Você tem câncer de mama? Teve? Se teve e se esqueceu de tudo, talvez nem ria como quem luta contra ele mas cultiva, ainda assim, o bom humor.
O livro "Força na peruca - tragédias e comédias de um câncer", da publicitária Mirela Janotti (editora Matrix) é incorretamente (graças ao bom deus!) divertido.
Ganhei o livro de presente de uma amiga, autografado pela autora. Saber que Mirela está bem viva e dando autógrafos me enche de alegria, mesmo que eu nunca tenha visto a cara dela na vida. Não a conheço, mas me sinto muito próxima dela, na doença, nas maluquices que conta, no bom astral, no "vamos falar dessa porcaria de câncer sem drama, por favor!"
Quase senti inveja dela. Passou uns maus bocados, teve dor, desespero, desamor, amor em demasia, o diabo-a-quatro, mas ainda teve fôlego para refletir e escrever sobre tudo isso com uma descompostura tão atIpica que chega a fazer qualquer peruca saltar!
Detesto a expressão "uma lição de..." , mas é o que Mirela nos dá. Uma lição de incorreções sadias, de um olhar otimista para o mundo, com tiradas hilárias como esta:
"Depois que o susto passou, que percebi que não iria morrer de imediato, voltei a prospectar outros quesitos. Queria um bom emprego, comecei a desejar roupas novas, e o príncipe encantado voltou a fazer parte dos meus planos. Na verdade, não precisava nem ser um príncipe, podia ser um sapo mesmo, porque careca e desprovida de sobrancelhas e cílios, eu estava, digamos assim, em promoção."
Mirela discorre com esse humor debochado sobre temas dolorosos: quimioterapia (e a perda de cabelos), radioterapia (e o medo das aplicações), medicamentos (e os efeitos colaterais), despesas inesperadas e outras surpresas desagradáveis que qualquer pessoa comum é capaz de enfrentar, mas que exigem maior esforço de alguém que trava uma batalha diária pra vencer a doença.
Ela fala ainda das baladas, dos namoros, dos truques para driblar a careca, o cansaço, os dias de carência, etc.
Enfim, é a autobiografia de um período muito especIfico da vida de uma pessoa que certamente encara o mundo com os olhos da alegria desde sempre.
Está, como eu, entre aqueles que vivem ao modo de Montesquieu. Ele anotou em seu caderno certa vez: "Acordo de manhã com uma alegria secreta; vejo a luz com uma espécie de arrebatamento."
Pois bem, o câncer também atinge pessoas assim. A diferença é que olhamos para ele e mostramos a língua, mesmo que nos enfiem agulhas no braço. Mirela acrescenta a isso a possibilidade de gargalhar. Parece incrível? Leia o livro. Ou recomende.
Isso aí. Força, arrebatamento porque é a vida contra a morte, sempre! Viva, Milu, Mirella e todas elas!
Beijo
Milu,
Não tem como não admirar uma figura dessas.
Penso que uma pessoa assim está mais bem equipada para vencer uma doença.
Além disso, seu texto está muito bom, prazeiroso de ler.
Bjs,
cd e marcilio, é realmente animador descobrir gente assim. e o livro é um achado em todos os sentidos: é um ponto de vista bacana pra quem tá na mesma onda e um alento pra autora. pois, imagine só: ela dá a volta por cima da doença e consegue tirar proveito dela em muitos aspectos!
bjos
MAssa demais, ja que sou fumante de carteira registrada, vou comprar esse livro pra garantir as risadas, poprque o tumor já estou certo!
Alberto Nanet · João Pessoa, PB 18/7/2008 10:12
Genial querida. Nnao dá prá banalizar o sofrimento, mas manter o bol=m humor e acapacidade de rir nos situações mais difíceis da vida é FUNDAMENTAL!
bj, Flávia
Merece destaque este assunto que atinge tantas mulheres e homens também de maneira inesperada...e muitas fam´lias
mudam suas vidas qdo esta doença chega.
Muito bom texto e boa dica.ab
Preciso ler esse livro porque quero entrar logo no clima da Mirela. Se bem que encaro o meu (ex)-melanoma como uma mancha que exige tratamento e pronto. Não pude deixar de pensar, quando soube, que ia ficar linda de aparelho, óculos e careca. Mas agora to de boa, depressão não mesmo!!!
Obrigada pela dica e pelo texto, Milu!
Beijos
Muito interessante!!! Recomendarei aos amigos.
abração,
.
Texto excelente,
dá vontade de conhecer essa experiência, ler o livro... é preciso encarar a vida com alegria e contagiar os outros!
Parabéns!
Abçs de Betha.
Está na minha lista dos próximos que vou ler! Parabéns para a Milu pelo artigo!
Alê Barreto · Rio de Janeiro, RJ 19/7/2008 16:17
É milu,
este mundo está cheio destas coisas de pre-conceito ora com uma coisa ora com outra. Até entre as doenças existem as
eleitas - como se houvesse doença boa ou doença má, por si só.
Doença é doença. Infelizmente os governos encabeçam as formas de elição - Antes cancer, (ainda em 2o. lugar)
- agora, a AIDS.
abraço
andre.
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