Como falar de uma experiência coletiva de transformação humana, sem incidir em uma teorização vazia? Como fazer jus ao brilho nos olhos de quem dela participa? Será que valerá a pena se isso por si só não transformar, a mim que tento descrever e a você aí que me lê? Aviso desde já que ao ler esse artigo, se você for como eu, ao final da leitura será outra pessoa. Apesar de soar tão desgastada nos slogans de televisão, nas campanhas políticas e nas letras de música, ainda podemos fazer alguma coisa para mudar o mundo.
A Eletrocooperativa é a realização de um sonho de transformação social através da música e da tecnologia. Alguma coisa diferente está acontecendo na atmosfera mental (noosfera) do mundo e a Eletrocooperativa faz parte disso. Uma forma diferente de entender o valor das coisas, privilegiando muito mais as relações e os links sociais, do que a acumulação e o isolamento social. Empreendendo a aproximação entre vários setores da sociedade, envolvendo artistas, empresários, profissionais liberais e órgãos públicos, através de um laborioso trabalho de articulação. Experiências como a Eletrocooperativa buscam respostas para as perguntas que o nosso medo ou egoísmo não nos deixa ouvir. Sim, existem saídas para o caos, para a violência, para a desigualdade, para o individualismo e para a falta de sentido de nossas vidas. Alguém já ouviu falar em solidariedade? Pois é, ela existe e assume múltiplas formas, uma delas é o cooperativismo. Co-operar e co-laborar são palavras irmãs, o sentido é de estar juntos. É um fazer coletivo que desenvolve nossa consciência social, nos faz ver o mundo de uma outra forma e isso por si só já é uma mudança importante. Uma obviedade que nossa razão até aceita, mas que dificilmente consegue nos mover na direção de uma nova prática social. Talvez porque a razão não baste, saber o que é certo não é suficiente para começar a fazê-lo. Pode parecer paradoxal, mas só conseguimos compreender de fato a força transformadora do trabalho coletivo, quando trabalhamos coletivamente. A experiência de co-operar contamina o corpo e o que mais você tiver aí por dentro. Nos envolve de uma tal forma que fica difícil não ter esperança num mundo melhor depois disso.
Epifania
A iniciativa de criar um centro de colaboração estético-social foi de um grupo de jovens da classe média, em sua maioria bem nascidos e apaixonados por música, mas preocupados com o rumo da convivência humana nas grandes cidades. No caso de Salvador, uma importante matriz cultural para o que chamamos de Música Popular Brasileira, é na luta contra a concentração de renda desproporcional, a falta de perspectiva de muitos jovens talentosos ou mesmo contra a ganância de muitos empresários da indústria local de música, que se insurge a proposta da cooperativa de música e tecnologia. Os baianos Reinaldo Pamponet e Fernando Ferrel e os paulistas Marcio Zorzella e Dudão Melo deram os primeiros passos, mas nada conseguiriam se já não ouvissem as demandas dos jovens excluídos.
Segundo Reinaldo, que atualmente está à frente da instituição, o projeto era criar uma ong com o objetivo de promoção social através do acesso aos meios de produção musical, auxiliando de forma colaborativa no desenvolvimento da autonomia financeira de jovens de baixa renda. Situada no centro histórico de Salvador, Pelourinho, nº 34 da Rua João de Deus, pretende em breve expandir o alcance de suas realizações com a abertura de sedes em Arcoverde (PE) e São Paulo (SP). A Eletrocooperativa é uma ong (organização não-governamental da sociedade civil, sem fins lucrativos) que trabalha preferencialmente com jovens de 15 a 25 anos que tenham interesse na área musical e artística. Foi inaugurada em 2003 com uma grande festa, onde o dj Patife tocou junto com percussionistas dos blocos afros (essa epifania foi registrada e está disponível no podcast Soteropaulistano). A estratégia inicial foi conseguir jovens com aptidão a partir do contato com os blocos, depois foram realizadas oficinas de capacitação. Segundo o site do projeto, desde o início das atividades 579 jovens foram beneficiados nas diversas atividades existentes: Inclusão Digital, Produção Musical, Técnicas de estúdio, Teoria Musical, Oficina de Djs, Formação Cidadã, Apoio Psicológico, Empreendedorismo e Cooperativismo, Desenvolvimento do Plano de vida individual, Modelo de Geração de Renda (em fase inicial). São jovens que estão aprendendo a fazer business cultural, de maneira mais horizontal. Também estão aprendendo a produzir bens culturais que privilegiam a circulação e a troca, já que não restringem as possibilidades de cópia e compartilhamento de sua produção. Estes jovens artistas optam por não adotar as clássicas regulamentações de copyright, mas não abdicam de assumir a responsabilidade por suas criações. Já foram produzidos 8 CDs, 10 CDs estão em finalização e já são mais de 10 mil downloads de música no portal. Também é possível disponibilizar músicas no portal da iniciativa, mesmo sem ser aluno, como fizeram os artistas Lucas Santtana, Chico Correa e as bandas Diamba, Ronei Jorge e os Ladrões de Bicicleta, tara_code e Lampirônicos. Atualmente existem 35 artistas cadastrados no portal.
Pesca de rede
A originalidade da Eletrocooperativa está em sua proposta de fomentação cultural, estimulando uma perspectiva colaboracionista de produção e difusão de bens culturais. E aliando a isso a oferta de produtos específicos como jingles, ringtones, células rítmicas para loops e um portal na internet que oferece espaço para que se disponibilize músicas licenciadas em Creative Commons. Assim, a principal forma de distribuição da produção musical da instituição é através do portal. Aqui está a sua ponte com o modelo de negócios abertos, chamado Open Business. As músicas produzidas na Eletrocooperativa também podem ser adquiridas comprando-se os cds que são vendidos pelos próprios meninos ao preço de R$ 5 nas ruas do Pelourinho. No entanto, a participação dessas vendas na sustentação do projeto ainda é pequena. Até o momento (nov/2006), foram vendidos um pouco mais de 4 mil cópias, o que significa algo em torno de R$ 20 mil. A disponibilização das músicas no portal amplia a visibilidade do que é produzido na Eletrocooperativa, a estratégia é chamar a atenção para a forma de produção e distribuição. Nesse contexto pode se entender a venda de cds físicos como uma forma de adesão ao projeto, ou seja o comprador antes de mais nada está contribuindo para a manutenção da iniciativa. Os demais produtos, como rigtones e jingles, serão negociados enquanto prestação de serviços às empresas interessadas.
A mídia local ainda não deu a devida atenção, mas o público de artistas como o grupo de rap Império Negro, formado por alunos da cooperativa, já demonstra que essa equação pode mudar. Segundo Marcos Vinícius dos Santos, o MC Xarope já são vários os convites para show, alguns inclusive são pagos. Não preciso citar aqui o exemplo de bandas como a Cansei de Ser Sexy, no portal Trama Virtual, ou a banda Arctic Monkeys, no MySpace (vale ler a matéria do Alexandre Matias sobre isso) . Guardada as devidas proporções, não são poucos os casos de bandas e artistas que conseguem furar a parede do sucesso financeiro usando a Internet. Essa é uma das apostas da estratégia de auto-sustentação da Eletrocooperativa, além de ser uma possibilidade muito interessante para os próprios artistas.
Um outro caminho, que não se opõe, nem exclui o uso da Internet, tem sido a comercialização de produtos como ringtones e jingles que estão começando a ser produzidos na Usina de Produção: Juventude e Trabalho, o novo projeto da Eletrocooperativa. Nela estão 21 jovens com carteira assinada, ganhando um salário mínimo, num projeto que prevê três anos de trabalho integral, com a previsão da geração de uma poupança coletiva, com mais de R$ 100 mil. A idéia é que os jovens aprendam a trabalhar como músicos e como produtores. A cada seis meses serão integrados ao projeto mais vinte jovens. O projeto, que conta com o apoio da Fundação Avina e do Instituto ibi, parte do princípio que entende que é melhor “ensinar a pescar, do que dar o peixe”. Carteira assinada, experiência profissional e fomentação cultural são ingredientes poderosos e podem significar a promoção social desses jovens. Além, é claro, de ampliar o leque da própria Eletrocooperativa. Oferecendo ao mercado mais uma possibilidade de colaboração, espera-se assim que o empresariado abra os olhos e veja que a ganância de alguns pode levar todo o sistema produtivo para o buraco. A incubação de empresas leva ao jovem a oportunidade de aprender fazendo. Por outro lado, contratar uma empresa como a Usina de Produção estimula a responsabilidade social do mercado, além de ser um diferencial que pode trazer grandes surpresas, por ser uma resposta alternativa, que não esquece e nem precisa esquecer, muito pelo contrário até estimula, o desenvolvimento do mérito e da qualidade.
Cria(r) ação
Como se não bastasse, a importância social do trabalho de inclusão e educação promovido pela Eletrocooperativa, ela ainda se configura como uma promessa relevante de renovação do cenário cultural popular da cidade, multiplicando as possibilidades para os profissionais da área musical. Para isso foi fundamental a articulação com blocos afros como Olodum, Ilê Aiyê, Didá, Cortejo Afro, Malê de Balê, Filhos de Gandhy entre outros que ajudam e identificar jovens com interesse na área musical. Ou mesmo a parceria com coletivos alternativos com os Djs do Pragatecno ou os Vjs do Mote. Tudo isso faz a atmosfera criativa do Eletrocooperativa fervilhar de idéias novas. Cds como EletroErê, com cantigas infantis remixadas, ou o Eletropercussiva, banda que mistura diversas referências em seu liquidificador sonoro, ou o Afrogueto, que inclusive foi indicado ao prêmio Hutuz como melhor grupo de hip hop Norte-Nordeste, além do já citado Império Negro. Esses são apenas alguns exemplos dentro de um universo rico de possibilidades estéticas, que pode ir do arrocha ao pop-rock, do forró ao samba-funk e música eletrônica. Colaborador e Coordenador Artístico do projeto, o músico Gilberto Monte frisa a importância de saber conviver com as diferenças estéticas. Tudo é discutido democraticamente, nada pode ser imposto em um ambiente de criação coletiva.
Da mesma forma que seus alunos, a instituição antes de começar a andar com as próprias pernas tem contado com a ajuda de alguns parceiros. Um deles é o Ipac (Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia), autarquia vinculada à Secretaria da Cultura e Turismo da Bahia, que cedeu a casa usada como sede do projeto e financiou a compra de equipamentos. Outro é o MinC (Ministério da Cultura) que ampara o projeto pela Lei Rouanet de incentivo à cultura, vale lembrar que a Eletrocooperativa também é Ponto de Cultura (Os Pontos de Cultura são a principal ação do programa Cultura Viva, uma rede de produção e gestão cultural, lançada pelo Ministério da Cultura. Além de apoio financeiro e patrocínio para projetos culturais, instituições e agentes culturais que articulam e estimulam uma série de ações em suas comunidades. O programa respeita a autonomia de cada artista, entidade ou local). A Philips, a Fundação Avina e a Natura também contribuem financeiramente com a ong e recentemente foi firmada uma parceria com o Centro Incubador de Empresas Tecnológicas (Cietec), resultado da atuação conjunta do Sebrae-SP e de diversas entidades com a finalidade de fornecer suporte técnico para o desenvolvimento do portal da ong. Pode parecer arriscado ter tantos apoios quando se busca a auto-sustentabilidade, mas não se pode ser ingênuo, pois ainda não há como se prescindir dos aliados. Estamos falando de uma grande retomada do sentido solidário no mundo, então porque não ter parceiros? Pode-se, sim, ser seletivo e estipular contrapartidas inteligentes. O caminho da auto-sustentação não é fácil, não existe uma receita de bolo, mas não é uma meta impossível, a sua viabilidade está justamente na aposta que a imensa maioria da humanidade faz de um futuro melhor. Eu não tenho dúvida de que quanto mais pessoas conhecerem propostas como a da Eletrocooperativa e entenderem que este é um caminho possível de alavancar a qualidade de vida desse planeta, a sustentabilidade será atingida com a tranqüilidade e a naturabilidade de um passo a frente.
“Manter a consistência com a proposta e entender a demanda coletiva, sem medo de encarar os desafios” segundo Reinaldo Pamponet, é o caminho das pedras. Não é possível fazer um trabalho como esse sem saber ouvir, pois todos os parceiros são importantes. Mas a principal sustentação é a própria sociedade quem dá, por isso a transparência é fundamental. Segundo ele, o Open Business é um modelo de negócio, de relação social e um modelo corporativo que opta pelo desenvolvimento do capital social, valorizando a importância da meritocracia, da ética e do respeito; coisas importantes para nortear o consenso social. Criatividade é criar e colocar em atividade. A criação é um processo da realização, ação que cria. O mercado de trabalho está muito fechado, mas não existem "excluídos”, só os que ainda "não foram inseridos". Segundo ele, é preciso abrir a porta do mercado, pois sem estabilidade social o próprio mercado perde espaço. Por isso hoje crescem as empresas que enxergam que o lucro tem que ir além do valor monetário, o chamado Triple bottom line, onde os resultados de uma empresa são medidos em termos econômicos, ambientais e sociais. O lucro é importante, o problema é a apropriação individual, o lucro tem que circular para ser realimentado e gerar desenvolvimento. O mundo de Jocemar Pereira, aluno da cooperativa, já mudou e nada pode apagar o brilho de seus olhos quando olha para o futuro.
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Não deixe de conhecer o portal da Eletrocooperativa: www.eletrocooperativa.art.br, o hotsite da instituição: www.eletrocooperativa.org e suas colaborações no overmixter.
André, parabéns pelo conteúdo. O texto está em ampla sintonia com a proposta do Overmundo e dará uma visibilidade maior para as ações da Eletrocooperativa. Eu estive em Salvador em agosto deste ano e fiz uma reunião na instituição, na qual entreguei um exemplar da revista O Dilúvio e um Cd do grupo cultural Bataclã FC. Queria dizer que na minha opinião, e posso estar errado, acho que não há porque se preocupar se a mídia local dá a devida atenção para o projeto, pois quase todo o Brasil tem este problema. Acho que vocês devem trabalhar para 2007 a criação de uma estrutura que trabalhe a distribuição dos conteúdos produzidos por vocês (canais de venda) e a produção cultural comunitária, oferecendo cursos que formem também pessoas para trabalhar a produção executiva dos diferentes projetos da Eletrocooperativa. No Brasil inteiro temos este problema: muita oferta de criação (que bom) e pouca gente com formação e olhar para a nossa diversidade cultural pronta para trabalhar com diferentes situações, que atendam um outro modelo de trabalho.
Alê Barreto · Rio de Janeiro, RJ 16/12/2006 18:14
Estamos trabalhando nisso, o portal www.eletrocooperativa.art.br é nosso canal de difusão, fizemos uma versão beta em 2006 e está sendo otimizada pelo CIETEC da USP, boas novidades no sistema estarão no ar nos próximos meses. A Usina de Produção está sendo o meio de treinamento dos jovens para as diversas áreas de trabalho que compõe o background do mercado musical.
É tempo para checarmos os resultados, mas estamos caminhando na trilha certa, boas novidades da Eletrocooperativa virão em 2007.
Caramba, quanta informação. Realmente um projeto fascinante. Parabéns pra galera que tá participando dessa história.
Só não consigo ser tão otimista, até porque o próprio cooperativismo mostrou em alguns momentos da história seus limites. Vamos vê se com as novas possibilidades tecnológicas ele vai além, só fico com medo de haver um deslumbramento, ás vezes sinto isso no próprio texto. O trecho "O mercado de trabalho está muito fechado, mas não existem 'excluídos', só os que ainda 'não foram inseridos' " me passa essa impressão.
Na verdade lanço apenas reflexões, acho que estamos juntos nessa luta.
Alê, obrigado! Como disse Gilberto, o pessoal já tem alguns planos em andamento. abçs
andre stangl · Salvador, BA 18/12/2006 16:17Pedro, a frase em questão é do próprio Reinaldo, não sei se deixei isso muito claro no texto. De qualquer forma, devo dizer que não me sinto nem apocalíptico, nem integrado. Acho que a questão não é ser mais otimista ou realista e nem sei se os pessimistas são mais realistas que os otimistas... Como dizia o Raul "sonho que se sonha junto é realidade" e eu gosto de pensar assim... abçs
andre stangl · Salvador, BA 18/12/2006 16:38
André, parabéns pela matéria...esse olhar do outro é fundamental para nossa jornada.
Quanto ao ponto levantado por Pedro. Muito bem colocado e de fundamental importância para ser cada dia mais aprofundado e entendido.
Esse com certeza é um dos maiores desafios pois essa questão da colaboração e/ou cooperação é a dificuldade maior no mundo cada dia mais individualista.
Na Eletrocooperativa a menção da cooperativa no nome em nada tem haver com uma estrutura formal de cooperativa e sim uma proposta de trabalho. Ou colaboramos ou vamos continuar gerando destruição de valores baseado no individualismo e numa busca vazia do acúmulo. Eu sou um otimista sempre, aliás não tenho muita opção...e o caminho aqui de repente não é nem o otimismo nem o pessimismo e sim vivermos a ncessidade e a realidade que nos espera e isso exige um certo pragmatismo em escolher caminhos possíveis. Isso passa com certeza por uma troca mais aberta, franca e com um dialógo direcionado a ação.
Defendemos sempre a busca de propostas suplementares a do outro e vemos que a busca da complementaridade no mundo atual é um caminho bem complicado.
Quanto ao tema inclusão e exclusão somos cada dia mais céticos em não acreditar nisso pois é um argumento acima de tudo arrogante pois ninguém tem esse poder de incluir ou excluir alguém. A frase escrita por André e dita por mim é um retrato da nossa crença e para onde estamos indo. Precisamos urgentemente em qualquer proposta que façamos no âmbito social estar sempre atento a iserção econômica de quem ainda não tem a oportunidade e liberdade para ter o mínimo de dignidade. Isso é um estímulo ao desejo de progredir, nunca um assistencialismo.
Abraço a todos.
Opa, Reinaldo.
Boa a resposta, é por ai mesmo, acho que compartilhamos das concepções. Na verdade, não é uma oposição entre otimistas e pessimistas, apenas um certo pragmatismo mesmo que leve a gente a ver as coisas com certa frieza em alguns casos para que possamos fazermos autocrítica e irmos em frete, não que esse necessariamente o caso da eletrocooperativa.
Ficou só uma dúvida: essa inclusão no mercado de trabalho será a partir de que moldes? Será a partir de uma mudança estrutural da forma de se organizar das nossas sociedades e de nossas concepções? Claro que a Eletrocooperativa já dá pistas, mas eu ainda fiquei com essa dúvida.
um abraço,
Pedro, criamos um projeto piloto que iniciou agora em nov/2006 que chamamos de Usina de Produção que André cita no artigo.
Há uma necessidade concreta nessa iniciativa de desenvolver novas formas de organização sim. Isso passa por questionarmos modelos jurídicos atuais, cultura organizacional, o papel do humano no processo e entre outras coisas, uma nova educação financeira e re-pensar valores. Muito das nossas respostas nascem de uma visão de "remixar vidas e modelos" buscando referências em várias ciências diferentes e remixar esses diversos "sons" em busca de uma nova "sonoridade" . Ah essa sonoridade tem que ter groove sempre! :-)
Também ir mais fundo no popular e dosar um pouco o discurso acadêmico.
Na nossa visão isso está muito próximo de conceitos de Empresas Sociais - "Social Enterprise" e o que André está pesquisando nas propostas de Open Business.
No âmbito do artista e da nossa proposta temos 21 jovens artístas que estão com carteira assinada trabalhando com música e gerando capital social e poupança para o que chamamos- dar um valor maior ao amanhã.
Ainda é bem cedo para medirmos os resultados, os jovens estão relatando essa experiência semanalmente no programa de rádio deles que fica no portal www.eletrocooperativa.art.br . O programa é o Eletrocooperativa em Ação. Vale escutá-los um pouco pois muito do nosso caminho vem de propostas deles e utilizamos a técnica "vetorial". Esse é um papel que temos no nosso DNA de sermos menos lideres de jovens de uma forma tradicional e sermos mais vetores.
Um abraço,
é uma honra ter o Reinaldo e o Gilberto por aqui... sempre fui fã do trabalho da Eletrocooperativa
quanto à "inclusão", um comentário: não é nada fácil, é trabalho imenso pela frente, mas acho que há uma situação tecnológica interessante que possibilita algum otimismo: as inovações abrem brechas no mercado de trabalho que precisam ser rapidamente ocupadas por quem está de fora... vi recentemente equipamentos de edição não-linear chegarem às produtoras de vídeo e som... a garotada de classe média teve que aprender rápido a lidar com as novas máquinas e softwares... se tivesse uma outra garotada fera na nova linguagem, poderia competir pelos cargos mais facilmente que em situações mais estáveis... claro que sei que a garotada de classe média larga levando vantagem de melhor escola etc. - mas estou falando de tática de guerrilha mesmo... identificar as brechas, o que vai ser a nova onda, e chegar antes... preparar para o amanhã, o depois de amanhã... e não descansar... como disse: é dureza... mas a Eletrocooperativa mostra que com trabalho bem feito as coisas começam a mudar
O trabalho da eletrocooperativa visa transformar jovens em trabalhadores profissionais, mais tbm uma forma de incluir esse joven cultural, musical, social e digitalmente em nosso pais, sendo que nos olhos de nosso mestre, Reinaldo, esse é apenas um passo para o progresso mundial.
A eletrocooperativa neste momento viabiliza a cooperação como arma fundamental ou seja , um trabalho de equipe para um resultado em equipe, dessa forma os jovens iram adquerir uma experiência profissional e em seguida uma experiência de vida.
De muitas formas, a eletrocooperativa impulsiona uma força maior através da música, são novos elos de amizade, companheirismo e união, a tecnologia associada as "cabeças certas" origina uma nova porta para o universo musical, rappers, djs, percussionistas entre outros estilos que fazem de suas vidas uma verdadeira orquestra de transformações.
Haggar · Salvador, BA 20/12/2006 17:04Cooperar..... A Eletrocoperativa surgiu para que no universo de musicalidade existente em Salvador fosse possível fazer um trabalho de inclusão social ouvindo a comunidade e possibilitando que jovens de baixa renda da cidade tivessem acesso a recursos de produção musical e tecnologia colaborando com a autonomia financeira destes jovens. Acima de tudo este projeto visa a renovação e a especialização em música e tecnologia destes jovens talentos possibilitando uma mudança no cenário musical da Bahia
Paizao · Salvador, BA 21/12/2006 11:45A Eletocooperativa uma instituicão cujo o maior motivador e o instinto de coletividade, implícita e intrícicamente presentes em sua gestão extremamente prelcupada em assegurar um novo esteriotipo de artes e desenvolvimento humano, e consequentemente nas relações de cooperação oriundas do espírito que rege com maestria e converge todo esse trabalho em possibilidades reias e nos dão o privilégio de sonhar com olhos abertos ou não!! fazendo alusão a o saudoso Wali Dias Sa lomão: ..."Eu tenho os pés no chão por que sou de virgem, más a cabeça eu gosto que avoe"...
Kiko Cerqueira · Salvador, BA 21/12/2006 12:38Negroativo, Haggar, Paizao e Kiko, vcs são o futuro! obrigado e bom ano novo!
andre stangl · Salvador, BA 30/12/2006 14:03
André, uma sugestão: ouvir os egressos da eletrocooperativa! E publicar o texto dos que não se "adaptaram" ao modelo!! E também explorar mais os mecanismos de captação da ONG.
Só!
Reforço o pedido do Nelson! E muito axé pra todos os envolvidos com o projeto! Me cadastrei no site e vou saber mais sobre a Eletrocooperativa, bem q o Rio poderia receber esse projeto tb!
Gustavo Gama · São Paulo, SP 13/2/2007 18:04Olá, Andre! Venho saudá-lo pelo bom texto. Conheço o projeto, uma iniciativa realmente colaborativa e criativa. Fico intrigado apenas com a pequena visibilidade (e daí não precisa ser da grande mídia, que até já reconhece o projeto) que a Eletrocooperativa ainda possui. Até para incidir na questão que o Nelson Maca levanta, da captação. Talvez o próprio Gilberto Monte deixar uma opinião a respeito. Mas, é uma experiência fantástica que se compara a poucos existentes no Brasil, e no Norte Nordeste.
Tony Teófilo · Salvador, BA 28/5/2007 10:45Oi irmão, muito bom o seu texto e a iniciativa também é digna de louvor, estou no Rio de Janeiro e influenciado por este movimento desejo desenvolver algo semelhante aqui na Prefeitura Municipal de Araruama, gostaria de estreitar o relacionamento com os idealizadores deste projeto e saber se é possível talvez uma parceria. Forte Abraço.
Edson Sanches · Araruama, RJ 11/1/2011 12:08Para comentar é preciso estar logado no site. Faa primeiro seu login ou registre-se no Overmundo, e adicione seus comentários em seguida.
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