Primeira noite do mês de Novembro. 2009 já está logo ali e pode-se dizer que ser pelo menos igual a 2008 já vai ser tampa. Mas a gente espera sempre mais.
A segunda noite de shows do festival Aumenta que é Rock seria da turma do metal e do Hard Core. Me diga ai. Durante o seu dia normal, a semana de corre-corre, você vê muitas pessoas de preto na rua, e mais, com sparks, brincos, maquiagens, furos e mais furos pelo corpo?!
Não né?! Mas coloca uma banda de Metal pra tocar que você vai ver quantos metaleiros existem por ai. E é um público fidelÃssimo.
Admito que Metal não é muito minha praia, que nunca havia escutado Torture Squad, nem Mukeka di Rato que é um Hard Core muito escroto. De HC sempre gostei, mas não é o que tenho acompanhado ultimamente, por isso mesmo cheguei no Galpão 14 voando legal no que a noite poderia ser, não fazia a menor idéia.
Quem abriu a noite foi uma banda chamada Mobiê. A primeira musica chamava-se “Regional Agressivo†anunciada com aquele vocal gutural. “OhhhAaaahahahahahâ€.
E deu inÃcio, já de cara, com pouquÃssimas pessoas na platéia mas suficientes para um prenuncio de como seria o resto da noite. Pula de lá, empurra de cá, não era bem a polga que conheci com meus 15 anos. Ficar girando e dando cotoveladas nos meus amigos era uma das melhores atividades para mim naquela época, mas a turma que tava assistindo ao Mobiê, pulava, dava cotovelada, pernada, gritava, se esgoelava e batia cabeça. Tudo ao mesmo tempo. Numa mistura de metal-core com Rap, no melhor estilo Pavilhão 9, o Mobiê seguiu seu show. Muito engraçado a hora que o segundo vocalista chegou, no meio da segunda música. Quando acabou de cantar pediu desculpas a galera e escutou um sonoro “Foda-se! Toca aê porraâ€. Mas o carinho era mutuo. Fãs e artistas se entendem das formas mais variadas.
Thyresis já engrossou mais o caldo. O baixista Victor Hugo Targino quem conduzia as ambiências e nuances nefastas. Mais vocal gutural. Mais pedal duplo. Mesmo pra mim que não sou fã, é um som de empolgar, nervoso demais. Fiquei batendo cabeça moderadamente ali atrás do palco. Metaaaaallll.
As duas bandas seguintes marcaram o momento, digamos assim, light, da noite. Not For Sale e Rótulo. A primeira fez um punk rock moderado, bacaninha. Vocalista “marombadoâ€, altas poses “olha o muqueâ€. Galera simpática, bebendo muita água no camarim. A banda Rótulo fez um Hard-Core muito responsável combinando com as caras de CDF do vocalista e do baterista. Har-Core de “oclinhosâ€, eu já vi isso por ai.
Depois da Rótulo, não houve mais tempo pra respirar. Sobe no palco a banda Soturnos e começa a se formar a maior atmosfera dark, trash, ME – TAL!
A soturnos toca em casa, sabe quem são aqueles que estão na platéia, mesmo os que vieram de cidades vizinha e não tão vizinhas dentro do estado. Uma horda inteira de Campina Grande gritou as letras dos caras o show inteiro e a sandice, só foi maior para sexta banda da noite.
A Torture Squad tem uma fama enorme no cenário underground do metal. A preparação do palco já foi uma gritaria enorme, que seguiu durante uns 10 min. Até que a luzes apagaram, apenas uma fumaça que soltaram no palco e uma intro que saÃda pelos auto-falantes. Dada a introdução, o pessoal da banda veio para o palco, com suas calças de couro e os cabelos soltos. Pronto, deu inÃcio a um pandemônio que eu nunca havia visto dentro do Galpão 14. Peso na bateria de Amilcar “O homem Máquina†Christófaro, nem se fala na guitarra de Augusto Lopes. A roda a essa altura estava enorme, louca, maluca. Fanáticos da banda cantavam musica por música. Nos intervalos das musicas, eram tantos os gritos que os músicos ficaram surpresos, ou pelo menos demonstraram muita surpresa. Talvez não esperassem tanta loucura na turnê do Nordeste.
Entre a loucura de Torture Squad maluquice que seria o show do Mukeka di Rato, a banda Lethal fez o intervalo. Digo intervalo porque foi um show breve, de 30min a apresentação dos rapazes foi de 20 min.
Entra o Mukeka e um bom pedaço do público do Aumenta já havia ido embora, nem sei que horas eram mais, no agito do Torture meu celular foi pras cucuias. Só sei que o Mukeka subiu no palco com os integrantes devidamente embriagados e sem repertório definido. Sempre perguntando a platéia qual era a próxima música. Bem na veia, o Mukeka tirou o último dos últimos dos fôlegos de quem estava no Galpão.
Quando acabou o show do Mukeka, o dia já começava a raiar, já se ouviam passarinhos cantando. No largo de São Pedro Gonçalves as seqüelas da noite, muitas e muitas latas de cerveja pelo chão, os garis varrendo, um monte de headbanguers deitados na escadaria da igreja, outro monte na parada de ônibus, eu que estava ainda com alguma energia tirada não sei de onde fui comprar cigarro na barraquinha do outro lado da rua.
Respirar fundo, sentir o cheiro do mangue que a maré ta enchendo, e torcer pra que o ano que vem seja igual a esse mês que passou louco ensandecido, energético e cheio de rock.
muito bom ter todas essas notÃcias sobre os shows por aqui!
Hermano Vianna · Rio de Janeiro, RJ 8/11/2008 14:52
Massa mesmo Alberto, esse passeio pelo rock paraibano no teu texto.
Jampa Rock City!
Abraço!
Ae galera...legal a cena alterantiva de Vcs..sucessos!
banda Jeca e Javalis do Brejo
Sorocaba SP
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