"Você está por fora, Caetano. Veja o programa do Roberto Carlos. Ele é que é forte. O resto está ficando um negócio chato, tão chato que prefiro cantar músicas antigas. Largue esse violão e cante com uma guitarra. O violão é muito pouco para você! Escolha um instrumento que tenha o mesmo grito, que tenha o seu gesto".
De Maria Bethânia para seu irmão Caetano Veloso, ano de 1967 (CALADO, Carlos, Tropicália: A história de uma revolução musical, Editora 34). Citação encontrada na internet e obviamente de veracidade questionável. Não cabe a mim investigar nada e a preguiça também não colabora. Ficamos na dúvida por fim.
Sobre o Ãlbum
Eu não sei bem o que Caetano pensa hoje sobre esse disco, nem sei direito o que ele pensava quando o lançou em janeiro de 1968. Já ouvi dizer ou li em algum lugar sem importância, que foi, para ele, o mais próximo que podia produzir do que foi sugerido por “Terra em Transeâ€, de Glauber Rocha lançado em 1967. Provavelmente também foi o mais próximo que ele pode condensar do que foi mostrado pelo “Sgt Peppersâ€, dos Beatles, pelo “Are you experienced?â€, de Jimi Hendrix, pelo “Piper at Gates of Dawn†do Pink Floyd ou pelo “Pet Soundsâ€, dos Beach Boys. Esses discos, suas experimentações, instrumentos inusitados e guitarras elétricas a todo vapor, influenciaram naturalmente a nova estética adotada por Caetano e pelos tropicalistas (em especial Os Mutantes), assim como o fez a bandinha de pÃfano de Caruaru, Jackson do Pandeiro, Luiz Gonzaga, Vicente Celestino e toda cultura popular brasileira. As cabeças estavam realmente piradas, não há dúvida; surgia a vontade de misturar tudo, de mesclar isso com aquilo, de devorar das mais diversas influências. As idéias de Oswald de Andrade estavam mais atuantes do que nunca. Antropofagia era a palavra da vez, a atitude da vez. Mas os nomes haviam sido substituÃdos. Ao invés de Oswald, Mário de Andrade, Pagu ou Tarsila do Amaral; tÃnhamos Gilberto Gil, Torquato Neto, Gal Costa, Rogério Duprat e Tom Zé. TÃnhamos Caetano e toda a caretice de “Domingoâ€, seu primeiro disco gravado juntamente com Gal Costa, podia ser esquecida. Aqui temos outro Caetano. Nada de violãozinho na mão brincando de João Gilberto e cantoria simples, bem modada e retrógrada, onde todas as canções soam como uma só. Nada disso. Aqui temos a tropicália, temos a brincadeira. Nada de Bossa Nova, nada de Jovem Guarda. Ou melhor, um pouco de cada coisa; tudo misturado num acorde só. Aqui temos uma proposta nova, uma estética nova. E como tudo que é novo, choca por si só. Não precisa de adornos ou caraminguás para isso. A tropicália faz dela por ela mesma, não precisa de idiota algum para dizer isso.
Ainda assim, venho aqui para dizer e voltando ao que não sei, também não sei o que os crÃticos musicais da época escreveram e falaram sobre esse disco, afinal são poucos os detalhes históricos que conseguem perpassar os anos, sem serem esquecidos em algum dado momento. Provavelmente os mais conservadores devem ter criticado levando em conta o sentido negativo da palavra. Devem ter se chocado facilmente, acostumados ao que era produzido no Brasil até então. Muitos dos jovens ditos engajados também não viram a tropicália com bons olhos. Associavam o Rock and Roll com imperialismo e não aceitavam sua introdução na música popular brasileira. Quase armoriais de tão púdicos. Hoje ninguém se choca mais e os crÃticos terminam por ser excessivamente ufanistas e... apenas isso, o que é mais perigoso. Não os levem a sério e falo sobre mim também. Somos um bando de pretensiosos sem noção alguma. Mas, continuamos mesmo assim. Na verdade, a maioria das pessoas em 1968 não deve ter entendido nada. Nada do que fazia Caetano, nem Duprat, nem Os Mutantes, nem Tom Zé. Assim como não entendiam nada do que Glauber Rocha queria dizer. Até hoje, muitos não entendem. Manter um nÃvel intelectual dentro de uma sociedade como a brasileira termina por se tornar elitista invariavelmente. Foram poucos os que conseguiram romper essa barreira e se tornar “cabeça†e popular ao mesmo tempo. Chico Buarque que o diga. Mas isso não importa. A culpa não é do artista. Esse disco, intitulado só como “Caetano Veloso†mostra para o que veio desde a capa produzida pelo artista gráfico Rogério Duarte. Seria um quadro qualquer, extremamente colorido, de uma mulher seminua e um dragão, senão fosse pelo rosto de abuso de Caetano que surge quase como uma colagem em meio a isso. Agora pensando bem, acho que se trata de um espelho para quem olha de frente o vinil. É o primeiro registro tropicalista. Lançado meses antes do disco-manisfesto “Tropicália ou Panis et Circensesâ€. Meses antes de Gilberto Gil ou Tom Zé ou Duprat lançarem seus também discos tropicalistas. Caetano estava um passo a frente, estava com a cabeça afundada dentro da nova estética ainda que muitos digam que ele simplesmente aproveitou o momento histórico e que a tropicália aconteceria do mesmo jeito com ou sem sua presença. Nunca iremos saber, nunca iremos chegar em um denominador comum partindo dessa discussão infundada. Esse pode não ser o disco mais tropicalista, mas é o primeiro e isso deve ter algum valor histórico. É dele que partem as sugestões, as loucuras que viriam a se concretizar posteriormente nas mãos e vozes dos mais diversos artistas. É como se fosse a fonte brasileira que dá os primeiros suprimentos para o surgimento de uma floresta. Depois a fonte pode até ser esquecida, afinal a floresta já tem vida própria e produz novas fontes muito mais interessantes. Sem dúvida, esse não é o melhor, nem o disco mais tropicalista. Mas é o primeiro e isso deve ter algum valor histórico.
Sobre as músicas
1. Tropicália (Caetano Veloso)
2. Clarice (Caetano Veloso e Capinam)
3. No dia que eu vim-me embora (Caetano Veloso e Gilberto Gil)
4. Alegria, alegria (Caetano Veloso)
5. Onde andarás (Caetano Veloso e Ferreira Gullar)
6. Anunciação (Caetano Veloso e Rogério Duarte)
7. Superbacana (Caetano Veloso)
8. Paisagem útil (Caetano Veloso)
9. Clara (Caetano Veloso)
10. Soy loco por ti América (Gilberto Gil, Capinam e Torquato Neto)
11. Ave Maria (Caetano Veloso)
12. Eles (Caetano Veloso e Gilberto Gil)
“Quando Pero Vaz de Caminha descobriu que as terras brasileiras eram férteis, escreveu uma carta ao rei: Tudo que nela se planta, tudo cresce e floresce. E o Gaus da época gravou...†Tropicália (a música) começa com a improvisação do baterista Dirceu fazendo uma alusão à carta de Pero Vaz de Caminha e alguns sons bem estranhos acompanham sua jornada. E só para constar, ‘Gaus’ era o técnico de som do estúdio onde o disco estava sendo gravado. Essa música não poderia começar de outra maneira, afinal no jogo de referências a que se propõe, o ponto de partida só poderia ser este. E esse é um disco muito referencial. Sejam os heróis sob uma base de ironia em “Superbacana†ou a pseudo-imitação da pronúncia vocal de Nelson Gonçalves em “Onde Andarásâ€. Obviamente só sei disso porque li em algum lugar sem importância, afinal eu nunca ia saber que Caetano estava fazendo referência à pronúncia vocal de Nelson Gonçalves em qualquer música que fosse. Faça-me favor. Eu só noto uma pronúncia vocal estranha de fato. Por sinal, uma música de Ferreira Gullar e Caetano Veloso, em teoria, só poderia chamar a atenção. Só em teoria mesmo, porque “Onde andarás†passa quase que despercebida. Quando não é passada de propósito. E sinceramente não sei o que é pior. A música tem algo de sujo que atrapalha o entendimento da letra e convenhamos que a letra não é lá essas coisas. Mesmo que fosse uma música limpa, não Ãamos ter muito o que escutar. Falemos de outras músicas então. “Superbacanaâ€, por exemplo. Essa é uma canção divertida pacas, uma metralhadora referencial e imagética, que só tem como problema o fato de ser curta demais. É a mais curta de todo disco. Tudo bem que algumas más lÃnguas dizem que enjoam fácil dela. Eu, particularmente, acho difÃcil de enjoar. E eu poderia cair naquele trocadilho péssimo e chamar a música de superbacana, mas eu resolvi me conter dessa vez. O humor refinado desses versos não merecem isso. Nem eu. Nem vocês. Quer dizer, vocês eu não sei.
Voltando a Tropicália, é importante dizer que essa canção, assim como Alegria, Alegria, possui uma nostalgia inerente a ela e maior do que podemos enxergar em um primeiro momento. Trata-se de uma nostalgia tão grande, e ao mesmo tempo tão melancólica, que atinge perfeitamente até os que não viveram a época em que tais músicas foram lançadas. É possÃvel escutar os versos e sentir cada detalhe do final da década de sessenta; essas duas músicas, em especial, parecem conseguir recriar, reproduzir sozinhas todo o ano de 1968. E todo clima. Além de nos provocar uma saudade do que não vivemos, da geração o qual não fizemos parte, mas que ainda assim nos aproximamos naturalmente. Essas duas músicas não possuem todo teor polÃtico e dramático de Geraldo Vandré, ainda que possuam seu próprio tom quanto a posições polÃticas. Há uma leveza lançada através de imagens e idéias, uma atrás da outra, sem cessar. E talvez esse bombardeio não seja conseqüência apenas da estética das canções, mas sim do fato de sermos crias da Geração Videoclipe que transforma todos os sentidos em produtos imagéticos. Tropicália e Alegria, Alegria fazem uma incrÃvel diferença no conceito (e na qualidade) do disco com um todo. Não só por serem os sÃmbolos da estética recém nascida e já quase morta que Caetano buscava. Não só por isso. Essas duas músicas surgem como um desvio da esquerda presa a conservadorismos estéticos, ao mesmo tempo que se contrapõe à direita autoritária. Traça um caminho único, próprio. E talvez Caetano não tivesse noção disso até ser vaiado enquanto cantava “É Proibido Proibir†com Os Mutantes como banda de apoio, no III Festival Internacional da Canção.
Por outro lado, pra quem esperava que o disco tropicalista de Caetano fosse uma seqüência de músicas esteticamente coerentes à s idéias do movimento e consequentemente sem coerência alguma, pode achar “Clarice†um pouco distante da proposta. Até Caetano achava para falar a verdade. Mas não se enganem. “Clarice†não é uma música despretensiosa como parece ser. A melodia carrega uma tristeza imensa, conta a história do recato, do pudor através da inocência de uma triste garota que termina por se despir. Tudo carrega uma melancolia e um mistério. A própria música brasileira estava se despindo naquele momento histórico. O Tropicalismo era isso, era a possibilidade de ficar nu. E foi o que Clarice fez. A outra mulher do disco é “Claraâ€. É uma música curta, que não me emociona, mas que obviamente reconheço o seu valor. Na verdade, gosto de alguns momentos, principalmente a troca vocal entre Gal e Caetano e algumas quebras de ritmo, mas a repetição de um mesmo nome várias vezes sempre me irritou. E com Claaaara, Claaaara, Claaaara não poderia ser diferente. Temos ainda Maria, em “Anunciação†e em “Ave Mariaâ€. A primeira tem uma letra boa, realmente boa mas que terminou encaixada numa melodia de qualidade duvidosa. E novamente tem a repetição irritável várias e várias vezes: Maaariaaa, Maaariaaa. Já a segunda é o tipo de música que não muda a vida de ninguém, mas que tem uma melodia que me agrada por algum motivo o qual não saberia explicar direito. De qualquer maneira, não merece mais comentários. Vamos adiante. Falemos de “Soy loco por ti, América†agora. Não sei de onde surgiu meu abuso para com essa música. Provavelmente da abertura da novela. Só pode. É difÃcil uma música se tornar tema de novela e depois não se tornar odiada por metade da nação. Ninguém agüenta escutá-la todo dia. E isso se aplica pra quem assiste e pra quem não assiste à novela. Porque invariavelmente alguém estará assistindo e invariavelmente você vai terminar escutando. E escutando. E escutando. E escutando. Caetano cantando não convence. Misturando espanhol com português fica mais tosco ainda. Essa música é brega. Brega. Brega até dizer basta e algumas pessoas ainda vêm dizer que é tropicalista pra burro, que é uma homenagem a Che Guevara que havia morrido no ano anterior, que proclama a revolução comunista na América Latina. Poupem-me. Está muito mais pra Carmem Miranda do que qualquer outra coisa. E que se dane Che Guevara, a pseudo-revolução e essa música. Não me importo, vamos adiante.
Na seqüência ilógica da minha cabeça surge “No dia em que eu vim-me emboraâ€, uma canção meio autobiográfica que ultrapassa os limites da história pessoal de Caetano ou Gil. Da história pessoal do tal “eu-lÃrico†seja lá quem ele for. A autobiografia nesse caso é a biografia de meio mundo de pessoas. Não estou chamando de clichê, apenas de comum. É uma música que se sustenta no silêncio e no não-dito de seus personagens. A mãe, a irmã, o pai... o próprio Caetano que já não sabe o valor dos sonhos que sonha e não tem mais a certeza sobre os caminhos que escolhera a trilhar. E quantas vezes questionamos nossas atitudes enquanto as construÃamos? Isso é o tipo de coisa que acontece o tempo todo. Vamos caminhando vagarosamente. “Paisagem Útil†é uma música interessante, parece dar todo tom de uma canção qualquer, até que mostra saÃdas criativas tanto na letra como no ritmo. No laço que os une. É uma pintura impressionista e surrealista, pintada através de olhos incomuns, mas extremamente sensÃveis. Há algo de surreal impresso numa realidade sugestiva, uma dança sem sentido de Monet com Salvador Dali. Por fim, temos a última música do disco: “Elesâ€. Trata-se do grande momento tropicalista. Não é tão famosa quanto à s irmãs "Tropicália" e "Alegria, Alegria", mas segue a mesma estética e a leva ao ponto que precisa. Experimentação na medida. CrÃtica polÃtica na medida. Melodia na medida e Mutantes nos instrumentos pirando. E pirando. E pirando. Tem um clima sombrio, uma guitarra descompromissada e ótima; é um dos melhores momentos do disco e da estética tropicalista em si. Até na falta de rima a música se excede. Caetano não podia fechar melhor sua obra. E como ele mesmo diz, Os Mutantes são demais.
Documentação extra:
• Contracapa do disco – Caetano Veloso
Que maravilhoso paÃs o nosso, onde se pode contratar quarenta músicos para tocar ‘um’ unÃssono.(Miles Davis, durante uma gravação).
Antes havia Orlando Silva & flautas e até mesmo no meio do meio dia. Antes havia os prados e os bosques na gravura dos meus olhos. Antes de ontem o céu estava muito azul e eu e ela passamos por baixo desse céu, ao mesmo tempo com medo dos cachorros e sem muita pressa de chegar do lado de lá.do lado de cá não resta quase ninguém. Apenas os sapatos polidos refletem os automóveis que, por sua vez, polidos, refletem os sapatos assim per omnia até que (por absoluta falta de vento) tudo sobe num redemoinho leve, me deixando entrever um resto de rosto ou outro, pedaços, amém. Marina sabe a história do pelicano etc. etc. o peito aberto e rasgado etc. etc. mas que nada: quando a gente não tem nenhuma necessidade de ir para os States não há mesmo mais esperança. Eu gostaria de fazer uma canção de protestos de estima e consideração, mas essa lÃngua portuguesa me deixa rouco. Os acordes dissonantes já não bastam para cobrir nossas vergonhas, nossa nudez transatlântica. E, no entanto, Ele é um gênio: quem ousaria dedicar este disco a João Gilberto? Quantos anos você tem? Como é que você se chama, quando é que você me ama, onde é que vamos morar? Os automóveis parecem voar, os automóveis parecem voar por cima (mas mais alto que o Caravelle) dos telhados azuis de Lisboa, dos teus olhos, dos mais incrÃveis umbigos de todas as mulheres em transe, dos teus cabelos cortados mais curtos que os meus, meu amor, porque eu não quero, porque eu não devo explicar absolutamente nada.
P.S.: Gil, hoje não tem sopa na varanda de Maria.
• Caetano Veloso, em 1968, no III Festival Internacional da Canção após ser vaiado, enquanto cantava "É Proibido Proibir"
Mas é isso que é a juventude que diz que quer tomar o poder? Vocês têm coragem de aplaudir, este ano, uma música, um tipo de música que vocês não teriam coragem de aplaudir no ano passado! São a mesma juventude que vão sempre, sempre, matar amanhã o velhote inimigo que morreu ontem! Vocês não estão entendendo nada, nada, nada, absolutamente nada. Hoje não tem Fernando Pessoa. Eu hoje vim dizer aqui, que quem teve coragem de assumir a estrutura de festival, não com o medo que o senhor Chico de Assis pediu, mas com a coragem, quem teve essa coragem de assumir essa estrutura e fazê-la explodir foi Gilberto Gil e fui eu. Não foi ninguém, foi Gilberto Gil e fui eu!
Vocês estão por fora! Vocês não dão pra entender. Mas que juventude é essa? Que juventude é essa? Vocês jamais conterão ninguém. Vocês são iguais sabem a quem? São iguais sabem a quem? Tem som no microfone? Vocês são iguais sabem a quem? Àqueles que foram na Roda Viva e espancaram os atores! Vocês não diferem em nada deles, vocês não diferem em nada. E por falar nisso, viva Cacilda Becker! Viva Cacilda Becker! Eu tinha me comprometido a dar esse viva aqui, não tem nada a ver com vocês. O problema é o seguinte: vocês estão querendo policiar a música brasileira. O Maranhão apresentou, este ano, uma música com arranjo de charleston. Sabem o que foi? Foi a Gabriela do ano passado, que ele não teve coragem de, no ano passado, apresentar por ser americana. Mas eu e Gil já abrimos o caminho. O que é que vocês querem? Eu vim aqui para acabar com isso!
Eu quero dizer ao júri: me desclassifique. Eu não tenho nada a ver com isso. Nada a ver com isso. Gilberto Gil. Gilberto Gil está comigo, para nós acabarmos com o festival e com toda a imbecilidade que reina no Brasil. Acabar com tudo isso de uma vez. Nós só entramos no festival pra isso. Não é Gil? Não fingimos. Não fingimos aqui que desconhecemos o que seja festival, não. Ninguém nunca me ouviu falar assim. Entendeu? Eu só queria dizer isso, baby. Sabe como é? Nós, eu e ele, tivemos coragem de entrar em todas as estruturas e sair de todas. E vocês? Se vocês forem... se vocês, em polÃtica, forem como são em estética, estamos feitos! Me desclassifiquem junto com o Gil! Junto com ele, tá entendendo? E quanto a vocês... O júri é muito simpático, mas é incompetente.
Deus está solto!
Fora do tom, sem melodia. Como é júri? Não acertaram? Qualificaram a melodia de Gilberto Gil? Ficaram por fora. Gil fundiu a cuca de vocês, hein? É assim que eu quero ver.
Chega!
Na real Caetano e Gil agora sao dois Zé bun....nha.
j.alves · São Paulo, SP 18/8/2006 22:03admiro demais a estrutura iconoclasta que foi desenhada pela tropicália.essa iniciativa muito mais conceitual que estética ajudou muito a trilhar novos rumos pra música brasileira, mesmo durando tão pouco. ponto também para glaúber rocha e hélio oiticia, grandes alimentadores do intelecto desses tropicalistas. texto importante rodrigo! abraço.
rodrigo édipo · Olinda, PE 19/8/2006 00:16muito bom texto, rodrigo. Parabéns!
Mariana Reis · Olinda, PE 20/8/2006 18:33
Legal!
Muito do que escreveste eu senti e muitas outras apurei, descobri.
Como na música de Arnaldo Antunes.
"Seu olhar melhora o meu" e o seu ouvido também.
Paisagem Útil é uma das músicas que eu mais gosto do disco. No começo, ela não soava lá muito bem e ainda me pergunto porque, mas foi só uma má impressão de primeira audição mesmo.
Rodrigo Almeida · Recife, PE 23/8/2006 07:56Clarice é linda, linda, linda... Minha predileta.
Helena Aragão · Rio de Janeiro, RJ 23/8/2006 12:10Tem muita coisa nesse texto com a qual não concordo. Mas a questão aqui não é levantar a minha opinião contra a do autor. A questão é elogiar a crÃtica, bem feita e embasada, de um dos discos cruciais da MPB (se bem que eu prefiro a fase do Caetano no exÃlio, com o 1971 e o Transa).
Daniel Cariello · BrasÃlia, DF 23/8/2006 16:36Eu também prefiro a fase de Caetano no exÃlio. Mas terminei ficando super curioso em saber em quais pontos, você não concorda, por uma amiga minha e eu tivemos um debate caloroso, quando ela leu o texto. Sou novo aqui no overmundo, num tem uma espécie de sala de debate aqui não? seria interessente pode debater as idéias.
Rodrigo Almeida · Recife, PE 23/8/2006 19:32A sala de debate é esta aqui Rodrigo! ab
Rodrigo Teixeira · Campo Grande, MS 23/8/2006 20:34
Manter um nÃvel intelectual dentro de uma sociedade como a brasileira termina por se tornar elitista invariavelmente. Adorei isso! Mto bom. E quanto a Caetano, acho q ele só veio influenciar realmente com os discos da década de 80! E Soy Loco Por Ti America era uma música de protesto sim, referindo-se a (claro) América Latina. Na novela, era usada indevidamente pq fazia trilha sonora para uma personagem q buscava o sonho na América do Norte! Uma imbecilidade sem fim que nenhum tropicalista de verdade aguentaria calado! O último disco de Chico foi o mais chato da carreira dele sem dúvida. Espero que o Caetano me surpreenda pelo menos uma última vez. E digo o mesmo de Gil! fuii
Fico também querendo conhecer as "discordâncias" do Daniel Cariello... E gostaria que o Rodrigo Teixeira explicasse porque não tem dúvida que o último disco do Chico "foi o mais chato da carreira dele"
Fico pensando também se não está na hora da gente supreender Caetano e Gil... Diante de várias canções de Noites do Norte e de Livro, ou diante do rigor tropicalista-no-poder do show Eletracústico, tanta coisa que todo mundo incensa como supreendente me parece tão menos surpreendente... Sei que minha opinião é suspeita...
Acho que um valor do texto eh ter feito uma critica super pessoal e mesmo assim ser interessante, ser bom e estimulante. Tem um monte de coisa considerada "boa" que eu nao gosto. Estou fazendo uma lista delas. Tipo Billie Holiday e a primeira fase dos Beatles. Acho tudo chato pacas. Um pouco de ioconoclastia nao faz mal e ele equilibra isso bem.
Afora as obvias cancoes manifesto, gostei da mensao a Eles, que sempre foi subvalorizada e acho a letra e o clima indiano/psicodelico/rocknroll sensacional. A letra eh boa demais (segue colada no final), mas adoro um verso aparentemente bobo: "Tomam taxi no dia de amanha, eh q eles tem medo de dia de amanha". Tao simples e tao cheio de intencao e significado .Sem falar no verso final, "os mutantes sao demais". Classico!
Eh a primeira vez que leio sobre ela numa critica. Por acaso comentava sobre ela ha duas semanas com o Daniel Cariello (manda ai suas discordancias).
Aproveito pra reverenciar outra de Caetano e Gil, que adoro e ninguem fala: Alfomega, do disco de capa branca. Justamente!
Abs, LM
Eles
Caetano Veloso & Gilberto Gil
Em volta da mesa
Longe do quintal
A vida começa
No ponto final
Eles têm certeza
Do bem e do mal
Falam com franqueza do bem e do mal
Crêem na existência do bem e do mal
O porão da América
O bem e o mal
Só dizem o que dizem
O bem e o mal
Alegres ou tristes
São todos felizes durante o Natal
O bem e o mal
Têm medo da maçã
A sombra do arvoredo
O dia de amanhã
Eis que eles sabem o dia de amanhã
Eles sempre falam num dia de amanhã
Eles têm cuidado com o dia de amanhã
Eles cantam os hinos no dia de amanhã
Eles tomam bonde no dia de amanhã
Eles amam os filhos no dia de amanhã
Tomam táxi no dia de amanhã
É que eles têm medo do dia de amanhã
Eles aconselham o dia de amanhã
Eles desde já querem ter guardado
Todo o seu passado no dia de amanhã
Não preferem São Paulo, nem o Rio de Janeiro
Apenas tem medo de morrer sem dinheiro
Eles choram sábados pelo ano inteiro
E há só um galo em cada galinheiro
E mais vale aquele que acorda cedo
E farinha pouca, meu pirão primeiro
E na mesma boca senti o mesmo beijo
E não há amor como o primeiro amor
Como primeiro amor
Que é puro e verdadeiro
E não há segredo
E a vida é assim mesmo
E pior a emenda que o soneto
Está sempre à esquerda a porta do banheiro
E certa gente se conhece no cheiro
Em volta da mesa
Longe da maçã
Durante o natal
Eles guardam dinheiro
O bem e o mal
Pro dia de amanhã
Que maravilhoso paÃs o nosso, onde se pode contratar
quarenta músicos para tocar um unÃssono
(Miles Davis, durante uma gravação)
Alfômega
letra e música: Gilberto Gil
1969
(Mas la no disco tinha que era dos dois: Gil e Caetano)
O analfomegabetismo
Somatopsicopneumático
Que também significa
Que eu não sei de nada sobre a morte
Que também significa
Tanto faz no sul como no norte
Que também significa
Deus é quem decide a minha sorte
Hermano tenho certeza q é o mais chato de Chico pq está foi a minha impressão ao escutá-lo. Depois de tanta espera o Chico veio com um disco q soa como Guinga, com valsas-sambas em que ele imita ele próprio sem acrescentar nada, letras muito pouco melodicas e as canções melhores são as que estão ligadas ao teatro. Eu já escutei quase tudo de Chico e este disco é chatos pacas PARA MIM. Teria de escrever um artigo sobre isso para aprofundar mais...
E tudo bem, pode-se achar q os últimos trabalhos de Caetano e Gil são surpreendentes, isso é questão de gosto mesmo, não dá para discutir. Mas o Eletroacústico do Gil é uma reciclagem da reciclagem que do que ele faz muito bem desde sempre.
A questão de surpreende-los ai eu concordo. Os novos realmente estão aà para supreender os velhos. É a lei natural da vida mesmo. Estão aà para colocar no foco da música brasileira outras referencias que não seja da Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo. Mas a miopia é muito grande. Eu só posso dizer que tem muita coisa surpreendente pelo Brasil inteiro. Inclusive no Mato Grosso do Sul para a grande SURPRESA da maioria. ab
Tem muita coisa surpreendente pelo Brasil inteiro sem dúvida e talvez aqui pelo overmundo seja um caminho de conhecer tais coisas, porque as vezes fica tão impregnado na própria região que termina que os 'de fora' continuam 'por fora'.
Pra falar a verdade, eu conheço pouco das coisas recentes de Chico, Caetano e do Gil, até por receio de ouvir - na medida do possÃvel - e descontruir uma imagem boa que eu tenho deles (e talvez essa seja a intenção mesmo... ou não). De qualquer modo, vou procurar desfazer esse meu 'puritanismo contemporâneo' e quem sabe depois não escrevo um outro texto e talz...
E... muito bom o debate. =]
e ahhh... Luiz, eu gosto bastante de 'Alfômega' e até poderia relacioná-la esteticamente com 'Eles'... me soa bastante oq ue Walter Franco fez depois. Mas comento isso tudo especificamente em um outro momento.
Grande Rodrigo, sobre a questão da "reciclagem da reciclagem", eu particularmente gosto disso. Se a gente não souber "reciclar" vai ser muito difÃcil viver nesse mundo conectado, em que praticamente tudo já foi feito. Agora deixa eu fazer uma provocação, por diversão mesmo: todo mundo fala mal quando Gil, Caetano, etc. reciclam alguma coisa. Mas nunca vi ninguém por aqui reclamar quando o Gang of Four regrava todos os seus hits e lança um disco novo.
Link para o disco "novo" de regravações do Gof4..
Relendo o texto, eu percebi que a minha maior discordância com o Rodrigo é em relação a 'Soy Loco Por Ti, América'. Então vou me ater a ela.
Ao contrário do autor, gosto muito do fato de a música ser cantada em português e espanhol. Mas é claro que isso não teria maior importância se a letra não fosse muito significativa. Para mim, tão fundamental quando Alegria, Alegria e Tropicália. Assim como as duas, um retrato fiel do tempo em que foi escrita.
Gosto da mensagem que prega a união e a busca de uma identidade latinoamericana (até onde isso é possÃvel, apesar e por causa de tantas diferenças), e, em conseqüência, uma espécie de revolução, naqueles anos barra-pesada. Não dá pra esquecer que 68 foi o ano do AI 5, apesar de o disco ter saÃdo antes.
Essa frase ilustra o que estou querendo dizer: 'El nombre del hombre muerto antes que a definitiva noite se espalhe em Latinoamérica. El nombre del hombre es pueblo, el nombre del hombre es pueblo'
O fato de o ritmo ser uma espécie de salsa brasileira reforça ainda mais essa mensagem. Não diria que chega a ser comunista. Mas é claro que estou analisando com os olhos de quem vive nos anos 00, e não na década de 60.
E por fim, só pra citar mesmo, acho Superbacana chata pacas. Tem o mais chato solo de guitarra que conheço. Apesar de reconhecer que a letra é realmente boa.
Mas, mais uma vez, parabenizo o Rodrigo. Como disse o Luiz, um texto bem pessoal e, mesmo assim (ou talvez por isso mesmo) muito interessante.
Uma correção: o solo de guitarra não é em Superbacana. Mas a música continua chata mesmo assim.
Daniel Cariello · BrasÃlia, DF 25/8/2006 16:28
"Tudo bem que algumas más lÃnguas dizem que enjoam fácil dela."
Isso foi direcionado a uma amiga minha, que assim como você, Daniel, acha Superbacana uma música muito chata, chatÃssima. Eu particularmente, gosto bastante da camção, em especial da letra dela. E sobre 'Soy loco por ti America' é uma coisa extremamente pessoal, essa antipatia que descrevi no texto. O ritmo me incomoda extremamente, o modo como ele canta também e o fato de ter tocado na abertura da tal novela muitoooooooo mais. É como se a música tivesse sido resignificada, como se a letra tivesse perdido quase todo seu valor.
gosto da música ter tocado na novela - aliás nas primeiras festas que fui na vida a gente só dançava música de novela: selva de pedra, o primeiro amor, cavalo de aço (eu sou antigo!) - principalmente de ter sido música de personagem imigrante brasileira nos EUA, um fato novo (essa imigração em massa, o Brasil agora tem uma diáspora...) que muda radicalmente a psique do continente, e dá outro (re)significado para a canção (que por sinal está no Eletracústico do ministro Gil com ainda outro resignificado...)
Hermano Vianna · Rio de Janeiro, RJ 25/8/2006 17:32
1. Hermano, pensei que você fosse mais velho. Aliás, bem mais velho. Pelo jeito, nem tanto.
2. Mudança de psique, resignificado, Eletracústico... Hermano, quem está teclando? Você ou Gil? hehehe
3. Após esse momento iconoclasta, ouvi de novo a música. Também continuo achando ela chata, mas lendo a letra, consegui separá-la do ritmo latino e é belÃssima. E super forte pro ano em que foi feita. E é perfeitamente coerente com todo o projeto Tropicália. Acho que vou reconsiderá-la.
4. Alguém conhece uma música brasileira mais antiga que fale de latinidade? Mas neste senso, de uma identidade latina, com o Brasil fazendo parte da América Latina, coisa que só começou a acontecer nos anos 90 e após o Mercosul.
Abs, LM
Soy loco por ti, América
letra: Capinan
música: Gilberto Gil
1967
in Gilberto Gil em concerto
in Soy loco por ti, América
in Eletracústico
Soy loco por ti, América
Yo voy traer una mujer playera
Que su nombre sea Marti
Que su nombre sea Marti
Soy loco por ti de amores
Tenga como colores la espuma blanca de Latinoamérica
Y el cielo como bandera
Y el cielo como bandera
Soy loco por ti, América
Soy loco por ti de amores
Sorriso de quase nuvem
Os rios, canções, o medo
O corpo cheio de estrelas
O corpo cheio de estrelas
Como se chama a amante
Desse paÃs sem nome, esse tango, esse rancho,
esse povo, dizei-me, arde
O fogo de conhecê-la
O fogo de conhecê-la
Soy loco por ti, América
Soy loco por ti de amores
El nombre del hombre muerto
Ya no se puede decirlo, quién sabe?
Antes que o dia arrebente
Antes que o dia arrebente
El nombre del hombre muerto
Antes que a definitiva noite se espalhe em Latinoamérica
El nombre del hombre es pueblo
El nombre del hombre es pueblo
Soy loco por ti, América
Soy loco por ti de amores
Espero a manhã que cante
El nombre del hombre muerto
Não sejam palavras tristes
Soy loco por ti de amores
Um poema ainda existe
Com palmeiras, com trincheiras, canções de guerra,
quem sabe canções do mar
Ai, hasta te comover
Ai, hasta te comover
Soy loco por ti, América
Soy loco por ti de amores
Estou aqui de passagem
Sei que adiante um dia vou morrer
De susto, de bala ou vÃcio
De susto, de bala ou vÃcio
Num precipÃcio de luzes
Entre saudades, soluços, eu vou morrer de bruços
nos braços, nos olhos
Nos braços de uma mulher
Nos braços de uma mulher
Mais apaixonado ainda
Dentro dos braços da camponesa, guerrilheira,
manequim, ai de mim
Nos braços de quem me queira
Nos braços de quem me queira
Soy loco por ti, América
Soy loco por ti de amores
Deixo aquela pergunta clichê: a falta de um "inimigo" comum e declarado, como os militares na época da Ditadura, esfria a criatividade??
Sempre fui mais Gil que Caetano, nunca fui fã do Chico. Mas a vida continua.
Yuno,
Encaro sua pergunta muito mais como retórica, pra desenvolvermos nossas teorias e opiniões, do que como uma possibilidade de chegar a uma resposta definitiva. Um bom desafio. Então lá vai minha opinião...
Uma geração que tinha Gil, Caetano, Chico, Jorge Ben e Tim Maia, todos ao mesmo tempo e no auge, não precisaria de outros estÃmulos pra brilhar. É algo como Pelé e Garrincha no mesmo time, podia até ter uma zaga ruim, que não tinha problema.
Além disso, o Tropicalismo ia muito além de uma batalha contra a ditadura. Aliás eles conseguiram ser odiados pela direita E pela esquerda.
FInalmente, nenhum artista consegue manter um trabalho de altÃssimo nÃvel a carreira inteira. Mais difÃcil ainda quando seus trabalhos são revolucionários. Neste sentido, não dá pra revolucionar a música e a história do paÃs todo ano. Alguém perguntou a Einstein qual era a sua nova idéia e ele respondeu que não tinha, que só tinha tido uma idéia em toda sua vida.
É isso. Um abraço a todos!
LM
Que lugar maravilhoso esse daqui!
Mto bom trocar idéias com gente que pensa... e pensa tão bem!
Achei essa pág. por um acaso... no google. Agora estou centrada na minha mono, mas voltarei em breve...
Abs.
Noel Rosa compos toda sua obra até os 28 anos.
Castro Alves fêz oque tinha de fazer na juventude.
E mais: Cazusa,Torquato Neto, Paulo Liminsk(não sei como se escreve), Janis Joplim, Hendrix.
Sem contar que o melhor poema do Ocidente, foi escrito por
um menino de 17 anos chamado, Arthur Rimbaud.
Como querer cobrar alguma coisa de Caetano?
Ora!!! O ancião ja fêz a revolução dele ( Na geração a qual pertenço). Da qual fui apenas espectador.
Quem discorda do feito, que faça agora sua própria revolução
Numa época em que: A polÃcia jogava os cavalos em cima de operários, estundantes, mulheres com crianças e fechavam teatros, destruiam livros.
Época em que, prá se dizer algo, só podia através de metáforas.
Caetano, Gil, Chico. Exatamente nesta ordem. Foram mestres.
Ainda assim, Caetano continua fazendo( ao meu vêr) revolução.
Só que agora sua preocupação é com o idioma e a educação.Ou
quem seria capaz de dizer versos com estes:
" Gosto de roçar a minha lÃngua na lingua de Luiz de Camões"
Eu sei que: Tenho que roçar"trabalhar" mais a gramática da lÃngua
Portuguesa.
Más, "São Paulo é o novo mais possÃvel quilombo de Zumbi"
E eu estou aqui. Vim me esconder. Era escravo da miséria do analfabetismo, da seca. São Paulo é meu quilombo, me escondo
no meio da multidão, ninguém me conhece, nem sabe quantos
eu matei lá no nordeste
Yuno, essa questão também me intriga. Talvez um "inimigo " comum seja um catalisador pra que se imagine que existem referenciais que possam ser considerados fixos. Na minha opinião, o mundo analógico favorece paradigmas, o digital não. Realmente, estamos atravessando uma transição que pode deixar alguns traumas...
Marcelo Birck · Porto Alegre, RS 25/5/2007 20:20depois de toda a discussão sobre o valor criativo eterno ou não do artista, gostaria que vcs me respondessem: vcs acham o cê um disco importante/pertinente no contexto atual da música brasileira?
rodrigo édipo · Olinda, PE 25/5/2007 20:51acho "cê" um discaço! "noites do norte" também. ambos super-pertinentes!
Bernardo Carvalho · Rio de Janeiro, RJ 6/8/2007 10:24Para comentar é preciso estar logado no site. Faça primeiro seu login ou registre-se no Overmundo, e adicione seus comentários em seguida.
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