Oito grupos diferentes, cada um com sua linguagem e proposta estética, mas todos com um objetivo único: construir em conjunto, em 48 horas, um espetáculo onde música, dança, teatro e circo se integram e se completam.
Durante dois dias acompanhei os ensaios e observei de perto os esforços dos grupos que participaram da sétima edição do Tangolomango, o Festival da Diversidade Cultural, que aconteceu no dia nove de novembro no Circo Voador, no Rio de Janeiro. No momento em que entrei na Fundição Progresso (local escolhido para abrigar os ensaios) percebi que a proposta foi abraçada por todos sem reservas e com muito profissionalismo.
Não havia excessos, cada grupo dava sua contribuição e as coisas iam se organizando naturalmente. No espaço entre os gestos alguém sugeria um movimento, enquanto outro puxava uma canção, pessoas erguiam-se sobre pernas de pau e bailavam impulsionadas pela força de ritmos afro-brasileiros, ao mesmo tempo em que artistas chilenos faziam suas acrobacias no solo e no ar.
A experiência foi fantástica a ponto de fazer os chilenos do grupo Circo del Mundo caÃrem no samba e esquecerem a barreira da lÃngua. Foi a primeira vez que um grupo estrangeiro participou do Festival e foi também a primeira vez que os chilenos participaram de um festival como esse. Perguntei a Amanda uma das integrantes do grupo, como era trabalhar sob ritmos tão diferentes dos quais ela estava acostumada e ela disse que era fácil e que os ritmos afro-brasileiros são sempre muito bem vindos por serem extremamente poderosos e claros. Para ela, essa clareza e sinceridade vencem quaisquer obstáculos impostos pela diferença de idioma ou linguagem. Sobre a experiência de participar de um festival colaborativo ela disse que certamente tudo o que viveu nesse perÃodo será inesquecÃvel e irá influenciar positivamente seu grupo. No fim da conversa ela disse ainda que por serem muito marcantes, tanto os ritmos latinos quanto os afro-brasileiros, são fontes inesgotáveis de idéias e inspiração.
Eu, que inicialmente estava ali apenas para fotografar, fui arrebatado pelo sentimento de comunhão que impregnava o ambiente e não pude evitar que toda aquela criatividade me contaminasse. Como se as imagens não fossem suficientes, eu precisava me valer da palavra para dizer o quanto era intenso o brilho das meninas do Majê Molê, como eram fortes e ao mesmo tempo suaves os movimentos da trupe do Circo del Mundo e que realmente eram gigantes o talento e a graça daqueles jovens e suas pernas de pau.
Creio que aquela sintonia se fez possÃvel porque para além de todas as diferenças os grupos têm uma coisa em comum: o ideal difÃcil de usar a arte como ferramenta de transformação social. E, nesse caso, seja no Rio ou em Olinda, no Brasil ou no Chile, os desafios são mais ou menos os mesmos e a luta para modificar a realidade e oferecer aos jovens um futuro com um pouco mais de luz e cor, parece nunca terminar. Quando é assim a missão de construir um festival praticamente à s cegas é quase brincadeira de criança.
Gostei bastante do seu artigo!
Confere o meu também!
abraço
Muito bom seu artigo, reforça a idéia de trabalhar em conjunto, união e força. Parabens.
giselle sato · Rio de Janeiro, RJ 17/11/2008 18:55
Muito bom o artigo, em especial o parágrafo de conclusão!
Abraço,
A idéia é muito boa e tudo parece ter sido bem articulado. Bom dar a conhecer experiências assim. Escrevendo com essa clareza, melhor ainda. Parabéns pelo trabalho.
Aglacy · Aracaju, SE 18/11/2008 22:41Para comentar é preciso estar logado no site. Faça primeiro seu login ou registre-se no Overmundo, e adicione seus comentários em seguida.
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