Esmeraldo Marques é um músico travestido de pesquisador. Mas isso vem desde os tempos em que morava em Juazeiro, depois aportou em Aracaju e finalmente enraizou-se em João Pessoa. Não restam dúvidas de que todo seu “background nordestino†sonoro foi agregado, com propriedade, nessas andanças. È curioso saber que o jovem artista enveredou pelo rock pesado antes de descobrir a sua face pop. Seu conhecimento musical aliado a sua idiossincrática abordagem musical forjada no experimentalismo, eletronices e folk regional, acabou resultando no “combo orgânico†chamado Chico Correa & Eletronic Band.
Finalmente depois de tantos estudos e experimentos lança seu primeiro disco oficial no formato tradicional; mas não antes de proporcionar, sob licença, todo seu conteúdo para qualquer ser que tenha acesso à grande rede. Tirando os campinenses do Cabruêra, hoje é o grupo pop paraibano de maior projeção nacional e de grande perspectiva internacional.
Chico Correa funde da melhor maneira o moderno com o tradicional, o cosmopolita com o regional, tudo com naturalidade e harmonia. Grande estréia em disco!
Gostei da capinha
Foi Lanusse (designer e artista plástico paraibano) que fez.
Você pode tecer um comentário sobre o disco? O que achou da produção, por exemplo, comparado a outras produções.
Pó, eu sou suspeito. Foi primeira experiência junto com os sons da ParaÃba. Apanhei muito, por isso demorou.
Podemos considerar com o primeiro disco oficial?
Sim
Nos shows a banda sempre mostra um amadurecimento sonoro, como estivesse à procura do som definitivo. No estúdio você tenta aplicar a mesma fórmula do palco?
Mas a banda não tem som definitivo. Nós percebemos isso depois do processo do estúdio. Como era tudo muito free, isso deu trabalho pra definir. No estúdio usei todas as ferramentas que pude de edição, algumas faixas deixei mais orgânica, com som do baterista, sem loops, outras totalmente manipuladas. O ao vivo não tem obrigação de ser idêntico ao CD, mas mantemos a idéia principal. Depende do show e onde, se for necessário e possÃvel, uma música pode desencadear uma jam o que temos trabalhado agora é pra organizar mais, desenvolver o repertório mais próximo do CD, mas novas idéias surgem sempre e acrescentam os arranjos. Agora que o Edy saiu, entrou o Orlando, que é outra pegada no baixo, isso já muda os arranjos.
Você sendo um mero observador, o que mais atrai na banda, causando interesse de público de outros estados, por exemplo?
Não sei, acho que tem um misto de som pop, regional, acaba dosando bem. Não pega um público especifico. Não é tão segmentado como música instrumental, por exemplo.
O lance da cantora da um caráter pop, o sax... O show é dançante se a gente quiser direcionar, também pode ser mais viajado. Por exemplo, em BrasÃlia fizemos dois shows num dia, um na FNAC, outro no Rolla Pedra. Na FNAC foi mais instrumental, cheio de improvisos, sem zabumba, pandeiro e derbak ao invés da bateria, tinham pessoas sentadas, numa livraria, etc. No Rolla Pedra foi mais dançante e instigado.
Não seria também modernização da música pop brasileira, ou nordestina, mais especificamente, multiplicidade de referências e influências.
Acho que sim, afinal estamos fazendo música popular nordestina com novas roupagens. Você já viu um Ãndio guarani usando um violão?! É do jeito deles. Então é por ai...
Como você vê isso hoje no Brasil? A música pop.
Tem tanta coisa fabricada que voce vê que é pro momento, pra tentar engrenar... Querem fazer Ãdolos pra vender, acho isso engraçado. Não tenho ouvido muita coisa, acho que o tipo de som que tenho procurado não é necessariamente pop.
Mas temos coisas boas, né?
Cidadão Instigado, Mundo Livre. Acho que permeiam o pop, mas tem aquele que de under, ainda lá em BrasÃlia tem umas bandas legais: Piramidi, No Beko, que passeiam pelo eletrônico, mas são bem mais world music. Tem muita coisa legal, mas não estão no mercado pop como Cachorros das Cachorras, Radical Sem Dó, ninguém ouve falar por aqui.
Hoje estamos num mercado caótico, meio anárquico por causa da pirataria e avanço tecnológico (internet), dando o tom de uma nova realidade. Você acha que o mercado pode ser mais democrático em função disso? Onde vamos parar?
A coisa ta mudando faz tempo, novas mÃdias e formas de distribuir, CD já não vende tanto.
A Internet ajuda muitos projetos indies, a gente fez esse disco antes de chegar o CD, colocamos tudo na internet, ainda assim mesmo tem quem queira comprar o disco. Já fechei um net label na Alemanha; fomos destaque no MP3 Magazine isso na parte não comercial.
Mais promocional e divulgação...
Porque tem o lance de comércio de mp3, estamos fechando com o Itunes, Napster, Yahoo, MSN Music, então uma coisa ajuda outra, traz show, outras oportunidades forma publico.
Qual o nome do disco?
O mesmo nome da banda, primeiro oficial, né? Tem tudo no http://cceb.multiply.com. Pode divulgar.
Tá o disco completo?
Sim e encarte, então pus antes de chegar o CD fÃsico inteiro sob do CC Commons License
Tô dizendo! E tem mais loops para remix...
E pode ser manipulada?
A idéia é essa: a pessoa pega a voz separada, guitarra, batida e faz sua versão. A única coisa é que mande pra nós uma copia mixada pra por no site e esta sob licença do CC Commons, pode mexer, mas uso comercial só sob consulta, se for o caso.
JesuÃno, vc não quer botar as perguntas em negrito pra facilitar a leitura? Só uma sugestão! Abraço!
Helena Aragão · Rio de Janeiro, RJ 19/9/2006 13:23Claro! vou fazer isso. Grato pela dica. Abraço.
Jesuino André · João Pessoa, PB 19/9/2006 14:34Alias, como faço para editar novamente?
Jesuino André · João Pessoa, PB 19/9/2006 14:39É só clicar no lapisinho que aparece abaixo do tÃtulo enquanto está na fila de edição!
Helena Aragão · Rio de Janeiro, RJ 19/9/2006 16:21
Helena sempre atenciosa com o ignorante aqui. Gracias.
Lapisinho, gostei do nome.
Tai uma banda que gostaria muito de ver por aqui por Aju.
JP - João Paulo · Recife, PE 21/9/2006 15:03quando tem show do Chico Correia em Jampa? :)
Ana Carla Ribeiro · João Pessoa, PB 29/12/2006 10:02vou redundar, mas tou nem aÃ: chico e banda são um dos melhores crossover que esse brasil tá produzindo. beats e batuques conectam cultura popular, alma jazÃstica e ruidinhos sintéticos. isso jamais será pouco. tudo de bom!
claudiomanoel · São Félix, BA 10/4/2007 22:25Para comentar é preciso estar logado no site. Faça primeiro seu login ou registre-se no Overmundo, e adicione seus comentários em seguida.
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