele Revver, a nova casa da lonelygirl15, é assim. Nele, a diferença é que o cara que postou a parada divide o arrecadado naquele post com a empresa. Pode virar uma nova Sony Entertainment Television, um canal só de série de youtube. Ops, de internet. Pelo simples motivo que quem posta tem um retorno em função do que conseguir vender de anúncio.
Naquele formato de poucos personagens, todos blogados e vlogados, feito com camerazinha barata, sem muitos tipos de plano, pouca iluminação, e enquadramentos que levem a conta o tamanho da janelinha do mostrador. Curto, e baseado em uma boa idéia, de preferência com uma abordagem que tenha aquela onda toda da liberdade de informação, do fim das fronteiras pela amizade, e que seja um assunto interessante para se comentar na fila do ônibus, na roda de café do trabalho, na cantina da escola, ou até na comunidade do orkut.
Ou seja, não é cinema, não é tv, não é HBO É internet. Uma questão de inventar.
De: Bernardo Mortimer
E sobre o copyright no Second Life, adivinha:
http://www.wired.com/news/columns/0,72143-0.html?tw=wn_story_page_prev2
On 11/23/06, Bernardo Mortimer wrote:
Resumindo:
"What's happening now in Second Life is a grand experiment, and one that has implications not just for virtual worlds, but for IP protection more generally. Are digital goods in virtual worlds more like music or fashion, more like movies or food? Will the Second Life community find a happy medium that allows inspired creativity without hindering their growing economy? Could social opprobrium based on shared values replace rigid and cumbersome IP regimes?
Watching Second Lifers, and Linden Labs, chart a new copyright course will be fascinating, and may provide lessons about the future of copyright in real-world communities."
Em uma tradução nas coxas, o problema de avatars (as pessoinhas do mundo digital de secondlife.com ) copiando produtos - que no caso incluem cortes de cabelo, até - chegou. E olhando de fora, deve ser considerado uma experiência interessantÃssima. Não só para o secondlife.com, como para a idéia de propriedade intelectual em geral. Mercadorias virtuais estão mais para música ou para moda? Para filmes ou para culinária? Será que a comunidade de secondlife.com vai encontrar um meio de incentivar a criação e preservar o crescimento da economia? O bem-estar comum da livre informação pode substituir a rigidez das regras de propriedade intelectual?
Assistir à secondlife.com e aos seus criadores, os Laboratórios Linden, lidando com a questão do copyright é fascinante e pode iluminar novos caminhos no mundo das firstlives, esse que costuma-se chamar equivocadamente de vida real.
De: Bruno Maia [mailto: brunomaia@....
A questão do Second Life eu nao me sinto ainda preparado para pensar a respeito. É muito louco pra mim. Isso me faz sentir, aos 24 anos, tal qual um velhinho que se recusa a pagar as contas pela internet porque aquilo o tira completamente dos seus nortes e referenciais. Preciso de mais tempo pra me aproximar. Eu tenho medo do Second Life. As questoes sao interessantissimas.
Isso é demais, pois fragiliza muitos dos os conceitos de propriedade privada e propriedade intelectual. Quem é o(a) dono(a) da minha segunda vida? É a Linden Labs? E se eu nao quiser ter uma segunda vida? Eu terei que aceitar essa duplicidade de um eu que nao sou eu? E quantas LindenLabs podem criar outros Second Lifes? De quem é o Third Life? E se a Microsoft comprar a Linden? E se só quiser lançar concorrência. O universo continua se expandindo e isso me leva a crer que ele é finito. O que tem depois desse nosso universo? Outro? E depois? E o conjunto de universos é finito ou infinito? Onde está Deus? Opa... PeraÃ, caceta! Deixa eu voltar aqui...
O que mais me interessa, momentaneamente, nessa história da lonelygirl15 é que ela parece ser o marco da criação da wTV. Já existe sigla para a webtv, para a TV da internet ou eu inventei agora? Enfim. Isso está de fato lançado. Tenho pena de quem está acreditando que essas ferramentas estão surgindo para servir de grande banco de dados, de bibliotecas de vÃdeos da tv.
A lonelygirl15 é genial, tal qual os garotos que imitam backstreetboys na China. É exercÃcio de linguagem, de novas formas de filmar, de novos valores. Parece que o Youtube fez a sociedade ter coragem de assumir que está cansada das superproduçoes que só se vendem como tais.
Neguinho que ver histórias legais de novo, quer ver idéias e piadas novas. O dinossauro que come raio-laser já deu. É tempo de se premiar filme feito com telefone celular. Idéias!!!!
Concordo total com o Miles Beckett, criador da lonely..., que fala que pensar assim é se comportar como na época do advento da televisão, onde as pessoas liam os textos feitos para o rádio na frente da câmera. C'mon, littleboy! Temos que pensar que ferramenta é essa, criar essa linguagem, testar alternativas, pensar!! Pensar!!! Pensar!! O pensamento coordenado e dirigido gera, inevitavelmente, a criação. O sistema binário é muito mais amplo do que a difusão por som e linhas sequenciais pixeladas da tv. É preciso URGENTEMENTE encarar a internet como nova mÃdia. Já se foi o tempo do modem 14.4kbps. Vamos bagunçar isso aÃ. Sei lá. Às vezes, acho que eu quero ser empreendedor demais.
On 11/23/06, Bernardo Mortimer wrote:
É por aà mesmo. Só que com um dado que meio passa batido, mas destrói todo um discurso. Para que serve o direito à propriedade intelectual, seja patente ou direito autoral? A resposta oficial é que é para incentivar a pesquisa, a busca por conhecimento, já que garantiria uma remuneração a um investimento de tempo, dinheiro e mentes.
Mas peraÃ, as maiores invenções dos últimos 5 anos, ou 5 meses, qual é a diferença?, são todas de alguma forma um questionamento ao copyright. Quer dizer, a busca por informação tá aÃ, muitas vezes sem se viabilizar economicamente no primeiro momento.
E aÃ, ficou obsoleto resguardar direitos pela obra? Talvez não, mas do jeito que é feito agora, definitivamente sim.
De: Bruno Maia [mailto: brunomaia@....
Isso seria a vingança do comunismo, duas décadas depois do Gorbachev?
On 11/23/06, Bernardo Mortimer wrote:
Ou seria a vingança da simulação, sobre a realidade? A indústria do videogame já é maior do que a do cinema. O lançamento do Playstation 3 é tratado com mais atenção pela Sony do que o de qualquer outro produto - musica, filme ou eletro-eletrônico. A expectativa pelo lançamento do Nintendo Wii e pela segunda leva dos PS3 bate fácil a de toda a temporada de filmões de "dinossauro comendo raio laser" do verão do Hemisfério Norte.
Quer dizer, sei lá, me perdi.
Você aceitaria receber por um trabalho em linden-dollars?
De: Bruno Maia [mailto:brunomaia@...]
Prefiro em Lindts. Mas isso tudo já me deu uma azia tao escrota que é melhor deixar pra la.
De: Bernardo Mortimer
Rupert Murdoch, novo dono do Myspace, na Wired: "To find something comparable, you have to go back 500 years to the printing press, the birth of mass media - which, incidentally, is what really destroyed the old world of kings and aristocracies. Technology is shifting power away from the editors, the publishers, the establishment, the media elite. Now it's the people who are taking control."
(Para achar algo comparável, você teria que voltar uns 500 anos, até a invenção da imprensa, o nascimento da cultura de massa. Que, como quem não quer nada, foi o que destruiu o mundo de reis e aristocracias. A tecnologia está tirando o poder da elite da mÃdia tradicional, do sistema estabelecido. Agora, é o povo que tem o poder.)
Murdoch, Public Enemy, John Lennon, Patti Smith, todos com o povo.
De: Bernardo Mortimer
Uma última pergunta: O sobremusica vai quando pra secondlife?
"When Wired decided to publish a travel guide to the exciting, mesmerizing, sometimes intimidating, and always expanding virtual world of Second Life, we decided to follow our readers to the destination. So in conjunction with the online publication of our travel guide, we're proud to announce the launch of the Second Life Wired Offices."
Tô com preguiça de traduzir, vai.
***********************************
texto publicado originalmente em www.sobremusica.com.br
Muito bacana o texto sobre uma discussão que poderia durar ainda muitos e muitos e-mails!! Me sinto muito privilegiado de viver dentro de um mundo claramente em mudança. Não sei se são todas as gerações que têm essa chance. Quanto ao Second Life, também tenho medo. Confesso que ainda preciso ler mais a respeito, mas - numa primeira impressão - me incomoda muito a tentativa de emular o mundo real tal qual a gente conhece, inclusive com os mesmos modelos de negócio. Pô, eles têm a possibilidade de fazer o que quiserem!!, será que não vale a pena arriscar mais um pquinho, não?
Mais uma coisa: a Time elegeu a personalidade do ano: "você". Ou seja, a revista escolheu as pessoas comuns - "you" - como as mais importantes do ano, justamente por serem elas as mais importantes na contrução deste novo mundo de informação. Vale a pena ler a matéria no site. Abração!
muito boa troca de idéias. vamos ver onde tudo isso vai paraar.
André Gonçalves · Teresina, PI 1/3/2007 13:34Para comentar é preciso estar logado no site. Faça primeiro seu login ou registre-se no Overmundo, e adicione seus comentários em seguida.
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