Bordados de uma cabloca de barro e ferro

Raquel Gonçalves
A jornalista cearense Eleuda de Carvalho
1
Pedro Rocha · Fortaleza, CE
20/10/2006 · 199 · 3
 

Uma fala que sabe o nome das coisas e vai amarrando no ar com as mãos e os olhos a história a ser contada, dedilhando as sílabas com precisão, conduzindo rio abaixo as palavras. Mulher de letras, língua, água na boca, saliva que rega sua escrita, numa oralidade sabida dos meios-tons de cada linguagem. Eleuda de Carvalho é uma cabocla híbrida entre o sertão e a cidade. Jornalista, nascida no interior do Ceará, perto de Jaguaruana, quase na fronteira com o Rio Grande do Norte, numa velha casa que ainda está de pé. Saída de lá, ainda menina nova, com dez meses, rumo a Fortaleza, cidade que lhe fundiu entre o barro e o ferro, taipa e concreto armado, numa arquitetura intelectual, erudita e popular.

Desde a menina, que devorou boa parte do romance francês do século XIX nas bibliotecas da mãe professora e do colégio de freiras, até a universitária que, num erro de cálculo, foi bater no curso de Estatística da UFC, mas virou mesmo foi freqüentadora assídua da cantina das Ciências Sociais, onde conheceu, pelas mãos do dramaturgo Arthur Guedes, Proust, Borges e Joyce... Tudo isso atolado às histórias de Tia Teta e às recordações das férias no sertão, fazendo um caldo grosso.

Cursando Letras, graduação que veio depois do abandono de Estatística e que para a mãe era o caminho mais óbvio desde o começo, o português de Tia Teta, que lhe parecia errado, virou acorde belíssimo, português arcaico que leu nas antigas histórias de Trancoso. Na mesma época, oitenta e dois, virou bolsista da Rádio Universitária para depois ocupar, como funcionária pública, o único cargo de locutor na folha da Universidade, que lhe assinou a carteira e fez as graças de sua mãe um dia antes da morte. Nas páginas impressas dos jornais começou apenas em noventa e cinco, quando concluiu a segunda graduação, Jornalismo, já no caderno de cultura Vida & Arte do jornal O POVO, em que atua até hoje.

Eleuda de Carvalho nos recebeu em seu apartamento, no bairro Meireles, numa noite de quarta. Na varanda, um caco de mar a vista se curvando entre os prédios que não param de subir. Dali, depois de mais da metade de sua vida morada no bairro do Benfica, tradicional por seu ambiente universitário e boêmio, observa a Fortaleza que se insinua em seus olhares.

Sentada, fuma um dos seus “raros” quatro cigarros diários, numa tentativa de reduzir o vício, mas também degustando essa sensação de falta, de distância, talvez a mesma que lhe faz olhar e inspirar fundo Fortaleza a cada retorno. Sentada, com as pernas cruzadas, borda histórias de Trancoso, do São Francisco, de Canudos. De Fortaleza... Feito árvores de dentro de uma semente.

Como é tua relação com o sertão?

Ah bom, tá certo, muito bem...Tem o fato de eu ter nascido lá... Dos meu pais terem nascido no sertão e de todos os anos, a minha infância inteira e na minha adolescência, que aí já não era com gosto... mas na infância inteira nós íamos passar férias no sertão. A gente viajava junto, a família inteira, o pai, a mãe e aquela reca de meninos. A gente ia até Jaguaruana de ônibus, meu pai fretava um carro até a beira do rio. Se desse passagem no rio, a gente seguia de carro até o lugar que chama-se Perereca, um pequeno distrito de Jaguaruana, nome de um riozinho intermitente que tem por ali. Se não desse passagem, a gente atravessava o rio na canoa e de lá meu avô mandava uma carroça, um carro de boi ou a gente ia a cavalo. Então todo ano a gente ia passar férias no sertão. No mínimo três meses no ano. As férias de julho, com aquele sertão quente, sabe? E também os meses de dezembro e janeiro.

Na adolescência, quando eu tinha 14 anos mais ou menos, ai eu já não... foi uma época em que tudo que tivesse a ver com sertão... sabe? Aquela coisa da rebeldia, era a negação de tudo, o sertão pra mim era o fim da picada. Podia tar com a minha turma ouvindo rock pesado, ouvindo Led Zeppelin etc. Ir pro sertão, cara? Terrível. Me lembro de uma vez, a gente tinha uma vitrolinha portátil de pilha e eu ainda levei, levava meus discos, levava meus livros.

Como começou a tua relação com a cultura popular?

Pra você ver né, foi a universidade que me fez fazer essa ponte. Quando eu fazia letras a gente fez uma disciplina sobre Narrativas Infantis Portuguesas e, de repente, quando eu comecei a ler aquelas histórias de Trancoso, eu tive contato com o texto escrito de algo que eu já conhecia na minha infância. Então eu passava férias no sertão. Me lembro da minha tia avó Teta comigo no colo contando histórias que eu, na minha ignorância, achava errado e fazendo letras eu fui descobrir que era um português arcaico belíssimo, que se mantém vivo no sertão ainda hoje pela boca dos velhos. Isso pra mim não é uma coisa apenas racional, passado por estudo, leitura etc e tal, mas algo da minha própria vivência, da minha própria história. Então não é uma fonte erudita. Quer dizer tem a fonte erudita, me sinto privilegiada por isso, porque eu tive acesso. O fato de fazer letras, de gostar de ler, me deu todo um ferramental e a vida me fez perceber que eu também tinha uma outra fonte, outra voz com um sabor querido maravilhoso que me impregnou. Esse barato de ouvir, contar histórias vem desses tios-avós, desses velhos.

Como entrou na Comunicação?


Cara, foi o seguinte, tava trabalhando na rádio, uma vidazinha tranqüila. Papai foi me visitar, nesse tempo eu tava casada, e meu pai me disse assim: “Por que você não volta a estudar? Se não você encrua”. Ele disse que não lembra disso. Pra mim aquilo bateu feroz. Tava boazinha a vida e quando papai me falou isso me deu uma... Nesse tempo, eu fui trabalhar no Diário do Nordeste como revisora. Lá foi meu contato com o jornal. Cara, eu via os textos... não tinha como você revisar, porque era um defeito de fabricação total. Ai eu digo: “não, quero escrever”. Aí teve uma puta duma greve, grande greve dos jornalistas em Fortaleza. Movimento Forte. Em 88. Ai eu me lembro que um dos chefes lá do Diário já veio me cooptar. “Você está em qual semestre?”. Já queria me botar na redação. “Nenhum, eu sou formada em Letras”. Aí eu não pude entrar na redação. Graças a Deus, imagina? Que estréia mais horrível. Mas isso ai me deu uma idéia, até porque eu tinha percebido que revisor era um cargo em extinção. Era uma salinha lá... no fundo do quintal, uma coisa sem brilho, sem elã. Juntou tudo isso ai. Ai meu irmão me emprestou as apostilas deles, dei uma estudada, fiz o vestibular e passei.

E o texto? Você já tinha preocupação com o texto?

O meu grande mestre foi o Agostinho Gósson, porque eu cheguei na comunicação me sentindo, né? Eu sempre escrevi e sempre lia muito. Tinha um texto legal e tal. E a disciplina do Agostinho é justamente sobre a prática da redação. E eu crente que tava abafando e ele: “Não! Tá uma porcaria isso aqui”. Aí ele jogava fora o texto. E eu desesperada. Eu via as pessoas assim com um texto frágil e ele dizia: “É isso, tá correto!”. O meu não. Tá tudo uma droga. Cadê o lide? Cadê não sei o quê? (risos). Foi maravilhoso isso. Eu tive dois mestres no curso de comunicação. O Ronaldo Salgado que trabalha noutro ângulo, né? Se tá todo mundo de saco cheio, então vamos para a praia. Ele é a coisa, como eu diria, dionisíaca. Mas na vida a gente precisa de tudo, né, querido? E o Agostinho foi fundamental porque ele me afiou a ferramenta. Quer escrever lindo e bonito, faça literatura, meu amor. Jornalismo é outra coisa. Você pode usar as mais variadas técnicas que você quiser, as mais diversas linguagens que você puder, para que você consiga transmitir, com vigor, da maneira mais clara e objetiva, a informação, a notícia. Mas o principal é a notícia, querido. Se você quiser usar uma técnica narrativa para seduzir o leitor, ótimo, mas não perca o foco daquilo que você quer.

E como é o processo das tuas pautas? Como é esse processo de criar, de onde elas vêm?

Bom, eu vou contar um caso para ser mais objetiva. Eu trabalhei quatro meses no jornal O Povo e fui pro mestrado. Saí do jornal. Passei dois anos maravilhosos só estudando. Muito bom! Bom demais. E, em 97, a Beatriz Furtado era editora do Vida & Arte e a Ethel de Paula foi lá em casa, perguntando se eu não queria uma vaga no Vida & Arte. Eu fui pro jornal com o objetivo de propôr uma reportagem sobre os caminhos do Conselheiro. Apresentei o projeto. A Bia topou e confiou. Nem eu mesma tinha a mínima idéia do que eu ia achar. A minha idéia era seguir o caminho do Conselheiro. É uma coisa que eu gosto de fazer. Eu gosto de reviver o passado. O passado ainda existe hoje, então eu vou atrás, saber onde ele tá. O mundo como um palimpsesto. Então eu vou atrás. O que eu tinha para esta matéria? O livro do Euclides da Cunha. Sabia do cenário, das cores. Mas os relatos são vitais. Eu li um livro, muito legal, de um escritor cearense, eu não lembro o nome. Ele é jornalista também. Nos anos 50 ele foi a Assaré e entrevistou um dos irmãos Vila Nova que foi, digamos assim, uma figura importante para os comerciantes cearenses. Amigo do Conselheiro. E ele conseguiu escapulir. Ele e a mulher e voltou para Assaré. Esse jornalista tinha feito o livro com as memórias dele. Honório Vila Nova. Aí eu fui começando a ligar as coisas que eu ia achar. A idéia era ir para Quixeramobim atrás da família Maciel. O pessoal do curso de história da UECE tinha descoberto, em Guaraciaba do Norte, um senhor que se dizia neto do Antônio Conselheiro. Então vamos bater em Guaraciaba do Norte. Em Assaré, eu ia atrás dos rastros dos Vila Novas. E depois eu ia pra Bahia, para Canudos.

A Bia topou e o jornal bancou esse negócio, cara. Claro que na época era melhor, 97 era um ano que tinha grana. A reportagem foi feita em dois momentos. Em julho, eu passei 10 dias pelo interior do Ceará. Primeiro em Quixeramobim, onde conheci o seu Marcílio Maciel. A mãe dele ainda era viva, a velha já caducando. Eu ainda tenho hoje esse material todo. Entrevistei o Patativa, que tinha um soneto belíssimo, perfeito, em versos perfeitos, tão perfeito quanto um poema de Camões. E fui atrás do Vila Nova. Olha, só a leitura é pouco. A gente tem que contar com a sorte, com a intuição. E um pouco você ir no faro das coisas. É bom contar com a ignorância também porque ela é reveladora. Você tem que ir atrás das coisas. Aí pedi para o Amaral, o motorista, para ele parar no cemitério. Porque quem eu vim atrás tá aqui. Quando eu chego no cemitério, logo na entrada, tinha um mestre de obra fazendo um jazigo perpétuo da família Vila Nova. Meu senhor, de onde é isso? Ele disse: “A encomenda é do cartório lá”. A gente saiu e foi bater no cartório. E a cartorária lá nos atendeu. Ela era simplesmente a neta do Honório Vila Nova. Quer dizer, é sorte, querido. Pronto. Achei um Vila Nova. E lá em Guaraciaba achei um que se dizia neto do Antônio Conselheiro. Que também foi uma figura, um velho ferreiro. A entrevista foi na porta, um cara já bem velho.

Quer achar coisas, em qualquer lugar, vai numa bodega, fala com um mototaxista, esse povo é antenado de tudo, criatura... posto de gasolina... A gente parou no posto de gasolina para pedir uma informação. O dono do posto era filho da senhora que eu tava atrás. Pronto. Taí! Né sorte? E depois, dez dias no interior do Ceará, voltei com esse material. No mês seguinte, mais 10 dias. Nós fomos até Canudos de carro. Eu, o fotógrafo Cláudio Lima e o Amaral. Canudos, Monte Santo, Uauá. Foram 10 dias na Bahia, atrás do rastro do Conselheiro. E com isso aí, eu fiz esse material que saiu exatamente no último dia do Belo Monte, 100 anos depois. Cinco de outubro com dois Vida & Arte. Um normal, com Sônia Pinheiro e tudo. E outro Vida & Arte sem nenhum anúncio, só com o editorial da Bia e minha matéria e mais nada. Foi muito legal fazer esse caderno. Essa reportagem foi o primeiro lugar na ACI [Associação Cearense de Imprensa], do ano de 1997. Foi aí que eu descobri mais ou menos um estilo, um modo meu de trabalhar que eu gostei de trabalhar. Mas não tem nada de novo aí. Eu é que gosto de trabalhar assim. Pego uma citação boa e vou costurando as coisas.

E não parou mais depois disso?

Não parei mais de bordar, querido. Eu sou uma bordadeira. Eu acho que tenho um ouvido bom. Eu tenho uma boa mão pra cortar, para encaixar e editar. Qual a habilidade que eu acho mais legal em mim, no trabalho que eu faço. É claro que em uma conversa, você não vai tirar do jeito que tá aí. A conversa é cheia de idas e vindas. Como é que você pode pegar uma fala e transformar num texto de uma maneira tal que ler é quase como escutar aquela pessoa falando. Eu não posso tirar e colocar igual ao que eu ouvi, eu tenho que editar. Eu comecei a falar uma coisa aqui, aí interrompi, então eu edito. Dou uma coerência e ponho algumas pontuações da fala de maneira tal que quem ler aquilo pensa que é daquele jeitinho, parece que eu tô ouvindo. Mas tem umas falas que são tão maravilhosas, que eu não vou conseguir fazer. A boniteza tá ali. Como por exemplo o Zé do Mestre lá em Salgueiro me falou: “Sou feliz de ser eu”. Ora mais, eu podia passar duas páginas desdobrando essa idéia. Essa frase ela diz tudo, né? “Sou feliz de ser eu”. Pronto! Tá aí. Fantástica. Eu faço essa edição, faço minha costura.

Qual a importância da viagem para você?

A viagem é fundamental. O negócio é viajar. De qualquer maneira. A melhor, ou pelo menos uma muito boa, é pé na estrada. Eu prefiro viajar na estrada do que na estrada virtual, que também é ótima. Eu acho uma delícia. Começo a entrar em site de revistas literárias. Em espanhol ou português. Aí eu vou pra uma e depois vou pra outra. Chego na Guatemala. É maravilhoso. Mas nada, nada, nada, nada melhor do que cair na estrada.

E a viagem pro jornalismo?

Para o jornalismo é fundamental. No caderno do São Francisco, que a gente fez, eu cheguei na chefia e propus... Eu sabia que ia haver o caderno sobre o São Francisco e que ia fazer o percurso do rio. Se por um acaso fosse eu fazer o percurso do São Francisco, eu ia fazer outra coisa também, né? Então, pelo preço de uma viagem, eu faria duas, porque era o cinqüentenário do Grande Sertão: Veredas. Eu já ia para aquelas bandas dali. É a forma de você fazer alguma coisa no jornal. Então eu fui lá, atrás das histórias ao longo daquele rio. Nada de políticos. O jornalismo tem que ter isso também. É a parte que eu acho mais legal e onde a gente pode inventar mais. O inventar que eu digo é ficar mais solto, ficar mais livre, cultivar mais o texto, sem ter que se preocupar muito com os números. Eu gosto da subjetividade. E ainda bem que no jornalismo, ainda há um espaço para poder fazer isso. Sempre vai haver. Sempre vai ter espaço para um negócio mais demorado. Se não for no papel, porque tá caro, em outro suporte cabe. E esse ritual é maravilhoso, porque é caminho que você tem que percorrer. Quando o jornal de papel acabar, vamos fazer viagens em outros cantos. Eu realmente gosto demais de viajar. Ainda bem, porque é minha alternativa no jornalismo. Porque esse negócio bem objetivo não dá. Não dá. Eu gosto mesmo é de chão. Sempre vai sobrar alguma história.

Queria perguntar como é a tua relação com a própria Fortaleza. Por que apesar de você ter uma completa paixão pelo sertão, você tem uma forte ligação com o urbano. Como é isso?


Eu tento todo esse lance com o sertão e é incrível como trabalhando com estes temas, constroem de mim a imagem de uma figura sertaneja. Eu até gosto disso. Eu até acho isso legal. Mas a minha cidade, a onde eu me reconheço, a onde eu me vejo é esta daqui. Não é Jaguaruana. É como eu te falei, eu não tenho ligação com a cidade de Jaguaruana. A não ser umas imagens fugazes, né? Mas a minha cidade é Fortaleza. Quando eu tinha 12 ou 13 anos, eu comecei a gazear aula. Pegava o ônibus de um bairro que eu não conhecia, ia até o fim da linha e voltava. Eu rodava, três ou quatro vezes no Circular, dentro da cidade.

O natal era na casa da minha avó. Era lá o natal da família. Mas na véspera de natal, antes da ceia na casa da vovó, o passeio da família suburbana, na década de 70, era ir pro centro da cidade ver as vitrines coloridas da Praça do Ferreira. No parque da criança, sempre tinha um parque armado, aí a gente podia brincar nos brinquedos ou com aqueles carrinhos, com o trem fantasma, aí tinha a maçã do amor. Depois você pegava o ônibus elétrico na Bezerra de Menezes e ia para a casa da vovó. Minha paixão é pela cidade toda. É a minha memória.

Você ainda hoje anda de ônibus...

Claaaaaaaro. É fundamental para jornalista, querido. Andar de ônibus é fundamental. De ônibus e de topic. Eu tenho umas idéias ótimas lá. Você ouve cada história, entendeu? É bom porque você vê a cidade. É diferente de você estar dirigindo, prestando atenção. Eu não sei dirigir nem bicicleta, querido.

Tudo isso que você fala parece mais uma Fortaleza antiga? Existe admiração por essa cidade de prédios?


Eu adoro vê-los. Cara, são muito lindos. Eu falei mais dessa coisa bucólica, mas eu gosto de toda ela. A vista daqui desse paredão da rua onde eu moro é maravilhosa. Esse prédio daqui da frente, todo dia eu descubro uma coisa nova. Aqui tem um apartamento com uma biblioteca maravilhosa. É uma janela que dá para ver bem daqui. É uma biblioteca linda. Todo dia eu fico espiando, nessa coisa meio voyeur. É até bom não saber direito... Eu fico imaginando: o que é aquilo? Mais adiante dá pra ver o povo fazendo churrasco. Aqui do lado uma coisa mais sofisticada, uma coisa chique. E do outro tem o Campo da América, que é povo fritando lingüiça, logo bem aqui do lado. O grande barato do Meireles é porque aqui eu tenho, ao alcance dos olhos, a cidade na sua diversidade total. Tem o lado chique, tem o mar, tem a montanha bem ali, tem o sertão, tem o Campo do América, tem uma comunidade bem aqui que faz o maior fuá. É uma coisa divertidíssima durante a Copa do Mundo.

Jornalista é um voyeur?

Ah sim. É claro que é... (silêncio)

Qual a importância disso?


É um voyeur... O voyeur é curioso. Quando você me fala de voyeur, a primeira palavra que me vem é: o que você olha? Se você olha, você quer saber. Essas duas coisas. Nessas duas patas dá pra sustentar um bom repórter. Tem que ser curioso. A gente não deve se contentar com o nosso saber. Às vezes saber muito é bom, é ótimo, mas gente não pode desprezar o poder da ignorância. A ignorância no sentido de não conhecer. De você sempre achar que tem algo a conhecer. É esse sentido que eu tou falando da ignorância. Sempre tem algo a conhecer e saber.

Eu acho que já tem um mocotó esperando a gente...

***
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Henrique Araújo - Grupo TR.E.M.A
 

êita mulher arretada!

Henrique Araújo - Grupo TR.E.M.A · Fortaleza, CE 20/10/2006 10:49
1 pessoa achou til · sua opinio: subir
Felipe Gurgel
 

Eleuda é demais. Uma escola =)

Felipe Gurgel · Fortaleza, CE 20/10/2006 16:18
1 pessoa achou til · sua opinio: subir
Raquel Gonçalves - Grupo TR.E.M.A.
 

Admiração é a palavra. A apuraçãofoi uma aula mesmo....

Raquel Gonçalves - Grupo TR.E.M.A. · Fortaleza, CE 21/10/2006 18:40
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Eleuda é também uma amante dos gatos...

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