Tenho medo. Tenho medo que o jornalismo perca a sua essência que ainda sobrevive de transmitir os relatos fiéis dos acontecimentos. Tenho medo que a lógica capitalista invada de vez e sem volta, as redações jornalÃsticas. Tenho medo que o jornalismo sirva apenas à s grandes corporações empresariais. Tenho medo que o desaparecimento ou o surgimento de novas produções jornalÃsticas estejam ligadas ao número de vendas e audiência, e apenas a isso. Tenho medo que as grandes histórias de pessoas simples desapareçam das páginas e dos noticiários televisivos. Tenho medo que as notÃcias curtas e menos reflexivas devorem as matérias de profundidade e questionadoras.
Tenho medo que a justificativa para isso tenha ligação com o tempo que as pessoas não teriam mais para ler. Tenho medo que as imagens sensacionalistas sejam colocadas como prioridade nas primeiras páginas de impressos. Tenho medo que um crime cometido em regiões mais afortunadas tenha mais importância que o mesmo crime cometido em regiões carentes.
Tenho medo que o jornalismo sirva como trampolim para pessoas que nascem em meio à superficialidade deste mundo hipócrita. Tenho medo que as pessoas que estão lendo estes escritos atestem que todas essas situações são inevitáveis.
Querido Rafael:
A crase do tÃtulo não existe. Basta lembrar que "Foca", no caso, masculino. Mas mesmo que não fosse.
Por outro lado, esta atitude de "ter medo", várias vezes reiterada, me desculpe a franqueza, acaba tendo efeito contrário. Lembrei-me da história do João e o lobo. Todo dia ela gritava "olha o lobo", "olha o lobo" e era só alame falso.Um dia o lobo veio eo grito do Joãozinho não o salvou das garras da fera.
Tenho medo que isto aconteça com o seu texto.
beijos e abraços
do Joca Oeiras, o anjo andarilho
Olá Joca!
Obrigado pelo comentário, mas ainda mantenho minha posição, até porque, creio que vc dever ter entendido a conversa ...
Abs!
Rafael,
interessante, mas te sugiro desenvolver mais a idéia. O tema permite.
Abraços!
Ok, Roberta! Foi mais um desabafo...mas farei isso!
abraço!
Oi Rafael,
teu texto é muito pertinente, e teu medo para mim revela a consciência que tens da existência de problemas graves e reais.
Mas se perdermos a esperança e, sobretudo, a capacidade de ação, persuasão e transformação, como ficamos?
Tenho que responder que evoluir é possÃvel, que as situações que descreves são evitáveis (ainda que tão difÃcil), através de uma opinião pública cada vez mais esclarecida, informada, reflexiva.
(será que estou num dia particularmente otimista?)
Um abraço,
Rafa, Rafael
Ja tive mais medo, sabe por que? - Xô te contar:
- Ganhei dinheiro para caçar cobra, matá-la e levar o chocoalho da cascável para receber a grana. Ninguém hoje se arvora a matar uma cobra. A poucos dias minha filha de 8 anos fez um auê
danado porque a mãe machucou com a vassoura um monte de "joaninhas" no quintal.
Daà não vai tardar as pessoas começarão a pensar positivamente nas pessoas. Mas gostei do tema,
um abraço, andre.
André e LetÃcia, o medo não me faz perder esperanças, mas é apenas uma reação natural de alguém que ama esse tal de jornalismo... pelo contrário esse medo pode se transformar em combustÃvel para enfrentar tudo isso...
Valeu, pelos comentários!
Abs!
hummmm, sem querer usar mas já usando o meu tradicional pessimismo: então já não é assim que as coisas estão? rs
Bom tema, bom texto, bom desabafo o seu!
Espero que essa consciência possa te fazer, fazer alguma coisa!
Abraços,
na linha do otimismo é o overmundo, porta para a criatividade, para o desabafo.. ha momentos que a teoria do caos tem sua razao - no caos nasce a construção de um novo olhar, de outro fazer...
Cecilia de Paiva · Campo Grande, MS 3/10/2007 17:17
Boa Cecilia!!! Então tá mais que na hora de agirmos...
abs!
Como disse Nietzsche, "quem não traz o caos dentro de si jamais dará a luz a uma estrela dançante".
A situação é terrÃvel, de dar medo mesmo. Mas, estamos aqui para pensar e transformar a realidade.
Rafael, não tenha medo. Lembre-se da frase "no final das contas tudo dá certo, e se não deu, é porque ainda não é o final". Boa, hein! Adorei o seu texto, como sempre!
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