Solidariedade não se compra em supermercado. É necessário superarmos nosso egoÃsmo e fazer ao outro o que gostarÃamos que nos fosse feito, caso estivéssemos na mesma condição. Empatia. Este poderia ser o outro nome deste encontro de uma espécie em extinção, massacrada pelo individualismo que alimenta e é retroalimentado pelo estilo de vida atual. Ali se tentava sensibilizar os demais para o altruÃsmo. Pratique APAE!
O cenário
É inegável a vocação do bairro Santa Tereza de Belo Horizonte para ser o centro cultural ao ar livre da cidade. É a versão mineira da Lapa do Rio. É a nossa Cidade Baixa de Porto Alegre.
Cá quanto lá, o bairro concentra intelectuais, boêmios, artistas e revolucionários em seus inúmeros bares e restaurantes.
A Praça Duque de Caxias foi e continua sendo palco de inúmeras manifestações artÃsticas nacionais e internacionais em sua história.
E agora, com o concurso de projetos para transformar o Mercado Distrital em espaço cultural, a comunidade está em festa! Especialmente por ter ficado livre de ver seu tradicional mercado se transformar no quartel de mais um batalhão da polÃcia, desta feita da Guarda Municipal, com o efetivo de 2.000 pessoas.
Tudo isto foi fruto da organização e luta popular contra um poder público incapaz de dialogar com a sociedade, antes de tomar suas decisões. Isto até encontrar reação firme da comunidade, exigindo um relacionamento de mão dupla sobre este assunto.
Nunca, na histórida desta capital, o prefeito tinha sido obrigado a voltar atrás em uma decisão, como neste imbróglio.
O evento
Dentro deste cenário, ocorreu o 1o. Amigos da Inclusão, promovido pela APAE-BH, SESC-MG, Associação Comunitária do Bairro Santa Tereza e outras entidades.
Carregando ainda a preguiça do almoço do sábado, o público foi chegando, devagarzinho... Enquando isto, ainda eram feitos os últimos ajustes no sistema de som do palco, alguns artesãos arrumavam seu mostruário e mercadorias para serem vendidas ao público eram carregadas rapidamente.
O sol também preguiçoso do inverno não incomodava a folga do público que, aos poucos, lotou completamente a praça.
Excepcionais de todos os tamanhos, idades e graus de deficiência sentiam-se em casa! Excepcionais em superar suas limitações, num extraordinário exemplo de que podemos nos esforçar mais para também superarmos as nossas.
O número de cadeira de rodas também saltava aos olhos. Umas com as mães empurrando e outras, movidas pela força do próprio cadeirante.
A garotada se esbaldava em oito barracas com monitores que ensinavam as artes artesanais e pintavam o rosto e braço de quem assim o desejasse, com teias de aranha purpurinadas e outros inúmeros motivos.
Um futebol com bola de um metro diâmetro exigia que fosse jogado com as mãos, muitas das vezes, incapazes de levantar uma carga tão pesada. Era um empurra-empurra! Quase um cabo de força, até que a lei do mais forte decretava a entrada forçada da bola e dos adversários por uma trave apenas um pouco maior que ela.
Um jogo de dama gigante, cujas casas deveriam ter meio metro de lado, utilizava como pedras cones com meio metro de altura.
Tinha também totó, futebol de botão e ping-pong.
E ainda o pula-pula, campeão disparado do interesse da meninada.
Enquanto isto, outras oito barracas vendiam guloseimas tradicionais em eventos desta natureza.
Não faltaram banheiros quÃmicos e coletores seletivos de lixo.
Dois massagistas cuidavam do corpo e do ego de quem enfrentasse uma pequena fila de uma meia dúzia de pessoas.
Apresentações artÃsticas
As apresentações foram de 14 até as 22 horas, sob a coordenação de palco de Yé Borges e Paulinho Ramos:
- Fanfarra do Colégio Tiradentes da PolÃcia Militar de MG, que fica em frente à praça, onde a organização tinha estabelecido seu quartel general e recebia os artistas
- Banda da APAE-BH
- Coral da APAE-BH
- Grupo de Dança Axé Quebra Tudo
- Adolescentes surdas dançaram Bolero de Ravel apenas sentindo a vibração provocada pelo som no piso sob seus pés
- Grupo de Dança da Terceira Idade
- Banda Pois É
- Banda Dezoo
- Lô Borges e banda foi o ponto culminante do evento, cujo entusiamo do público cantando suas músicas acrescentava sinergicamente uma outra dinâmica ao consagrado artista, num crescendo magistral
Mas estas foram apenas algumas dentre outras atividades que não anotei...
Campanha eleitoral
Cabos eleitorais de candidatos a prefeito e a vereador distribuÃam folhetos e abanavam suas bandeiras, dando um colorido ainda maior ao evento: PC do B, PV, PT e PTB.
Dentre os candidatos a prefeito, somente Sérgio Miranda ali compareceu para prestigiar o evento e, certamente, mostrar ao eleitor presente a prioridade que dá à causa dos deficientes. Nenhum deles utilizou do microfone ou subiu ao palco.
Responsáveis pelo sucesso
Está de parabens toda equipe da APAE-BH na pessoa de Sanderléia Rodrigues e Sibele Fossi, as quais tive o privilégio de conhecer e de alimentar meu ego com a deliciosa alegria delas pela repercussão do evento, em função da divulgação que promovà na internet.
Não há forma mais eficaz de ser feliz que fazendo as pessoas felizes! Ação que multiplica. A verdadeira luta por um mundo melhor acontece dentro de cada um de nós.
Algumas fotos
Eduardo Tófani, do Buffet Santa Ceia, registrou em foto alguns momentos deste faustoso dia e os disponibilizou para acesso público, donde extraà a que introduz este texto: http://www.flickr.com/photos/29826152@N07
(*) Heitor Reis é engenheiro civil, militante do movimento pela democratização da comunicação e em defesa dos Direitos Humanos, membro do Conselho Consultor da CMQV - Câmara Multidisciplinar de Qualidade de Vida (www.cmqv.org) e articulista. Nenhum direito autoral reservado: Esquerdos autorais ("Copyleft"). Contatos: (31) 3243 6286 - heitorreis@gmail.com
Muito interessante conhecer um pouco do que acontece em cidades longe de nós. Os eventos festivos, principalmente onde
se pode doar um pouco de amor ao próximo e ajudando ve-los
mais felizes. Parabens pela postagem e pela oportunidade.
Um abraço da ysabella
Estou em edição com ENTERREM A TRIISTEZA. Com carinho te
convido a ler e comentar. Abraço da ysabella
inicio sua votação com carinho!
beijo no coração
Parabéns na divulgação do evento. Ajudar a APAE é sempre um ato de amor.
Jorge Roriz
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