Cinema amapaense: “A rosa” aborda inclusão social

Gavin Andrews
curta metragem tem elenco e equipe técnica do Amapá
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Pérola Pedrosa · Macapá, AP
9/6/2011 · 12 · 1
 

Bullying é a temática do curta metragem amapaense, do roteirista e cineasta Domique Allan, que conta com um jovem elenco formado por estudantes de escolas públicas do Amapá.

O filme conta a história de Carlos, um adolescente que como tantos outros, quer se divertir e curtir essa etapa da vida, mas enfrenta dificuldades de se relacionar com outros jovens.

Ser adolescente já é tão complicado, mas para Carlos, é um pouquinho mais, pois ele é portador de deficiência auditiva e convive com o preconceito por ser diferente.

Interpretado pelo ator Gabriel Lélis, 24 anos, que já trabalha como ator mímico, ele contracena com a iniciante Yasmim Façanha de 18 anos, formada na oficina de teatro de preparação para o filme, que ocorreu na paróquia Nossa Senhora Conceição, ministrada pelo diretor de elenco, Thomé Azevedo.

Junto com Yasmim, mais 50 adolescentes vão estrear na telona. “Essa é uma experiência maravilhosa, pude ser responsável por ajudar tantos talentos a darem seu primeiro passo nessa grande magia que é o cinema”, ressalta Thomé.

O cineasta Domique, que assina o roteiro chamou a experiente produtora Ana Vidigal para transformar o filme em realidade. “Ana é uma lutadora, acredita no cinema independente e apostou no meu projeto”, diz.

Domique Allan, que é bombeiro, há algum tempo vem elaborando um projeto sobre inclusão social, o filme apesar de ser uma ficção, é inspirado em histórias reais. “Ao invés de colocar um ator qualquer para interpretar o personagem principal, eu quis ir além e colocar um portador de deficiência auditiva para interpretá-lo, assim fazer realmente a inclusão”, relata.

Produção local

Para mostrar que o audivisual no Amapá tem profissionais talentosos, foi chamado o cineasta Gavin Andrews para assinar a fotografia, que já dirigiu “Alô, Alô, Amazônia”, o “O Barco e mestre”, “Ver o peso” e foi diretor de fotografia de “Simãozinho sonhador”. A direção de arte é de Cristiana Nogueira, auxiliada por Carla Antunes que também é responsável pelo continuísmo e Rodrigo Santos. Produção de arte é de Reginaldo Silva. A assistência de produção de Luan Macedo, Percival, Marivaldo e Beto Miranda. O make-up de Inês Ramos. Montagem é de Toninho Junior. O registro fotográfico e jornalístico é de Marksuel Martins e Pérola Pedrosa.
Para interagir coma equipe e a ator principal, a intérprete de libras Izabel Soares também faz parte da produção do filme.



Set de filmagem

As gravações iniciaram na segunda-feira, 06, e finalizaram nesta quinta-feira,09, tendo como set de filmagem as instalações da boate Ibiza.

Elenco

Gabriel Lélis – 24 anos –personagem Carlos

Esse é o primeiro filme de Gabriel que já é ator, trabalha com mímica, desde os 7 anos tem um personagem palhaço. Formado em Pedagogia, Gabriel sabe das dificuldades de seu personagem, pois ambos são surdos. Gabriel não gosta de ser chamado de deficiente auditivo, e sim de surdo. “É o que sou, sem preconceitos”, diz através da linguagem de sinais, interpretados pela professora, Izabel Soares.

Mario Garavello, 20 anos – personagem: ex-namorado Mauro

Não nunca tinha feito cinema, esta é a primeira vez que está fazendo esse tipo de trabalho, porém sempre gostou de Teatro, tinha muita curiosidade sobre arte cênica. É estudante, faz cursinho. Participou da oficina de preparação de atores para o filme. Foi indicado por uma amiga que era do grupo de teatro, nos ensaios mostrou talento e ganhou o papel do antagonista do filme.
Sobre o personagem, Mario diz que é divertido. “Ele é sério, mas sarcástico. Eu me identifico com esse lado sarcástico do personagem”, ressalta. Durante a oficina, seu maior problema foi a voz, porque seu timbre é baixo. “Aprendi na oficina a melhorar, fazer a voz sobressair”, diz. Quer atuar mais. “Queria continuar fazendo atuação”, deseja.

Yasmim Façanha, 18 anos – personagem Norma

A protagonista do filme é a jovem atriz Yasmim que também estreia na telona. Descoberta também na oficina de preparação para o filme, mostrou talento e determinação para arte. “Uma experiência incrível”, assim define sua participação no filme. Mas foi na oficina que ela se sentiu mexida, atuar agora fará parte da sua vida, promete. “A oficina me fez conhecer mais a mim, eu estava num casulo,hoje eu posso ser quem eu quizer”, ressalta.
Yasmim também aprendeu a linguagem dos sinais para interagir com o ator principal, e ver nesse aprendizado um universo de muitas possibilidades. “Tinha curiosidade em conhecer as libras, mas deixava sempre para depois, meu pai me incentivou e eu estou aprendendo, não domino, mas consigo me comunicar”, relata.
O set de filmagem é uma grande festa para ela, que está com as amigas e amigos que também fazem parte do filme. “Nunca pensei que poderia dar tão certo”, diz.

Adriano Prata – personagem amigo do Gabriel

Adriano faz Adriano, amigo do personagem principal e quem defende ele dos preconceitos dos outros. Adriano também é o melhor amigo de Gabriel, que aprendeu a linguagem dos sinais para conversar com o amigo.
Essa é a primeira vez dele num filme, que também fez a oficina de preparação de atores. “Foi um convite irrecusável, me interessei pela história e principalmente pela temática, é importante discutir isso, mostrar que se deve respeitar as pessoas e suas diferenças”, ressalta.
Sendo amigo de Gabriel, ele aprendeu muito e evoluiu como ser humano. A experiência de atuar está sendo um grande aprendizado também. “Espero que a mensagem seja passada, e que quem for assistir ao filme veja que não é legal discriminar, que tem que haver respeito”, diz.

Luan Lurrick – 14 anos - esbarra com Mario

Um dos mais jovens do elenco, Luan se mostra um entusiasta quando fala sobre atuação. “A oficina foi incrível, foi única, foi ótima, não tinha esta visão, via na televisão, achava que era fácil, mas comecei a prestar atenção nos papeis dos filmes, das novelas, a ver os make –off com outro olhar”, relata.
Diante das gravações do filme, Luan diz perceber as dificuldades para fazer um curta metragem. “Dá todo um trabalho, são quase cem pessoas envolvidas nesse filme, é fantástico”, diz.

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Zezito de Oliveira
 

Parabéns!!

Precisamos de outros sotaques e outras paisagens na telinha e na telona.

É legal disponibilizar pela WEB e manter contato com os canais públicos e/ou educativos para ser veiculado.

Um blog contando os bastidores da produção é outra proposta interessante,

Abraço,

Zezito de Oliveira · Aracaju, SE 11/6/2011 11:10
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